Dicionário bíblico: Significado e utilização das palavras na bíblia sagrada.

Explorando o Universo Bíblico: Dicionário Revela Significado e Utilização das Palavras na Bíblia Sagrada!

Aqui está uma lista de significados dos termos mais conhecidos da bíblia, este artigo te ajudará muito a ler, entender e interpretar corretamente as escrituras sagradas.


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Abreviações mais frequentes:

AT 

Antigo Testamento

NT 

Novo Testamento

a.C. 

antes de Cristo

d.C. 

depois de Cristo

ex. 

por exemplo

etc. 

etecetera (e outras coisas mais)

séc. 

século

km 

quilômetro(s)

cm 

centímetro(s)

metro(s) 


Termos mais frequentes:



A.

ABA 

Palavra aramaica que significa “pai”, de uso comum entre as crianças. Jesus a usa quando se dirige ao seu Pai, e os cristãos, quando se dirigem a Deus em oração (Mc 14.36; Rm 8.15; Gl 4.6). Ver Pai.

ABADOM 

Palavra hebraica que no AT, às vezes, significa “destruição” (Jó 31.12) e, geralmente, “abismo” ou “sepultura” (Jó 26.6; Sl 88.11; Pv 15.11; 27.20). Em certas ocasiões, os autores bíblicos a personificam, p. ex.: Ap 9.11, onde se dá esse nome ao “anjo do abismo”. Ver Abismo.

ABEDE-NEGO 

(= servo de Nego) Nome dado a Azarias, companheiro de Daniel durante o seu exílio na Babilônia (Dn 1.7). Lá, serviu como administrador, junto com Sadraque e Mesaque. Os três foram colocados em uma fornalha acesa, porém Deus os salvou milagrosamente (Dn 3.12-30).

ABEL 

(= alento) Segundo filho de Adão e Eva. Foi assassinado pelo seu irmão Caim (Gn 4; Hb 11.4). É considerado o primeiro mártir na história e um modelo de retidão (Mt 23.35; Lc 11.51). Ver Caim e Sangue.

ABENÇOAR, BÊNÇÃO 

Ação pela qual Deus concede o seu bem ou dá da sua graça à natureza (Gn 1.22), à humanidade (1.28), ao sábado (2.3), às nações (Sl 33.12) e às pessoas (Gn 24.1).

ABIAS 

(= Javé é o meu pai) Nome masculino (1Sm 8.2; 1Rs 14.1—15.8; 1Cr 7.8; 24.10; Ne 10.7; 12.4; Lc 1.5). O Abias mais importante foi o segundo rei de Judá, filho e sucessor de Roboão (913-911 a.C.; 1Rs 14.31—15.8; 2Cr 12.16—14.1).

ABIATAR 

(= pai da abundância) Sacerdote que escapou do massacre em Nobe (1Sm 22.11-23). Junto com Zadoque, serviu ao rei Davi como sumo sacerdote; como tal, acompanhou a Arca até Jerusalém, quando Davi fez dessa cidade a capital do reino (1Cr 15.11-12). O rei Salomão o depôs por haver apoiado a rebelião de Adonias para usurpar o trono de Davi (1Rs 1—2).

ABIGAIL 

(= fonte de alegria) (1) Esposa de Nabal (1Sm 25.3). Quando o seu esposo insultou a Davi, ela persuadiu este a não castigá-lo. Quando Nabal morreu, Davi se casou com ela (1Sm 25.42). Compartilhou das aventuras de Davi em Gate e Ziclague (1Sm 27.3; 30.5) e lhe gerou um filho em Hebrom (2Sm 3.3). (2) Irmã ou meia-irmã de Davi (2Sm 17.25; 1Cr 2.13-17) e mãe de Amasa, comandante do exército (1Cr 2.17). Ver Davi.

ABIMELEQUE 

(= o meu pai é rei) (1) Nome dos reis filisteus de Gerar que fizeram aliança com Abraão (Gn 20) e Isaque (Gn 26). (2) Um dos filhos de Gideão (Jz 8.31), que, depois da morte do seu pai, assassinou os setenta irmãos dele e coroou-se rei de Siquém. Arrasou com fúria essa cidade, antes de morrer no ataque contra Tebes (Jz 9).

ABISMO 

No AT significa mar (Jó 36.30; Is 51.10). No NT, designa o profundo poço que, segundo a tradição judaica, servia de prisão aos espíritos malignos (Lc 8.31; Ap 9.1-2; 11.7; 17.8; 20.1-3). Ver Inferno.

ABNER 

(= pai da luz) Primo do rei Saul e comandante-chefe do exército (1Sm 14.50). Levou Davi a Saul depois da morte de Golias (1Sm 17.55-58). Depois da morte de Saul, apoiou Isbosete nas suas pretensões ao trono, porém, mais tarde, se pôs a favor de Davi (2Sm 3.6-12). Foi assassinado por Joabe (2Sm 3.27). Davi lastimou a sua morte (2Sm 3.33-34).

ABOMINAÇÃO 

Indica repugnância e mal estar diante de uma ação ou atitude contrária à lealdade a Deus ou ao sagrado, o que também é condenado; p. ex.: abominação à profanação do templo de Jerusalém (Dn 9.27; 11.31; 12.11); ou abominação como a que Jesus chama de “abominável da desolação” e que anuncia o final dos tempos (Mt 24.15; Mc 13.14) ou ao exercício de práticas idólatras (Dt 18.9-14; 2Rs 21.2-7; 23.13). Há quem crê que a profecia de Daniel sobre o templo se cumpriu  em 167 a.C., quando ali se colocou um altar a Zeus; e que a profecia de Jesus se cumpriu quando o exército romano saqueou Jerusalém, em 70 d.C.

ABRAÃO 

(= pai de multidões) Antepassado de várias nações, em particular da hebraica (Gn 17.5). Nasceu em Ur dos caldeus, se casou com Sara e, mais tarde, se mudou para Harã, onde morreu o seu pai (Gn 11.27-32). Como resposta a Deus, viajou para Canaã, a terra que Deus prometeu dar a ele e aos seus descendentes (Gn 12). Apesar de ele e a sua esposa serem de idade avançada e não terem descendência, milagrosamente lhes nasceu um filho, Isaque (Gn 15). Deus provou a fé de Abraão quando lhe ordenou que sacrificasse o seu filho no monte Moriá; porém a sua decisão  de obedecer a Deus em tudo deu como resultado a libertação de Isaque e a substituição deste por um cordeiro (Gn 22). O apóstolo Paulo menciona a fé do patriarca para ilustrar como o crente deve se relacionar com Deus (Rm 4).

ABSALÃO 

(= pai da paz) Filho do rei Davi e de Maaca. Homem de formosa aparência (2Sm 3.3; 14.25-27), matou o seu irmão Amnom, que havia violado a sua irmã Tamar. Por isso, fugiu para Gesur, onde permaneceu durante três anos (2Sm 13). No seu regresso, liderou uma rebelião contra o seu pai e se tornou uma ameaça ao trono (2Sm 15). Foi morto em clara desobediência ao desejo do rei Davi, que muito chorou por ele (2Sm 18.1—19.8).

ACà

Israelita que desobedeceu a Josué e pegou os despojos de guerra de Jericó, apesar  da estrita proibição (Js 6.17-19). A consequência do seu pecado foi a derrota de Israel em Ai. Apedrejaram-no com toda a sua família, em um vale chamado desde então Acor, e depois os queimaram com as suas propriedades (Js 7).

ACABE 

(= o irmão parecido com o pai) Filho de Onri e sétimo rei do reino do Norte, Israel (874-852 a.C.). Casou-se com Jezabel, princesa pagã de Sidom, a qual construiu um templo dedicado ao seu deus Baal (1Rs 16.32). Teve de enfrentar o profeta Elias durante todo o seu reinado (1Rs 17—22). Derrotou os sírios (1Rs 20.21), porém foi condenado por poupar a vida do seu rei, Ben-Hadade (1Rs 20.42). Pressionado por Jezabel, se apoderou da vinha de Nabote (1Rs 21), em consequência do que Elias emitiu uma sentença de juízo contra ele. Depois, guiado por falsos profetas, morreu guerreando contra os sírios (1Rs 22.34-38).

ACAZ 

(= possuidor) Sucedeu ao seu pai, Jotão, como rei de Judá (735-715 a.C.). O seu exército sofreu a invasão de Israel e Síria. Recusou responder ao chamado do profeta Isaías para que confiasse no Senhor (Is 7) e se voltou para Tiglate-Pileser, da Assíria, em busca de ajuda (2Rs 16.7). Este fez com que Judá se tornasse, durante um séc., um reino dependente da Assíria. Também levou à construção de um altar pagão no templo de Jerusalém (2Rs 16.10).

ACAZIAS 

(= Javé agarrou) (1) Filho e sucessor de Acabe, oitavo rei de Israel. Reinou dois anos e foi condenado por Elias por adorar os deuses pagãos de Ecrom (1Rs 22.52-54; 2Rs 1.1-18). (2) Filho mais novo de Jeorão e sexto rei de Judá; no seu breve reinado, atuou mal (2Cr 22.3). Foi assassinado por Jeú (2Rs 9.16-28).

ADÃO 

(= homem, ser humano) Nome de pessoa, usado também como genérico; significa humanidade. É o nome do primeiro homem formado por Deus do pó da terra, como plenitude da sua criação (Gn 1.26; 2.7; Lc 3.38). A sua desobediência à ordem de Deus (“queda”) provocou a sua expulsão do jardim do Éden (Gn 3). Morreu com 930 anos de idade (Gn 5.5). Paulo estabelece um contraste entre Cristo e Adão como dois modelos de ser humano (Rm 5.12-15; 1Co 15.22,45). Jesus usa a união de Adão com Eva para ilustrar a natureza permanente do matrimônio (Mt 19.4-6). Ver Eva.

