Oratória - Como Ser Envolvente e Eficaz no Uso da Voz

A imagem mostra fiéis em culto louvando ao senhor Deus



A Voz do Pregador


Como deve ser a voz do pregador? Um pregador pode ser descredenciado para o púlpito se não tiver uma voz forte, firme, robusta e penetrante? Ele teve desistir do ministério por conta da sua voz? Procurar fazer outra coisa que não dependa da voz? Abandonar a sua vocação de atuar como instrumento de Deus para levar a sua bendita Palavra?


De forma alguma! Qualquer vocacionado pode ser bem-sucedido no ministério independentemente da qualidade da voz. Isso porque, seja com uma voz fraca e baixa ou com uma voz forte e alta o pregador sempre terá que controlar a sua voz a fim de mantê-la em uma determinada normalidade. Ou seja, se gritar muito, rapidamente incomodará os ouvintes; se falar muito baixo, não será ouvido. Nenhuma mensagem exige do pregador uma voz alta demais ou baixa de demais para ser eficiente.


O grande segredo está em saber projetar bem a voz, dependendo do momento da mensagem. Importa também saber fazer uma boa interpretação e transmitir bem o sentimento da mensagem, alternando de forma moderada a tonalidade da voz.


O pregador que grita sempre ou fala muito baixo terá perda de eficiência na sua comunicação. O esforço na voz para falar muito baixo ou muito alto são igualmente prejudiciais a boa comunicação.


Então, tendo voz fraca ou forte, o pregador pode ter sucesso no ministério da Palavra. Além do mais, a voz é apenas um dos elementos importantes, o pregador também deve ter: vocação divina, amor pelas almas, conhecimento da Palavra, vida de oração, bom testemunho etc.  


Os Cuidados com a Voz

O Volume

O pregador deve avaliar o local onde vai pregar. Nem sempre sua mensagem será transmitida nos lugares normais para a pregação. Pode ser que tenha de falar na casa de um irmão, em uma sala de eventos ou em espaços abertos, como quadras ou estádios. Por isso, deve observar bem como é a acústica do ambiente: se há ruídos externos que entram por janelas ou portas abertas; se há ruídos internos, como barulho de aparelhos de ar-condicionado; a que distância ficará dos últimos ouvintes; se contará ou não com o recurso do microfone.


Com um simples olhar atento, você, como pregador, rapidamente terá noção do volume de voz adequado para o ambiente. Assim, deverá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para sua voz chegar a todos os ouvintes.


O ideal é falar, se a circunstância assim permitir, com volume de voz um pouco acima do normal para que as pessoas possam ouvi-lo. Desde que esse volume adicional não agrida ou incomode principalmente aqueles que estejam mais próximos.


O pregador não pode se descuidar com o volume da voz – deve falar para fora, com a certeza de quem comunica verdades importantes, não para dentro, como se estivesse apenas cumprindo uma obrigação.


O Microfone

Ele é o seu companheiro nas pregações. O microfone torna praticamente iguais as vozes fracas, altas, baixas e fortes. Para cumprir bem sua finalidade de atingir centenas, milhares ou até milhões de pessoas, como se o pregador estivesse falando a cada uma delas, precisa ser usado de forma adequada.


O segredo é posicioná-lo não muito longe da boca, impedindo que a voz seja captada e transmitida apropriadamente, nem próximo demais, escondendo, às vezes, até o semblante do pregador. De maneira geral, a melhor distância é um pouco abaixo da boca, mais ou menos na altura do queixo.


Um erro comum é o pregador sair do campo de captação do microfone quando gira o tronco de um lado para o outro na direção de quem está localizado à esquerda ou à direita. Ao movimentar o corpo para se dirigir aos ouvintes, procure olhar sempre sobre o microfone. Assim, terá certeza de que ele estará próximo da boca.


Erros Comuns

Evite alguns erros comuns no uso do microfone. Ficar o tempo todo acertando o microfone é uma atitude que acaba se transformando em vício por parte de alguns pregadores. Ao iniciar uma nova informação, lá está o pregador mexendo no microfone para acertar o que não precisa ser acertado. Deixe, portanto, para mexer no microfone somente quando for realmente necessário.


Ao segurar um microfone, faça do braço que apoia o aparelho um pedestal e posicione-o como já indicado, um pouco abaixo da boca, próximo do queixo. Deixe o outro braço livre para gesticular.


Cuidado para não cometer uma falha bastante comum, que é balançar o braço que sustenta o microfone. Se agir assim, perderá o campo de captação e a voz poderá oscilar e até se tornar inaudível.


Peça aos responsáveis pelo som que posicionem as caixas acústicas de tal forma que possam proporcionar a você um bom retorno da voz. Quando o pregador não ouve bem sua própria voz, tende a falar com volume excessivo e, como consequência, até enrouquecer.


Alguns detalhes observados podem fazer a diferença entre uma pregação bem-sucedida ou não.


A Velocidade da Fala

Não existe velocidade padrão para a fala do pregador. Dois pregadores com velocidades diferentes na fala podem ter igual eficiência na pregação e serem ótimos oradores.