ADIVINHAÇÃO 

Prática que tenta predizer acontecimentos futuros por meio de suposições, amuletos e sortes. Em Israel, a prática era estritamente proibida (Lv 19.31; 20.6; Dt 18.10-11) e foi condenada pelos profetas (Is 2.6; 8.19). Foi um dos pecados  que propiciaram a queda do reino de Israel (2Rs 17.17-18).

ADONIAS 

(= o meu Senhor é Javé) Quarto filho do rei Davi. Tratou de apoderar-se do reino com o apoio de Joabe, comandante do exército, e de Abiatar, sumo sacerdote. Rendeu-se a Salomão, porém mais tarde foi executado por cometer traição (1Rs 1.5— 2.25).

ADULTÉRIO 

(1) No AT, alude à relação sexual entre um homem (casado ou não) e a esposa de outro. Era proibido nos mandamentos de Deus (Êx 20.14; Dt 5.18); os adúlteros eram castigados com a morte por apedrejamento (Dt 22.22-24). No NT, Jesus amplia o alcance do mandamento “não cometerás adultério” ao incluir também, como tal, o olhar malicioso (Mt 5.28; 15.19; Mc 7.21). Também ensinou que o casamento com alguém divorciado era adultério (Mt 5.31-32; 19.3-9; Mc 10.2-12; Lc 16.18). (2) No AT, em sentido figurado: o abandono do culto a Javé pelo culto a deuses falsos (Is 57.3; Jr 3.8-9; Ez 23.37,43; Os 2.4; 4.15). Jesus, como os profetas Oséias e Jeremias, o usou como figura da infidelidade para com Deus (Mt 12.39; 16.4; Mc 8.38).

AGAR 

(= fuga) Serva de Sara que deu à luz Ismael, filho de Abraão (Gn 16.1-16). Ela e Ismael foram expulsos da família (Gn 21.1-21). Paulo faz da experiência de Agar um relato simbólico sobre a diferença entre a Lei e a graça (Gl 4.21-31).

AGEU 

(= festivo) Nome de um profeta do séc. VI a.C., autor do livro que leva seu nome. Viveu pouco depois do exílio na Babilônia e foi contemporâneo de Zacarias (Ag 1.1; Zc 1.1).

AGRIPA 

(1) Agripa I, filho de Aristóbulo e neto de Herodes, o Grande. Em At 12, é chamado de Herodes. De 40 d.C. até a sua morte em 44 d.C., reinou sobre a Judéia e Samaria, apoiado pelo Império Romano. (2) Agripa II, filho do anterior, reinou sobre a Ituréia, Traconites e Abilene. Paulo se apresentou diante dele (At 25.23—26.32) tencionando convertê-lo a Cristo. Morreu em 100 d.C., em Roma.

AI 

(= ruínas) Pequena cidade da Palestina central, situada a leste de Betel. Segunda cidade cananéia conquistada por Josué, está relacionada com o pecado de Acã (Js 7—8). Mais tarde, foi ocupada pela tribo de Benjamim (Ne 7.32).

AÍAS 

(= Javé é meu irmão) Profeta de Siló que rasgou um manto novo em doze pedaços, dez dos quais deu a Jeroboão. Esse gesto simbolizou a divisão do reino de Salomão nos reinos de Judá e Israel (1Rs 11.26-40). E quando Jeroboão conduziu Israel à idolatria, Aías predisse a extinção da sua família (1Rs 14.6-16).

AITOFEL 

Conselheiro do rei Davi (2Sm 16.23). Conspirou contra ele em aliança com Absalão. Aconselhou este para que atacasse Davi imediatamente, porém o seu plano foi descoberto. Prevendo o fracasso da rebelião, foi à sua casa e se enforcou (2Sm 17).

ALEGRAR-SE 

Ter alegre confiança no Senhor (Sl 64.10; Fp 4.4). É uma virtude fundamental na vida do crente. Ver Alegria.

ALEGRIA 

No AT, a alegria está particularmente associada às festas, às celebrações em torno do relacionamento com o Senhor e com a aliança de Deus (Dt 12.7; 1Sm 18.6; 1Rs 1.39-40; Sl 20.5; 42.4; 81.1). Marca característica do crente (Sl 4.7; 16.11; 27.6; 28.7), no NT acompanha o anúncio das boas-novas (Lc 2.10; Jo 15.11; 16.24) e os vínculos de companheirismo na Igreja primitiva (At 13.52). Surge do relacionamento com Deus em Jesus Cristo (Rm 15.13; Fp 4.4; 1Pe 1.8) e é fruto do Espírito Santo (Gl 5.22).

ALELUIA 

(= glória a Deus) Exclamação de louvor. O uso da palavra em Ap 19.1-6 é tirado do começo e do final dos Salmos 146—150.

ALEXANDRIA 

Cidade portuária fundada por Alexandre Magno em 332 a.C., quando conquistou o Egito (At 27.6; 28.11). Chegou a ser um centro cultural de importância. Apolo era natural dessa cidade (At 18.24). Ver o Índice de Mapas.

ALFA 

Primeira letra do alfabeto grego. É empregada para falar do começo ou origem de algo. É usada na expressão Alfa e Ômega para referir-se a Cristo (Ap 1.8; 21.6; 22.13).

ALIANÇA 

Acordo ou convênio que regulamenta determinadas relações entre duas partes. Toda aliança inclui obrigações e promessas. Na Bíblia, o pacto é o convênio ou aliança que Deus, pela sua própria iniciativa, fez com o seu povo. No AT, se fala de uma primeira aliança feita com Noé depois do dilúvio (Gn 9.9), da aliança feita com Abraão (Gn 17.1-8) e ratificada com Isaque e Jacó. Finalmente, se fala da aliança feita com todo o povo israelita no Sinai (Êx 19.5) e ratificada em Moabe (Dt 29.1). As condições principais dessa aliança estavam escritas nas tábuas da Lei, que ficaram guardadas na “arca da Aliança”. (Ver Arca da Aliança.) O profeta Jeremias anunciou uma nova aliança (Jr 31.31). No NT, se fala da nova aliança que Deus fez com os que têm fé em Jesus Cristo, o qual a selou com o seu sangue (Mt 26.28; Lc 22.20; 1Co 11.25). A palavra “testamento” traduz a palavra que também significa “aliança”. “Novo Testamento” significa, portanto, “Nova Aliança”, e “Antigo Testamento”, “Antiga Aliança”. A ideia de aliança vem a ser, por isso, a chave da história da salvação.

ALMA 

Originalmente, significa “vida” (Gn 2.7; 9.4; Lv 17.10-14; Rm 11.3; 16.4). Refere-se também à fonte dos apetites físicos (Nm 21.5; Dt 12.15; 20—24) e das emoções (Jó 30.25; Sl 86.4). Depois, significou a fonte da vontade e da ação moral (Dt 4.29; Sl 24.4; 25.1). Desse modo, a salvação da alma (Hb 10.39; 1Pe 1.9-10) é a salvação da pessoa inteira. Alma e corpo não se distinguem na Bíblia como se diferenciam na filosofia grega.

ALTAR 

O AT menciona duas classes de altares. O mais comum era o lugar destinado aos sacrifícios que se ofereciam a Deus. Costumava ser de pedra, podia ser improvisado ou edificado de maneira mais permanente. O seu tamanho também variava. Segundo Êx 27.1-8 e 38.1-2, o altar construído por Moisés foi feito de madeira de acácia e recoberto de bronze; tinha forma cúbica, com uma saliência triangular acima, em cada um dos cantos do altar. A parte superior tinha uma depressão para o fogo em que se queimavam as vítimas (“a grelha” do altar). Além do altar de sacrifícios, o santuário israelita possuía um altar para o incenso (Êx 30.1-10) situado no Santo Lugar. Era feito de madeira de acácia recoberta de ouro laminado. Era quadrado (cerca de meio metro por lado) e tinha cerca de um metro de altura.

AMALEQUE 

Filho de Elifaz, neto de Esaú (Gn 36.12,16). O nome é usado também para referir-se coletivamente à sua descendência (Êx 17.8).

AMALEQUITAS 

Tribo árabe nômade. Descendentes de Amaleque que viviam no deserto ao sul de Judá. Opuseram-se constantemente aos israelitas: a Moisés (Êx 17.8), a Gideão (Jz 7.12), a Samuel e a Saul (1Sm 14.48), a Davi (1Sm 27.8) e a Ezequias (1Cr 4.41-43).

AMAZIAS 

(= Javé é forte) (1) Filho e sucessor de Joás como rei de Judá (796-767 a.C.). Confiante pela sua grande vitória sobre Edom (2Rs 14.7), atacou a Jeoás, de Israel, e sofreu uma desastrosa derrota, depois da qual foi capturado (2Rs 14.13). (2) Sacerdote de Jeroboão II, tratou de silenciar o profeta Amós (Am 7.10).

AMÉM 

(= assim seja) Termo que o adorador usa para manifestar o seu acordo e aceitação do que se diz ou é feito no culto, seja em forma de promessa, bênção ou maldição (Dt 27.15-26; 1Rs 1.36; 1Cr 16.36; Sl 41.13; 72.19; 1Co 14.16; Ap 1.6-7; 3.14).

AMOM 

(1) Filho e sucessor de Manassés como rei de Judá (642-640 a.C.). O seu breve e idólatra reinado foi interrompido por uma revolução palaciana que terminou com a sua morte (2Rs 21.18-26). (2) Governador de Samaria a quem o rei Acaz encomendou o encarceramento do profeta Micaías até que o rei regressasse do campo de batalha (1Rs 22.26-27). (3) Deus egípcio (também chamado Nô) cujo templo era em Tebas (Jr 46.25).

AMONITAS 

Descendentes de Ben-Ami (também chamado Amom: Dt 2.19), filho menor de Ló e uma das suas filhas (Gn 19.38). Foram tratados pelos israelitas como parentes (Dt 2.19), porém terminaram por serem inimigos. Estiveram em constante guerra com Israel (Jz 3.13; 10.7; 2Cr 20) e foram frequentemente censurados pelos profetas (Jr 49.1; Ez 25.2; Am 1.13; Sf 2.8).

AMOR 

Ainda que a Bíblia se refira a diversos tipos de amor, a sua mensagem primordial nos fala sobre o amor único do Senhor: o amor de Deus pela sua criação, pelo povo da aliança (Israel e a Igreja) e pelo seu Filho amado. Daqui parte o chamado de Deus para amá-lo e ao próximo (Mc 12.30-31). No AT, o amor de Deus é celebrado ao escolher Israel (Dt 7.12-13) e se explica com ternura (Os 1.6-7; 3.1). No NT, é dito que Deus é amor (1Jo 4.16). E Paulo destaca o amor de Deus pelos pecadores manifestado na morte sacrificial de Jesus (Rm 5.5; Ef 5.25). O amor é celebrado como a virtude suprema em 1Co 13.

AMORREUS 

(ocidentais; = moradores das montanhas) Descendentes de Canaã (Gn 10.16). Antes da chegada de Josué e das tribos de Israel à Terra Prometida, formavam um povo proeminente na Palestina e nos seus arredores (Gn 15.16; Êx 33.2; Dt 20.17; Js 3.10). A ocupação da terra começou com a expulsão dos reis Seom, de Hesbom, e Ogue, de Basã (Js 12). Os amorreus foram gradualmente incorporados aos demais povos (1Rs 9.20), porém a memória da sua idolatria perdurou por muito tempo (1Rs 21.26; 2Rs 21.11).

AMÓS 

(= Javé sustém; carregador) Pastor e cultivador de figos silvestres (Am 7.14), natural de Tecoa, cidade vizinha de Jerusalém. Deus o chamou para profetizar nos reinados de Uzias (em Judá) e de Jeroboão II (em Israel), em torno de 760 a.C.

ANA 

(= graça) (1) A favorita das duas esposas de Elcana (1Sm 1). O cântico de gratidão pelo nascimento do seu filho Samuel (1Sm 2.1-10) sugere que era profetisa. (2) Viúva anciã da tribo de Aser que deu as boas-vindas ao menino Jesus como o Messias esperado (Lc 2.36-38).

ANANIAS 

(= Javé foi benigno) (1) Jovem judeu, de nobre ascendência. Ver Sadraque. (2) Cristão de Jerusalém que se arruinou e morreu quando o seu engano fora descoberto (At 5.1). (3) Cristão de Damasco que ministrou ao recém-convertido Saulo de Tarso (At 9.10). (4) Sumo sacerdote perante quem Paulo foi julgado (At 23.2; 24.1) e que o enviou ao governador romano Félix.

ANCIÃO 

Membro da comunidade israelita revestido com autoridade por sua idade avançada ou por sua experiência (Êx 3.16; Nm 22.4). Os anciãos de Israel tinham influência local (Rt 4.2) e nacional (1Sm 8.4; 2Sm 5.3). Nos tempos do NT, a sua autoridade civil havia aumentado e incluía poder religioso (Mt 15.2; 21.23; 26.3; At 4.5). Quando a Igreja primitiva se organizou, instituiu-se a nomeação de anciãos, seguindo o modelo da sinagoga (At 14.23; 1Tm 4.14; Tt 1.5; 1Pe 5.1).

ANCIÃO DE DIAS 

Título dado a Deus como juiz do mundo no livro de Daniel (7.9,13,22). Sugere consolo para o povo de Deus pela sua incomparável sabedoria e pela integridade com que trata os assuntos humanos.

ANDRÉ 

(= varonil) Apóstolo (Mt 10.2) originário de Betsaida, Galiléia (Jo 1.44). Foi viver em Cafarnaum (Mc 1.29) como companheiro de pesca de Pedro (Mt 4.18). Conheceu Jesus através de João Batista (Jo 1.35-40). Por sua vez, levou o seu irmão Simão Pedro até Jesus (Jo 1.42). É mencionado em relação ao ministério de Jesus (Mc 13.3; Jo 6.8; 12.22) e esteve presente na ascensão (At 1.13).

ANJO 

(= mensageiro) As palavras grega e hebraica que se traduzem como “anjo” significam “mensageiro”. Os anjos são seres celestiais que rodeiam a Deus (Ap 5.11) e constituem o seu exército (Sl 148.2). Aparecem muitas vezes, tanto no AT como no NT, ajudando e protegendo os seres humanos (Sl 34.7; 91.11; At 12.7-10). São usados por Deus para transmitir as suas mensagens aos seres humanos (Gn 19.1-22; Lc 2.10). Nos livros canônicos, é mencionado o nome pessoal de alguns anjos: Gabriel (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26) e Miguel (Dn 10.13; Ap 12.7), também denominado “arcanjo” (Jd 9), isto é, “chefe de anjos”. Em textos não-canônicos, são dados nomes de outros seres celestiais; por exemplo, o arcanjo Rafael (Tobias 12.15). No AT, aparecem também os “seres alados” (querubins, Gn 3.24) e os “seres como de fogo” (serafins, Is 6.2). Os anjos estiveram relacionados com a vida de Jesus desde o anúncio do seu nascimento (Lc 1.26,28) até a sua ressurreição (Mt 28.5-7). Jesus falou acerca de anjos bons e da sua atividade (Mt 18.10; Lc 15.10; etc.), assim como de anjos maus, que servem ao diabo (Mt 25.41; Ap 12.7).

ANTICRISTO 

(= o que é contra Cristo) Nas Escrituras, a ideia de anticristo tem relação tanto com uma atitude como com uma pessoa. Nas Epístolas de João (1Jo 2.18,22; 4.3; 2Jo 7), escritas no séc. I d.C., são mencionados esses dois conceitos: a um personagem (“vem o anticristo”) e a pessoas com uma disposição antagônica a Cristo (“vem o anticristo”, “agora, muitos anticristos têm surgido”).

ANTIOQUIA 

Há dezesseis cidades com este mesmo nome. Foram fundadas por Seleuco I Nicator (358-280 a.C.). Duas delas são mencionadas no NT: (1) Antioquia da Pisídia, situada na Frígia da Ásia Menor (At 13.14), e (2) Antioquia da Síria, situada junto ao rio Orontes, situado a 483 km ao norte de Jerusalém. Era a capital da província da Síria e a terceira cidade do Império Romano. A igreja de Antioquia desempenhou um papel destacado na missão às nações gentias (At 11; 15).

APEDREJAR 

Forma usual de execução entre os hebreus (Êx 19.13; Lv 20.27; Lc 20.6; At 7.58). Os denunciantes deveriam lançar a primeira pedra (Dt 13.9; Jo 8.7).

APOLIOM 

(= destruidor) Equivalente grego de Abadom, anjo do abismo (Ap 9.11).

APOLO 

Judeu de Alexandria a quem Priscila e Áqüila instruíram no conhecimento de Jesus (At 18.24-26). Depois, ele mesmo proclamou o evangelho aos judeus (At 18.27- 28). Em Corinto, um grupo de convertidos recebeu o seu nome (1Co 1.12).

APÓSTOLO 

(= enviado) A palavra designa, em geral, uma pessoa comissionada e enviada com algum encargo, especialmente religioso. Equivale a “mensageiro”. Aplica- se sobretudo aos doze discípulos escolhidos por Jesus para serem os seus mais íntimos companheiros e colaboradores (Mc 3.13-19). Paulo exigiu e defendeu com energia o seu título de apóstolo, por haver sido escolhido e constituído como tal pessoalmente por Cristo, no caminho a Damasco (2Co 6.3-10; Gl 1.1,7,11).

ARà

Arã localizava-se na zona a norte de Israel e a oeste da Mesopotâmia (Assíria) (Nm 23.7; 1Cr 2.23); a região também era conhecida como Síria (2Sm 8.6; Os 12.12). O aramaico era uma língua semítica relacionada muito próxima com o hebraico. Falavam- na os arameus do ano 3000 a.C. e também a população da Palestina no tempo de Jesus (2Rs 18.26; Ed 4.7; Dn 2.4; At 21.40; 22.2). Ver Síria.

ARÃO 

Primeiro sumo sacerdote de Israel, cargo que ocupou depois do êxodo (Êx 28— 29). Nasceu no Egito. Ajudou o seu irmão mais novo, Moisés, na libertação do povo israelita do Egito. (Êx 4.27). Os seus descendentes masculinos (a “casa de Arão”) seriam os sacerdotes oficiais do santuário (Lv 8; Sl 115.12).

ARARATE 

Distrito montanhoso da atual Armênia onde parou a arca de Noé, depois do dilúvio (Gn 8.4). Região para a qual fugiram Adrameleque e Sarezer (2Rs 19.37). Os reinos de Ararate foram convocados por Jeremias para participar na destruição da Babilônia (Jr 51.27). Ver o Índice de Mapas.

ARCA DA ALIANÇA 

Parte do mobiliário que Deus ordenou a Moisés construir para o tabernáculo. Segundo Hb 9.4, era “totalmente coberta de ouro”. Dentro dela havia “uma urna de ouro contendo o maná, o bordão de Arão, que floresceu, e as tábuas da aliança”. Os detalhes da sua construção se encontram em Êx 25.10-16, onde recebe o nome de “arca do Testemunho”.

ARCA DE NOÉ 

Embarcação de madeira calafetada com betume, construída de acordo com as instruções divinas para que Noé, a sua família e uma seleção de animais fossem preservados do dilúvio (Gn 6—9; Hb 11.7; 1Pe 3.20).

AREÓPAGO 

(= colina de Ares) Nome de uma colina de Atenas, situada ao pé da Acrópolis, onde se reunia a Assembleia da cidade. Por extensão, esse mesmo nome era dado a essa assembleia. Ver At 17.19, n.

ARMADURA 

São mencionadas na Bíblia antigas armaduras: a usada por Golias (1Sm 17.4-7) e Saul (1Sm 17.38; 31.9-10) e a romana (Ef 6.11-18).

ARQUELAU 

Filho mais velho de Herodes, o Grande. Sucedeu ao seu pai em 4 a.C., porém sem o título de rei (Mt 2.22). Foi exilado pelos romanos em 6 d.C.