Caso você fale muito devagar ou muito rápido será apropriado mudar um pouco a velocidade da sua fala para que a pregação fique mais agradável aos ouvintes. Mas não se esquece de não fugir muito do seu tipo de fala e acabar se atrapalhando na mensagem.


Desenvolva e aprimore alguns aspectos essenciais na forma de se comunicar:


Tenha boa dicção: se pronunciar bem as palavras, mesmo falando rápido, será compreendido sem esforço pelos ouvintes.


Faça pausas: se você conseguir dar uma pausa ao final das frases, mesmo que seja uma pausa rápida, permitirá que os ouvintes tenham oportunidade de refletir sobre as informações que acabaram de ser transmitidas.


Repita as informações relevantes: precisa desenvolver o hábito de repetir as informações importantes, utilizando palavras diferentes. Assim, se os ouvintes não entenderam bem a mensagem na primeira vez, entenderão na segunda, e até, em certas circunstâncias, na terceira.


Se nas suas pregações você falar rápido, mas pronunciar bem as palavras, fizer uma pausa ao final das frases e repetir as informações importantes com palavras diferentes, poderá transformar suas características em um estilo positivo de comunicação.


O Ritmo

Esta é uma das qualidades mais importantes da voz. O ritmo é o uso correto do tom, associado à alternância do volume da voz e da velocidade da fala. Se o pregador se apresentar com voz monótona, falando sempre com a mesma velocidade e o mesmo volume, não poderá reclamar depois se os fiéis começarem a bocejar.


Um bom exercício para você melhorar o ritmo das suas pregações é fazer leitura de poesias em voz alta. A melodia, a cadência, as pausas da poesia irão ajudá-lo a aprimorar o ritmo da fala.


A Dicção

O pregador precisa cuidar bem da dicção. A boa pronúncia das palavras facilita o entendimento dos ouvintes. Quanto melhor a dicção, mais facilmente as pessoas entenderão a mensagem. Não é difícil deduzir que o pregador que pronuncia bem os sons das palavras demo. 


Cuidado, porém, com o artificialismo. É desagradável observar um pregador que demonstra esforço para pronunciar bem as palavras. Não é difícil perceber que se comporta de forma artificial, distante de seu modo espontâneo de se expressar.


Faça exercícios pronunciando cada som das palavras de maneira bem exagerada, mas durante as pregações deixe que a pronúncia ocorra normalmente, para que os fiéis o vejam como um representante natural de Deus, sem muita pompa. 


A Pausa

Dificilmente encontraremos um pregador que se expresse com naturalidade se não souber usar bem a pausa na sua comunicação. Quando bem produzida, a pausa silenciosa ao final de uma informação importante, transmitida com adequada entonação de voz, se torna altamente eficaz.


Se bem-feita, valoriza as informações, cria expectativa sobre o que virá a seguir e demonstra domínio sobre a mensagem.


Tanto nas falas de improviso quanto nas leituras, a pausa é ingrediente fundamental para o sucesso da comunicação. Esses momentos de silêncio vão se sucedendo normalmente a cada informação importante.


Convém, depois de concluído um conjunto de várias informações importantes, que antes de iniciar um novo tópico o pregador faça uma pausa mais prolongada, mais expressiva, mais significativa. 


Esses momentos de pausa mais longa indicam que uma parte importante do assunto foi completada, instigam os ouvintes à reflexão e servem também como elemento de transição para um novo conjunto de informações.


A Ênfase nas Palavras Relevantes

Se o pregador destacar determinada palavra, a frase terá um sentido. Se destacar outra, poderá mudar totalmente o que transmite.


Para destacar a palavra dentro da frase, você poderá:


Pronunciá-la com maior ou menor volume da voz;

Fazer uma pequena pausa antes e depois da palavra;

Pronunciar as sílabas pausadamente;

Acelerar a pronúncia das sílabas.


Esses recursos poderão ser usados isolada ou simultaneamente, o que é mais comum. Por exemplo, para destacar um termo, você poderá elevar a voz e ao mesmo tempo pronunciar mais pausadamente as sílabas da palavra. Ou, ao contrário, acelerar a pronúncia das sílabas enquanto diminui o volume da voz.


Dar ênfase à palavra é como dizer ao ouvinte qual a informação importante que ele deve guardar como essência da mensagem.


Além desse destaque, a ênfase também poderá interpretar de forma adequada o sentimento próprio da mensagem. Por exemplo, ao dizer “profuuuundo”, esticando um pouco mais a pronúncia da sílaba, interpretará exatamente o sentimento da informação.


Quando desejar tocar de maneira mais profunda os sentimentos dos fiéis, procure falar com voz mais sussurrante. Fale como se aquela mensagem saísse das profundezas do seu ser. Essa maneira de se expressar poderá sensibilizar e envolver emocionalmente os ouvintes.


As questões mais simples relacionadas à voz, como pausa, volume, velocidade, ritmo e dicção, podem ser resolvidas com observação, boa vontade e exercícios caseiros. Se, entretanto, você chegar à conclusão de que sua voz possui um problema mais sério e que atrapalha o resultado de suas pregações, consulte um fonoaudiólogo. Esse é o profissional indicado para dar um diagnóstico correto e sugerir o tratamento apropriado.





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