ARREPENDER-SE, ARREPENDIMENTO 

Deixar o pecado e voltar-se para Deus, a fim de confiar no Senhor, amá-lo e obedecer-lhe. João Batista (Mt 3.8-11; Lc 3.3-8), Jesus (Mt 4.17; Mc 1.15; Lc 5.32) e os primeiros pregadores da Igreja (At 2.38; 3.19; 17.30; 26.20) puseram ênfase na necessidade do arrependimento.

ÁRTEMIS 

Deusa pagã da fertilidade, chamada também de “Diana”. Não deve ser confundida com Diana Caçadora, dos gregos. O seu culto era muito espalhado pela Ásia Menor. Tinha um templo em Éfeso, que era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Ver At 19.24-28, n.

ASA 

(= curador) Terceiro rei de Judá (911-870 a.C.). Pelo seu zelo reformador, aboliu a idolatria e a prostituição cúltica (1Rs 15—16; 2Cr 14—16). As suas reformas incluíram a destituição da sua mãe, Maaca, adoradora de ídolos (2Cr 15.16).

ASAFE 

(= Deus apoderou-se) Um dos dirigentes a quem Davi encarregou do coro em Jerusalém (1Cr 16.5); os seus descendentes continuaram dirigindo a música (1Cr 25; 2Cr 20.14; 35.15). São atribuídos a ele vários Salmos usados por Ezequias na renovação do culto no templo (Sl 50; 73—83).

ASCENSÃO 

Subida de Jesus ressuscitado ao céu. Teve lugar na sua última aparição ante os seus discípulos, quarenta dias depois da ressurreição. Do monte das Oliveiras subiu ao céu e foi recebido nas nuvens, havendo comissionado previamente os seus discípulos para que levassem o evangelho ao mundo inteiro (Mc 16.19; Lc 24.51; At 1.9).

ASER 

(= feliz) Oitavo filho de Jacó, concebido com Zilpa, a serva de Lia (Gn 30.13; 35.26); teve quatro filhos e uma filha (Gn 46.17; Nm 26.46). A prosperidade dos seus descendentes (1Cr 7.30), os quais formaram a tribo de Aser (Nm 26.44-47; Js 19.24- 31,34; Jz 1.31-32), foi predita na última bênção de Jacó (Gn 49.20) e Moisés (Dt 33.24). A anciã profetisa, Ana, era desta tribo (Lc 2.36).

ÁSIA 

A Ásia mencionada no NT não é uma referência ao Continente, mas tão-somente uma parte da Ásia Menor ocidental, que era então uma província senatorial romana governada por pro cônsules, motivo pelo qual é conhecida como “Ásia proconsular”. Éfeso era a sua capital.

ASSEMBLÉIA 

No AT, a assembleia sagrada é a reunião das tribos de Israel, que se congregam para se encontrar com o Senhor (Êx 12.16; Lv 19.2; 23.7; Nm 10.7; Dt 31.30; 1Rs 8.5; 1Cr 13.2).

ASSÍRIA, ASSÍRIOS 

País localizado ao norte da Mesopotâmia, na zona setentrional do atual Iraque. Era uma nação antiga, estabelecida cerca do ano 2300 a.C. A sua importância para a história de Israel cobre um período de 200 anos (850-650 a.C.), durante os quais Israel fez parte do Império Assírio. A sua capital era Assur (o mesmo nome do seu principal deus); mais tarde, Nínive passou a ser a capital, até que a Assíria foi vencida pela Babilônia em 612 a.C. O domínio da Assíria foi cruel, porém muito eficaz: situava os povos conquistados distante das suas próprias terras para romper, assim, a sua identidade nacional. O reino de Israel sofreu essa sorte em 721 a.C. Os reis da Assíria que são mencionados no AT são Tiglate-Pileser III (744-727 a.C.; 2Rs 15.29),  Salmaneser  V  (726-722  a.C.;  2Rs  17.3),  Sargão  II  (721-705  a.C.;  Is 20.1), Senaqueribe (704-681 a.C.; 2Rs 18.13), Esar-Hadom (681-669 a.C.; 2Rs 19.37) e Osnapar (660-627 a.C.; Ed 4.10). Ver Assíria no Índice de Mapas e a tabela Os assírios.

ASTAROTE 

Nome da deusa cananéia da vegetação, da fertilidade e do céu. Os hebraicos a chamavam “Astorete”, para fazer com que o som se assemelhasse a boset, que em hebraico significa “opróbrio” ou “vergonha”. Essa palavra era usada frequentemente para referir-se a um ídolo ou divindade pagã cujo nome lhes repugnava pronunciar. Tinha várias representações e, por isso, em hebraico, se usa às vezes o plural “Astarote”.

ATALIA 

(= Javé é exaltado) A única mulher que governou sobre Judá (841-835 a.C.; 2Rs 8.18,25-28; 11.1-20; 2Cr 22.1—23.21). Filha de Acabe e Jezabel.

ATENAS 

Cidade grega de grande prestígio como centro cultural. Estava ligada a Roma por um convênio especial e gozava de governo autônomo. Paulo se dirigiu ao Areópago localizado nessa cidade e ali proclamou a Jesus como Senhor (At 17.15-34; 1Ts 3.1). Ver Areópago.

AUGUSTO 

(= digno de veneração) Título conferido pelo senado romano, em 27 a.C., a César Otávio (63 a.C.-14 d.C.). Jesus nasceu durante o censo ordenado por ele (Lc 2.1).

AZARIAS 

(= Javé tem ajudado) Nome comum no AT. O rei Azarias, décimo rei de Judá (767-740 a.C.), também era chamado de Uzias (2Rs 14.21-22; 15.1-7; 2Cr 26. Ver Uzias). Também se chamava assim Abede-Nego (Ver este nome).

AZEITE 

O azeite de oliva (Êx 27.20; Lv 24.2; Mq 6.15) era usado comumente para cozinhar, ungir (pessoas e objetos), fazer sabão (Jr 2.22) e como combustível para lâmpadas. Era importante entre as ofertas das primícias (Êx 22.29). No NT, simboliza o Espírito Santo, e é recomendado o seu uso ao orar pelos enfermos (Tg 5.14).


B.

BAAL 

(= dono, senhor, esposo) Deus cananeu da fertilidade, chamado também de “Hadade”. A sua equivalente era “Poste-ídolo” (asherá). O plural “baal” é referência às suas várias representações, locais ou regionais, como em Baal-Berite (“senhor da aliança”), de Siquém (Jz 9.4). O nome desse deus aparecia em nomes compostos de lugares e de pessoas. Nesse último caso, os hebreus o substituíam geralmente por bosete (“opróbrio” ou “vergonha”). Assim, p. ex., chamavam “Isbosete” a “Isbaal”, filho de Saul (2Sm 2.8—4.12).

BAASA 

Terceiro rei de Israel (909-885 a.C.). Apoderou-se do trono depois de assassinar a Nadabe e eliminar a casa de Jeroboão (1Rs 15.16-21; 2Cr 16.1-6).

BABEL, TORRE DE 

Nome com que se conhece a torre construída no vale de Sinar. Babel é o antigo nome da Babilônia (Gn 11.1-9).

BABILÔNIA 

(= Porta de Deus) Cidade cuja história remonta ao período sumério, do qual se derivam muitas das suas tradições culturais. Era localizada onde hoje está o Iraque do Sul. O Império Assírio passou à Babilônia sob o rei Nabucodonosor. Ezequiel e Daniel foram exilados ali, e desse lugar Esdras, o escriba, regressou a Israel. Na época, contudo, a Babilônia caiu sob o domínio de Ciro, o rei persa (em 539 a.C.). Ver o Índice de Mapas e a tabela Os babilônios.

BALAÃO 

(= devorador, glutão) Profeta subornado por Balaque para amaldiçoar os israelitas; contudo, abençoou-os (Nm 22—24).

BALAQUE 

(= devastador) Rei de Moabe que contratou Balaão para amaldiçoar a Israel (Nm 22—24). É exemplo de insensatez por haver tentado impedir o cumprimento da vontade de Deus (Js 24.9; Jz 11.25; Mq 6.5; Ap 2.14).

BARAQUE 

(= relâmpago) Herói da fé (Hb 11.32) convocado pela profetisa Débora para reunir os israelitas contra o general cananeu Sísera (Jz 4—5).

BARNABÉ 

(= filho da consolação) Importante líder cristão que apoiou Paulo de Tarso (At 9.27), representou a igreja de Jerusalém em Antioquia (At 11.22), se comprometeu com Paulo na sua missão aos gentios (At 13—14) e  assistiu ao concílio de Jerusalém (At 15). Mais tarde, se separou de Paulo (At 15.36-39). Primo de João Marcos, era membro de uma família judeu-cipriota (Cl 4.10).

BARRABÁS 

Judeu rebelde preso pelos romanos sob a acusação de homicídio (Mt 27.16; Mc 15.7). Os sacerdotes persuadiram Pilatos para que o deixasse em liberdade e não a Jesus (Mt 27.17,20; Lc 23.18).

BARTOLOMEU 

(= filho de Ptolomeu) Um dos doze apóstolos escolhidos por Jesus (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.14; At 1.13).

BARUQUE 

(= bendito) Dedicado secretário de Jeremias (Jr 36), exilado junto a ele no Egito (Jr 43.6).

BASÃ (= fértil) Ampla e fértil área situada a leste do mar da Galiléia (Nm 21.33-35; Dt 3.1-7; Sl 22.12; Is 2.13; Ez 27.6). Ver o Índice de Mapas.

BATE-SEBA 

Filha de Eliã (2Sm 11.3) e esposa de Urias. Davi planejou a morte de Urias, a fim de casar-se com ela, e recebeu uma advertência de Natã, o profeta (2Sm 12). Quando Davi era de idade avançada, ela cooperou com Natã para assegurar a sucessão do seu filho Salomão ao trono (1Rs 1).

BATISMO 

Cerimônia cristã de iniciação. O emprego da água em lavagem ou banhos rituais aparece em numerosas e diferentes religiões. O batismo cristão tem como antecedente direto as abluções praticadas pelo Judaísmo e, mais particularmente, o batismo de João, o precursor de Jesus. Significa um voltar-se a Deus, o que requer a confissão de pecados e o arrependimento. Exige, além disso, um requisito que lhe dá caráter único: a fé em Cristo como Redentor e como Senhor ressuscitado e glorificado. A palavra “batizar” vem de um termo grego que significa, geralmente, submergir.

BELÉM 

(= casa de pão) (1) Povoado situado a 8 km a sudoeste de Jerusalém, na colina do campo da Judéia. Originalmente chamado Efrata, é o lugar onde se localiza a tumba de Raquel (Gn 35.19; 48.7), o lar de Boaz (Rt 2.4) e Davi (1Sm 16) e o lugar de nascimento do Messias (Mq 5.2; Lc 2.4; Jo 7.42). (2) Também é chamado assim outro povoado que se acha a noroeste de Nazaré (Js 19.15). Ver o Índice de Mapas.

BELSAZAR 

(= que Bel proteja o rei) Último rei da Babilônia, assassinado por Dario, o Medo (Dn 5), ao ser conquistada a cidade, em 539 a.C.

BELTESSAZAR 

(= que Bel o proteja) Nome dado a Daniel quando estava exilado na Babilônia (Dn 1.7; 10.1).

BELZEBU 

Nome que, no NT, se dá ao diabo como chefe dos espíritos malignos. Aparece também nos manuscritos como “Beelzebub” e “Beelzebul”. Alguns creem que se trata de uma adaptação a Baal-Zebube (“senhor das moscas”), deus de Ecrom (2Rs 1.2), criado pelos rabinos para significar “senhor do esterco”.

BEM-AVENTURANÇAS 

Ditos ou sentenças iniciadas com as palavras “Bem- aventurados (felizes) os (que)…” (Mt 5.3-12; Lc 6.20-23). Ver Sl 1.1, n.

BENEDICTUS 

(= bendito) Palavra latina com a qual se conhece a profecia de Zacarias em relação a João Batista e a Jesus (Lc 1.68-79).

BENJAMIM 

(= filho da mão direita) Filho mais novo de Jacó, cuja mãe, Raquel, morreu ao dá-lo à luz (Gn 35.18,24). Depois do desaparecimento de José, chegou a ser o filho favorito do seu pai (Gn 42.4), e esse relacionamento trouxe como resultado a reconciliação de José com os seus irmãos (Gn 44—45). Os benjamitas, descendentes seus, se destacaram pela sua coragem e habilidade para a guerra (Jz 3.15; 20.46; 1Sm 9.1; 1Cr 8).

BERSEBA

(= poço do juramento) Lugar famoso pelos seus poços, situado a 80 km a sudoeste de Jerusalém. Ali, se estabeleceram Abraão (Gn 21.31; 22.19), Isaque (Gn 26.33) e Jacó (Gn 28.10). Extremo sul de Israel, assim como Dã é o extremo norte (Jz 20.1; 1Sm 3.20; 2Cr 30.5). Ver Dã e o Índice de Mapas.

BETÂNIA 

(= casa de figos verdes; casa do pobre) (1) Vila situada a 3 km de Jerusalém pelo caminho de Jericó; cidade de Maria, Marta e Lázaro (Jo 11.1), e de Simão, o leproso (Mt 26.6). Jesus foi ungido nessa cidade. Na sua última semana, Jesus a converteu em base de operações (Mt 21.17). Ver o Índice de Mapas. (2) Lugar não identificado situado a leste do Jordão, onde João batizava (Jo 1.28).

BETEL 

(= casa de Deus) Originalmente chamada de Luz (Gn 28.19), esta cidade estava situada a uns 19 km ao norte de Jerusalém. Antigo centro de adoração (Gn 12.8; 1Sm 7.16; 10.3) escolhido por Jeroboão I para ser rival de Jerusalém (1Rs 12.26-29). Os profetas a denunciaram como lugar de culto idólatra (Os 10.15; Am 3.14). Ver o Índice de Mapas.

BETFAGÉ 

(= casa de figos) Vila localizada no monte das Oliveiras, perto de Betânia. Ali os discípulos pediram emprestada a jumenta para Jesus (Mt 21.1; Mc 11.1; Lc 19.29).

BETSAIDA 

(= lugar de pesca) Povoado situado na costa norte do mar da Galiléia, aonde Jesus foi depois de alimentar os 5.000 (Mc 6.45; Lc 9.10). Povoado natal de Filipe, André e Pedro (Jo 1.44; 12.21). Ver o Índice de Mapas.

BEZALEL 

(= sob a proteção de Deus) Artesão de Judá hábil para trabalhar a madeira, o metal e as pedras preciosas. Era encarregado da construção do tabernáculo (Êx 31; 35.30; 36.1; 37.1; 38.22; 2Cr 1.5).

BEZERRO, BEZERROS DE OURO 

(1) Ídolo em forma de bezerro de ouro feito por Arão e pelos israelitas e destruído por Moisés no seu regresso do monte Sinai (Êx 32). (2) Os dois ídolos em forma de bezerros de ouro postos por Jeroboão I, de Israel, em Betel e em Dã, respectivamente, a fim de rivalizar com o culto de Jerusalém no reino vizinho de Judá (1Rs 12.28). Entre as reformas de Jeú não constava acabar com esses ídolos (2Rs 10.29), e Oséias (8.6) falou sobre a sua destruição.

BILA 

Criada de Raquel, a esposa de Jacó, que lhe foi dada para que procriasse filhos. Teve Dã e Naftali (Gn 29.29; 30.1-18).

BILDADE 

Um dos três amigos de Jó. Os seus discursos aparecem em Jó 8; 18; 25. Moralista tradicional, divide os seres humanos em dois grupos: os irrepreensíveis e os secretamente perversos. Deus fará prosperar aos primeiros e destruirá aos outros.

BISPO 

(Do grego epískopos, que significa “supervisor” ou “superintendente”.) Na época apostólica, era chamado assim o encarregado de uma comunidade cristã (congregação ou igreja local); ao que parece, a função equivalia à de “ancião” (ver Ancião). Em tempos posteriores, o bispo assumiu a supervisão do conjunto de igrejas de uma determinada região.

BLASFÊMIA 

Difamação da honra de Deus, incluindo o desprezo pelos lugares santos (At 6.13), o uso profano do nome divino (Dt 5.11; Is 52.5; Ez 36.20) e o culto idólatra (Ez 20.27). Era castigada com a morte (Lv 24.16; 1Rs 21.13; At 6.11; 7.58).

BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO 

Ação de atribuir ao diabo as ações de Jesus, o Messias de Deus (Mt 12.31; Mc 3.29; Lc 12.10).

BOAZ 

Próspero agricultor de Belém quem tomou por esposa Rute, a viúva, e chegou a ser o bisavô do rei Davi (Rt 2—4; Mt 1.5).

BODE EXPIATÓRIO 

Havia dois bodes sobre os quais eram lançadas sortes no dia da Expiação (Lv 16.8-28). O primeiro era sacrificado como oferenda pela expiação, enquanto o segundo, o bode expiatório ou “emissário”, era solto no deserto, depois de transferirem a ele os pecados do povo.


C.

CABEÇA 

Parte do corpo usado figuradamente no NT para referir-se (a) ao esposo, como cabeça da esposa (1Co 11.3; Ef 5.23); (b) a Cristo, como cabeça da Igreja (Ef 4.15; 5.22-23; Cl 1.18); (c) a Cristo, como cabeça de toda pessoa e do poder (1Co 11.3; Cl 2.10); e (d) a Deus, o Pai, como cabeça de Cristo (1Co 11.3).

CADES-BARNÉIA 

Cidade situada a nordeste da península do Sinai. As tribos de Israel se encontravam com frequência ali, durante os quarenta anos que estiveram no deserto esperando para entrar na terra de Canaã (Nm 13.26; 20.14-22; Dt 1.2,19,46). Depois, se tornou o extremo sul da fronteira entre Israel e Judá (Nm 34.4; Js 10.41; 15.3; Ez 47.19; 48.28). Ver o Índice de Mapas.

CAFARNAUM 

(= vila de Naum) Povoado situado próximo ao mar da Galiléia, na fronteira dos territórios governados por Herodes e Filipe (Mt 17.24). Base militar romana (Mt 8.5) e povoado natal de Pedro e André (Mc 1.16-21). Por algum tempo, Jesus a usou como o centro das suas atividades (Mt 4.13), porém as pessoas não corresponderam à sua pregação (Lc 4.23; 10.15). Ver o Índice de Mapas.

CAIFÁS 

Sumo sacerdote em Jerusalém (18-36 d.C.) e genro de Anás (Jo 18.13), o seu predecessor. Exercia o ofício no tempo do julgamento de Jesus (Jo 11.49) e da primeira perseguição a cristãos (At 4.6).

CAIM 

Filho mais velho de Adão e Eva (Gn 4). Dedicou-se à agricultura. Assassinou o seu irmão Abel, que era pastor, e foi exilado na terra de Node (Hb 11.4; 1Jo 3.12; Jd 11).

CALDÉIA 

Nome da região à qual pertencia a Babilônia (Ed 5.12; Ez 23.15-16). Parte sul do atual Iraque.

CALEBE 

Valoroso e leal colega de Josué (Nm 14.6,24) que se destacou como comandante na conquista de Canaã (Js 15.14).

CALENDÁRIO 

O ano hebraico se baseava nas fases da lua e tinha doze meses de vinte nove ou trinta dias cada um. No princípio, se chamavam simplesmente “primeiro mês”, “segundo mês”, etc. Somente quatro desses meses são mencionados no AT com nomes cananeus: “abibe” (março-abril, Êx 13.4), “zive” (abril-maio, 1Rs 6.1), “etanim” (setembro-outubro, 1Rs 8.2) e “bul” (outubro-novembro, 1Rs 6.38). Por ocasião do regresso do cativeiro, os nomes babilônicos foram adotados. Ver o Calendário Hebraico. Os meses eram contados começando com a lua nova. Para compensar a diferença em relação ao ano solar, a cada dois ou três anos era acrescentado um décimo terceiro mês, chamado “segundo adar”. A Igreja primitiva adotou o calendário romano, que se divide em doze meses de trinta ou trinta e um dias.

CALVÁRIO 

Tradução latina de Gólgota (aramaico), que significa “caveira” (Mt 27.33). Foi chamado assim pela forma que tinha a colina. Foi o lugar da crucificação de Jesus. Ver Gólgota.

CAM 

(1) Segundo filho de Noé e uma das oito pessoas que sobreviveram ao dilúvio. Antepassado dos egípcios, líbios, etíopes e cananeus (Gn 10.6-20). (2) Os descendentes de Cam, principalmente os egípcios (Sl 78.51; 105.23).

CANÁ DA GALILÉIA 

(= lugar de canas) Vila situada a 14 km ao norte de  Nazaré, onde Jesus tornou a água em vinho (Jo 2.1) e curou o filho de um oficial do rei (Jo 4.46). Ver o Índice de Mapas.

CANAà

(1) Filho de Cam (Gn 9.18) e neto de Noé, de quem recebeu uma maldição (Gn 9.25). Os seus descendentes são mencionados em Gn 10.15-19. (2) Povo de fala semítica e a sua terra (estritamente a costa sul da Palestina, Nm 13.29; Dt 1.7). Contudo, o termo se aplicou à Palestina em geral (Gn 12.5; Nm 13.17). Ver o Índice de Mapas.

CANANEUS 

(= mercadores) Grupo étnico mais importante da Palestina no tempo da conquista. Viviam em pequenas “cidades-estados” ou “povoados fortificados”, construídos nos picos das colinas. Também havia outras tribos que habitavam nos arredores, como os amorreus e ferezeus (ver Êx 33.2). A religião cananéia exerceu grande influência entre os israelitas. O seu deus supremo era Baal, deus da tormenta e provedor da chuva, a quem não poucas vezes o povo de Israel adorou.

CANDELABRO, LÂMPADA 

Utensílios usados para prover iluminação. Nos candelabros se colocavam lâmpadas com azeite e pavios. No tabernáculo havia um candelabro de ouro puro (Êx 25.31) e dez no templo de Salomão (1Rs 7.49; 2Cr 4.20; 13.11; Zc 4.2). Jesus usou a figura da lâmpada para ilustrar os seus ensinamentos (Mt 5.14; 25.1-13). No NT, as igrejas são simbolizadas pelo candelabro (Ap 1.12-13,20; 2.1,5).

CANÔNICO

Canônicos são aqueles livros considerados como parte do cânon ou lista oficial de livros sagrados aceitos por uma determinada religião ou tradição religiosa. No contexto cristão, os livros canônicos são aqueles que foram reconhecidos pela Igreja como inspirados por Deus e, portanto, fazem parte da Bíblia Sagrada. Os livros canônicos do Antigo Testamento incluem 39 livros, enquanto os livros canônicos do Novo Testamento incluem 27 livros. A seleção e aceitação dos livros canônicos foi um processo histórico e teológico que envolveu debates e discussões dentro da Igreja primitiva. A decisão final sobre quais livros deveriam ser incluídos no cânon foi feita no Concílio de Cartago em 397 d.C.


CARMELO

(= campo frutífero) Série de colinas com uma densa vegetação que se estendem ao longo de 113 km, desde a baía do Acre até Dotã (Am 1.2; 9.3; Na 1.4). O profeta Elias enfrentou e derrotou ali os deuses de Jezabel (1Rs 18.19-40). Ver Monte Carmelo no Índice de Mapas.

CARNEIRO 

Macho da ovelha; eram criados para aproveitar a sua carne e para os sacrifícios estabelecidos na Lei (Êx 29; Nm 7).

CAVEIRA 

Ver Calvário.

CEFAS 

(= pedra, rocha) Nome arameu que corresponde ao grego “Pedro”, dado por Jesus ao pescador Simão, um dos doze apóstolos (Jo 1.42; 1Co 1.12; 3.22).

CEGUEIRA 

Defeito físico comum nos tempos antigos que, às vezes, era interpretado como castigo divino (Dt 28.28; Jo 9.2). A sua cura foi um dos sinais da chegada do Messias (Mt 11.5; Lc 4.18). Metaforicamente, descreve a falta de entendimento espiritual (Mt 23.16; Jo 9.41; 2Pe 1.9) e a obra de Satanás (2Co 4.4).

CENTURIÃO 

Oficial romano encarregado de um pelotão de 60 a 100 homens. Vários centuriões tiveram encontros favoráveis com Jesus e a Igreja (Mt 8.5; 27.54; Lc 7.2; 23.47; At 10.1; 27.43).

CÉSAR 

Título dado ao imperador romano. No NT, são mencionados: Augusto (27 a.C.- 14 d.C.; Lc 2.1); Cláudio (41-54 d.C.; At 11.28; 17.7; 18.2); Nero (54-68 d.C.; Fp 4.22)

e Tibério (14-37 d.C.; Lc 3.1 e todas as demais menções a César nos quatro Evangelhos).

CESARÉIA 

Porto mediterrâneo, localizado a 37 km ao sul do monte Carmelo. Foi construído por Herodes, o Grande, em honra a César Augusto. Filipe, o evangelista (At 8.40), e Cornélio, o centurião (At 10.1,24), viveram ali. Ver o Índice de Mapas.

CESARÉIA DE FILIPE 

Cidade localizada na parte baixa do monte Hermom e anteriormente chamada Paneas. Foi embelezada por Herodes, o Grande, e Filipe, o tetrarca (que pôs esse nome em honra a César Augusto). Lugar onde Pedro confessou ser Jesus o Cristo (Mt 16.13; Mc 8.27).

CÉU 

(1) Parte do cosmos (Gn 1.1; 14.19; Êx 20.4). (2) Teologicamente, morada de Deus e dos seus anjos (Is 66.1; Dn 2.18-19; Mt 5.16; Hb 1.3; Ap 19.11). Jesus Cristo ascendeu ao céu (At 1.11; 1Ts 1.10; 4.16), de onde virá, no final dos tempos, para julgar o mundo.

CHIFRE 

O chifre de carneiro era usado como instrumento musical e de guerra (Js 6.5; Jz 3.27), como recipiente de azeite para a unção (1Sm 16.1,13), como símbolo de autoridade e para representar certos governantes (Dn 7—8; Zc 1.18; Ap 13; 17). Tanto no tabernáculo como no templo havia chifres esculpidos nas quatro pontas do altar, em que se untava o sangue do sacrifício (Êx 27.2; 30.2,10; 37.26; Lv 4.7,18,25,30,34).

CHIPRE 

Ilha no Mediterrâneo oriental, chamada de Elisá no AT (Ez 27.7). Lugar onde morava Barnabé (At 4.36) e Mnasom (At 21.16). Paulo e Barnabé pregaram ali (At 13). Mais tarde Barnabé a visitou de novo acompanhado de Marcos (At 15.39). Ver o Índice de Mapas.

CHUVA 

Na Palestina costuma chover muito pouco entre o começo de maio e meados de outubro. A chuva chega no outono (chuva temporã: Jr 5.24; Os 6.3) e na primavera (chuva tardia: Dt 11.14). Não receber a chuva tardia era considerado um castigo de Deus (Dt 28.23-24; 1Rs 17.1-16; Jr 3.3). A abundância de chuvas significava bênçãos (Dt 28.12).

CIDADE DE DEUS 

Nome dado a Jerusalém, cidade santa (Mt 5.35) e, por sua vez, cidade pecadora que assassina os profetas (Mt 23.37). A verdadeira “cidade de Deus” descerá à terra para ser o centro do novo reino de Deus (Gl 4.24-26; Hb 12.22-23; Ap 21—22).

CIDADES DE REFÚGIO 

Lugares para os quais qualquer responsável por algum homicídio acidental podia fugir em busca de refúgio (Nm 35; Dt 19; Js 20). Estabelecidas para prevenir que os parentes da pessoa morta fizessem justiça com as próprias mãos. Ver a tabela Cidades de Refúgio.

CILÍCIA 

Região sudeste da Ásia Menor (At 6.9; 15.23,41; 27.5; Gl 1.21) à qual pertencia Tarso, cidade natal de Paulo (At 21.39; 22.3; 23.34). Ver o Índice de Mapas.

CINZAS 

Em conjunto com o uso de roupas ásperas, as cinzas eram símbolo de lamentação (2Sm 13.19; Et 4.3; Is 58.5).

CIRCUNCISÃO 

Operação mediante a qual se corta o prepúcio. Esse costume era praticado por vários povos antigos do Oriente Próximo. Entre os israelitas, tinha um significado altamente religioso: era o sinal externo e visível da aliança de Deus com Israel, mediante o qual o circuncidado era formalmente reconhecido como pertencente ao povo de Deus. Significava também consagração a Deus e purificação (Gn 17.10-12).

CIRO II, O GRANDE 

Rei persa (559-530 a.C.) que conquistou a Babilônia em 539 a.C. Permitiu aos judeus exilados regressarem a Judá (2Cr 36.22; Ed 1.1) e restaurou o templo (Ed 6.3). Daniel esteve ao seu serviço (Dn 6.28; 10.1).

CLÁUDIO 

Imperador romano (41-54 d.C.) que, em 49 d.C., expulsou de Roma todos os judeus (At 18.2).

COLHEITA 

Num período de doze meses, de setembro a agosto, dois meses eram dedicados à colheita de oliveiras, cinco, à semeadura e ao cultivo de cereais, dois, à colheita de grãos, dois, ao cultivo de vinhas, e um, à colheita de frutas. Três das festas nacionais eram associadas com a colheita: a dos Pães Asmos, a das Semanas e a dos Tabernáculos. A imagem da colheita se usa em uma variedade de formas para ilustrar o crescimento e as etapas finais do reino de Deus (Mt 9.37; 13.39).

COLOSSOS 

Antiga cidade da Frígia situada no ocidente da Ásia Menor, na margem sul do rio Lico. Encontrava-se na rota comercial entre Éfeso e a Mesopotâmia. Epafras foi o fundador da igreja de Colossos (Cl 1.7,12-13), à qual Paulo escreveu uma epístola. Foi totalmente destruída no séc. XII d.C.

COLUNA 

Elemento arquitetônico usado para sustentar os tetos dos salões grandes. Também se erigiam para marcar um lugar santo, um santuário (Gn 31.45-54; Êx 24.4; Js 24.26-27) ou uma tumba (Gn 35.20). Na religião cananéia, às vezes, tinham a forma de estátuas, pelo que os israelitas as associavam com a idolatria e as condenavam. Ver Êx 23.24; Dt 16.22, e Poste-ídolo.

COLUNA DE NUVEM E FOGO 

O Senhor guiava os israelitas no deserto com uma coluna de nuvem durante o dia e outra de fogo durante a noite (Êx 13.21-22). O sinal da presença divina era o tabernáculo, onde Deus se encontrava com o seu povo (Êx 33.7-11; Dt 31.14-23; Sl 99.7).

COMIDA 

A comida básica dos israelitas era o pão de trigo ou de cevada (Mt 13.33; Jo 6.9,13) e também frutas, como uvas, azeitonas e figos (Mt 7.16; Mc 14.20; Jo 13.26). Cozinhavam lentilhas e outros grãos e legumes (Nm 11.5; 2Sm 17.28), extraíam o mel dos favos silvestres (Dt 32.13; Jz 14.8) e o leite (do qual faziam manteiga e queijo) de animais domésticos (Jó 10.10; Pv 27.27; 30.33). Animais e pescados eram divididos em limpos e imundos, e somente podiam comer dos primeiros (Lv 11.1-23; Dt 14.3-20). Na época do NT, esses costumes se modificaram entre os cristãos, à luz da nova ordem de coisas iniciada por Jesus (Mc 7.18-20; At 15.20,29; Rm 14.1-2; 1Co 8.10).

COMPAIXÃO 

Misericórdia e ternura mostradas por Deus ao ser humano (Êx 33.19; 34.6; Sl 51.1; 90.14; Is 14.1; 54.8; Mt 20.34; 2Co 1.3) e pelos seres humanos entre si (Ef 4.32; Cl 3.12).

CONCÍLIO Ver Sinédrio.

CONCÍLIO DE JERUSALÉM 

Assembleia reunida em 48 d.C. entre representantes da igreja de Antioquia, dirigidos por Paulo e Barnabé, e os líderes da igreja de Jerusalém. Reuniram-se para discutir assuntos relacionados com a influência de práticas judaicas nas congregações cristãs gentias (At 15).

CONCUBINA 

Mulher com a qual, além da esposa, havia vida marital. Era considerada também como esposa, ainda que de segunda categoria, e tinha certos direitos legais. Tratava-se, geralmente, de uma criada ou escrava (cf. Gn 16.3; Gl 4.22). Ter concubina era uma prática comum na época do AT, sobretudo no período dos patriarcas.

CONFESSAR, CONFISSÃO 

Reconhecer o pecado diante de Deus (Lv 5.5; Ne 1.6; 1Jo 1.9). Do mesmo modo, prometer publicamente fidelidade a Deus e a Cristo (Rm 10.9; Fp 2.11). Tanto no AT como no NT, ambas as coisas são aspectos centrais de uma fé genuína.

CONFIANÇA 

A Escritura ensina que os crentes dependem do Senhor; por isso, os exorta a depositar a sua confiança nele, o qual é o único digno disso (Sl 37.3,5; 40.3-6; Pv 16.20; Jo 14.1; At 14.23; Rm 10.11; 15.13).

CONFISSÃO DE FÉ 

Ver Credo.

CONSAGRAÇÃO 

Ato pelo qual alguém ou algo é separado para Deus e a seu serviço (Êx 13.2; 28.3,38).

CONSCIÊNCIA 

Sentido moral entre o correto e o incorreto, presente, em maior ou menor grau, em todos os seres humanos (Rm 2.15). Consciência de culpa pode ser apagada (Hb 10.22). Toda consciência necessita ser iluminada por Deus (Hb 9.14), pois o contrário pode fazer naufragar a fé (1Tm 1.19). O cristão deve ter uma consciência limpa e boa (Rm 9.1; 1Co 4.4; 1Tm 1.5).

CONSELHEIRO, CONSOLADOR 

Nome dado ao Messias (Is 9.6) e ao Espírito Santo (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7). A palavra grega é parákletos, que significa “chamado ao teu lado para ajudar”.

CORÁ 

(1) Antepassado de um grupo de músicos mencionados nos títulos dos Salmos 42, 44—49, 84, 85, 87 e 88. (2) Levita que se rebelou contra Moisés e Arão (Nm 16) e foi castigado por Deus.

CORAÇÃO 

É usado poucas vezes referindo-se ao órgão assim chamado. Refere-se ao mais profundo do ser humano, à sede tanto da mente como dos sentimentos (Sl 4.7; 9.1; Pv 2.2,10; Mt 5.8,28; Ef 1.18; 5.19). Se não está em comunhão com Deus, o coração é pecaminoso e precisa ser purificado (Sl 51.10; Jr 17.9-10).

CORDEIRO 

Animal usado para o sacrifício (Êx 12.2-6). Cada dia, incluindo o sábado, eram oferecidos dois cordeiros em holocausto (Êx 29.38-42; Nm 28.9). Igualmente, era feito no primeiro dia de cada mês (Nm 28.11), durante a Páscoa (Nm 28.16-19), na Festa das Semanas (Nm 28.26-27) e das Trombetas (Nm 29.1-2), no dia da Expiação (Nm 29.7-8) e na Festa dos Tabernáculos (Nm 29.13-36).

CORDEIRO DE DEUS 

João Batista se referiu a Jesus como o Cordeiro de Deus (Jo 1.29,36), talvez em alusão a Is 53.4-7 e aos cordeiros levados para o sacrifício.

CORINTO 

Agitada cidade comercial localizada no istmo central da Grécia. Capital da província romana da Acaia. De imoralidade proverbial, dois terços da sua população era constituída de escravos. Em 52 d.C., Paulo permaneceu ali 18 meses (At 18) e fundou uma igreja à qual escreveu as duas epístolas aos Coríntios. Ver o Índice de Mapas.

CORNÉLIO 

Centurião romano destacado em Cesaréia; era “piedoso e temente a  Deus”. Foi o primeiro gentio convertido a Cristo (At 10).

COROA 

Símbolo de realeza, honra, poder e vida eterna (Pv 12.4; 1Pe 5.4). No AT, tem, além disso, outros significados, como sinal de bodas (Ct 3.11). As coroas dos reis eram, em geral, de ouro, adornadas com pedras preciosas. Em algumas das epístolas do NT são mencionadas as coroas como a recompensa reservada, na vida eterna, aos crentes (2Tm 4.8; Tg 1.12; 1Pe 5.4; Ap 2.10).

CORPO 

É usado também no NT para identificar, metaforicamente, os crentes (Rm 12.4-5) e a Igreja, da qual Cristo é a cabeça (1Co 12.27; Ef 4.12; 5.23; Cl 1.18).

CÔVADO 

Medida linear muito usada nos tempos do AT (Êx 25.10,17) e equivalente à distância que há desde o cotovelo até a ponta dos dedos (uns 44 cm). O côvado mais comprido, o côvado real, tinha aproximadamente 50 cm (Ez 40.5). Ver a Tabela de Pesos, Medidas e Moedas.

CREDO 

Declaração (confissão ou profissão) de fé e crença. Tudo o que encontramos no NT são breves declarações de fé: p. ex., Rm 1.3; 8.34; Fp 2.5-11; 1Tm 3.16; 2Tm 2.8. O credo mais conhecido do AT está em Dt 6.4-9 e é conhecido como Shemá. O Credo dos apóstolos é de data posterior ao NT.

CRENTE 

Título dado a quem crê que Jesus é o Senhor e Cristo (At 5.14; 1Co 14.22; 2Co 6.15; 1Ts 1.7).

CRETA 

Ilha localizada a 97 km ao sul da Grécia, onde o barco que levava Paulo a Roma fez escala (At 27.8). Tito foi instruído por Paulo para que organizasse ali a igreja (Tt 1.5). No AT, os seus habitantes são geteus (2Sm 15.18).

CRIAÇÃO 

Deus, na sua qualidade de Senhor, é o Criador (Gn 1.1; Ap 4.11), junto com Jesus Cristo, o seu Filho eterno (Jo 1.14; 1Co 8.6; Cl 1.16; Hb 1.2). Gn 1—2 descreve, detalhadamente, a criação feita por Deus. Aquela criação, contudo, foi destruída pelo mal e pelo pecado; devido a isso, Deus está preparando outra. Nesta, Jesus é o novo Adão, o cabeça da humanidade redimida (1Co 15.22,45; Ef 1.22). A nova criação inclui um novo céu e uma nova terra (Ap 21—22).

CRISTÃO 

Palavra usada pela primeira vez em Antioquia para designar os seguidores de Jesus Cristo (At 11.26; 26.28; 1Pe 4.16), os quais também eram chamados de nazarenos (At 24.5), irmãos (At 9.17), discípulos (At 9.36) e fiéis (At 10.45).

CRISTO 

Tradução grega de “Messias” (ver Messias). No princípio, era um título e, por isso, era usado com um artigo definido. (Dizia-se “o Cristo” ou “o Messias”.) Aplicado a Jesus, chegou a ser nome próprio; também se combinou para formar o nome composto “Jesus Cristo”, que equivale a “Jesus Messias”. Não é fácil saber precisamente quando ocorreu a mudança, que seguramente ocorreu de forma gradual. Em termos gerais, poderia dizer-se que nos Evangelhos e no livro de Atos aparece como título e, no resto do NT, quase sempre como nome próprio.

CRUZ, CRUCIFICAÇÃO 

Método de executar a pena capital que consistia em pendurar ou pregar o réu em um poste com uma madeira atravessada para os braços. Acredita-se que os persas foram os inventores dela. Os romanos, que a adotaram, a consideravam tão humilhante e vergonhosa (o réu era crucificado nu), que jamais a aplicaram aos seus próprios cidadãos. Reservavam-na para os escravos, insurretos e prisioneiros de guerra de outras nações. Usaram-na com freqüência tratando-se de judeus, com os quais chegaram a realizar crucificações em massa. Era uma forma horrível de morte, pois o crucificado ficava abandonado a céu aberto, sangrando até morrer e exposto aos ardentes raios do sol. À tortura da penosa posição se unia a dor causada pelas feridas e, sobretudo, pela sede e asfixia, que se agravava com a perda de sangue e o sufocante calor. Às vezes, o crucificado levava dias para morrer. Em outros casos, a morte era apressada com golpes com paus ou quebrando-lhe os ossos. Era comum deixar o corpo na cruz até que se decompusesse. Geralmente, a sentença proibia o seu sepultamento. Era considerado uma concessão especial, que se devia solicitar de maneira expressa, a permissão de levar o cadáver da cruz para a sepultura.

CULTO 

No AT, Deus é honrado especialmente por meio de ações de graças e louvores em santuários específicos: o tabernáculo no deserto e o templo de Jerusalém. Os sacrifícios de animais eram uma parte importante do culto. Na sinagoga, contudo, o culto era celebrado sem sacrifícios. Israel deveria prestar culto somente a Deus como Senhor (Êx 20.5; 23.25; 34.14; Mt 4.9-10). É possível que no tempo da Igreja primitiva houvessem celebrado cultos no templo e nas sinagogas, porém sabemos que os crentes se congregavam em casas onde, além da Santa Ceia, celebravam uma breve cerimônia cristã (At 20.7; 1Co 11.18-34; 16.2). Com a sua morte e ressurreição, Cristo deu novo sentido ao culto, que supera o do templo (Hb 9).

CUMPRIMENTO 

Com frequência diz-se que alguns acontecimentos narrados no NT são o cumprimento das profecias registradas no AT (Mt 2.15,17,23; 13.14,35; 26.54,56; 27.9). Jesus não veio para abolir a Lei e os Profetas, mas para cumprir o que haviam dito (Mt 5.17). Algumas profecias se cumprirão quando ele vier pela segunda vez, para julgar o mundo (Ap 17.17).


D.

Dà

(1) Filho de Jacó e Bila (Gn 30.6) e antepassado da tribo de Dã. (2) Uma das doze tribos de Israel (Nm 1.39; ver o Índice de Mapas). No princípio, se estabeleceu a oeste do mar Morto (Js 19.40), porém, mais tarde, sob pressão dos amorreus (Jz 1.34), alguns membros da tribo emigraram para o Norte, para a cidade vizinha de Tiro (Js 19.47). Esses danitas do Norte foram deportados para a Assíria em 732 a.C. (2Rs 15.29). A tribo não é mencionada na lista de Ap 7. (3) Nome do assentamento israelita que está mais ao norte, antigamente chamado de Laís ou Lesém (Js 19.47; Jz 18.29). Ver Berseba.

DAGOM 

Deus principal dos filisteus, adorado em Gaza (Jz 16.23), Asdode (1Sm 5.5) e Bete-Seã (1Sm 31.10; 1Cr 10.10).

DALILA 

(= crespo ondulado) Mulher filistéia que preparou uma armadilha para Sansão, a fim de entregá-lo aos seus inimigos (Jz 16).

DÂMARIS 

Mulher ateniense de alto nível social, convertida a Cristo através do ministério de Paulo em Atenas (At 17.34).

DAMASCO 

Capital da Síria (Is 7.8; ou Arã: 1Cr 2.23). Possuía rotas comerciais (1Rs 20.34) que uniam o Egito e a Arábia com o oeste. Desde tempos pré-históricos esteve continuamente submetida à ocupação. Conquistada por Davi (2Sm 8.5; 1Cr 18.5), finalmente obteve a sua independência sob Ben-Hadade (1Rs 15.18). Paulo foi convertido a Cristo quando se dirigia a Damasco (At 9). Ver o Índice de Mapas.

DANIEL 

(= Deus é o meu juiz) (1) Segundo filho de Davi e Abigail (1Cr 3.1). (2) Sacerdote exilado, descendente de Itamar, que regressou da Babilônia com Esdras (Ed 8.2; Ne 10.6). (3) Homem que se destacou pela sua piedosa sabedoria, comparado com Noé e Jó (Ez 14.14,20; 28.3). (4) Jovem judeu de nobre ascendência deportado para a Babilônia em 597 a.C., onde lhe puseram o nome de Beltessazar, ao ficar a serviço de Nabucodonosor (Dn 1). Em Mt 24.15, Jesus cita o livro de Daniel.

DARIO 

Nome comum de governantes medos e persas. (1) Dario, o Medo (Ciro II) chegou a ser rei dos caldeus em 559 a.C. (Dn 5.30-31). (2) Dario I (521-486 a.C.), rei da Pérsia e Babilônia, o qual autorizou aos judeus exilados a regressarem a Jerusalém e reconstruírem o templo (Ed 4.5; Ag 1.1; Zc 1.1). (3) Dario II (423-408 a.C.), chamado de Dario, o Persa, em Ne 12.22; o seu reino foi destruído por Alexandre Magno.

DAVI 

O mais novo entre os oito filhos de Jessé, e segundo rei de Israel (1Sm 16—1Rs 2; 1Cr 2—29). Matou o gigante Golias, venceu os inimigos de Israel e preparou os israelitas para a construção do templo de Jerusalém (1Cr 22). Com talento para a música (1Sm 16.18; Am 6.5), compôs elegias (2Sm 1.17) e cânticos, dos quais 78 estão no livro dos Salmos (2Sm 23.1). Antepassado de Jesus (Mt 1.17), profetizou a vinda do Messias e a sua ressurreição (At 1.16; 2.29-31). Um dos títulos do Messias é “Filho de Davi” (Mt 12.23; Lc 20.41).

DÉBORA 

(= abelha) (1) Ama de Rebeca. Foi sepultada ao pé de um carvalho em Betel (Gn 35.8). (2) Profetisa, líder carismática das tribos de Israel. Deu a ordem a Baraque para que guiasse aos israelitas contra Sísera (Jz 4—5). O cântico de vitória de Débora (Jz 5) é um dos escritos mais antigos do AT.

DECÁPOLIS 

Federação de dez cidades situada ao sudeste do mar da Galiléia, fundada em 63 a.C. As multidões dessa região seguiram a Jesus (Mt 4.25), que chegou ao povoado dos gerasenos (Mc 5.1), onde libertou um endemoninhado chamado de “Legião”. Grande parte da sua população era formada por gentios. De acordo com Mc 7.31, Jesus voltou a visitar a região. Ver o Índice de Mapas.

DEDICAÇÃO, FESTA DA 

Festa que lembrava a restauração do templo de Jerusalém no período dos Macabeus. Ver Jo 10.22, nota i.

DEMAS 

Companheiro de Paulo (Cl 4.14; Fm 24) que, posteriormente, abandonou o apóstolo quando este estava na prisão (2Tm 4.10).

DEMÉTRIO 

(1) Ourives de Éfeso. Instigou uma revolta contra Paulo porque a pregação do apóstolo estava diminuindo o comércio de nichos feitos em honra à deusa Diana (At 19.24-28). (2) Discípulo cristão de um testemunho exemplar (3Jo 12).

DEMÔNIOS 

Seres espirituais hostis a Deus e aos seres humanos. Os quatro  Evangelhos se referem a eles com muita frequência. O seu príncipe é Satanás (Mc 3.22). São considerados responsáveis por uma variedade de enfermidades, assim como pelas possessões demoníacas (Mc 9.17-29; Lc 11.14). Jesus esteve em constante conflito com eles (Lc 10.17-20). Paulo qualifica a idolatria de demoníaca (1Co 10.19-22; cf. Dt 32.17).

DERBE 

Cidade localizada a 161 km a noroeste de Tarso, em Licaônia (Ásia Menor). Paulo e Barnabé a visitaram quando fundaram as igrejas ao sul da Galácia (At 14.6,20; 16.1). Cidade onde morava Gaio (At 20.4).

DESCANSO 

A Bíblia menciona vários tipos de descanso: o sábado (Gn 2.2; Êx 16.23; 31.15), os dias festivos (Lv 23.24), o sétimo ano (Lv 25.4-5) e o da era futura do reino de Deus (Hb 4). O descanso implica não somente ausência de trabalho, mas também a confiança no cuidado e na graça de Deus (cf. Sl 62).

DESERTO DE SIM 

Deserto que os israelitas atravessaram na sua viagem de Elim ao monte Sinai (Êx 16.1; 17.1; Nm 33.11-12). Ver o Índice de Mapas.

DEUS 

A Bíblia, com toda a sua variedade de autores, foi escrita na certeza indiscutível  de que há um ser espiritual único, eterno e soberano, a quem chamamos de Deus. No AT, o seu nome é Javé (“Eu sou o que sou”, Êx 3.14); e, no NT, Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28.19). É o criador e mantenedor do universo (Gn 1.1; Jo 1.1). No AT, está registrado o seu relacionamento com uma tribo que chegou a ser um povo e uma nação: Israel. A esse povo ele revelou a sua natureza, a sua vontade e os seus propósitos. O NT descreve como Deus, em forma humana, ministrou na Palestina como Jesus de Nazaré. Assim, em Jesus encontramos a revelação de Deus, que é luz e amor (1Jo 1.1-5; 4.16). Jesus viu a si mesmo como o Filho de Deus e falou sobre a sua unidade com o Pai e o Espírito Santo. A Bíblia se refere a outros deuses dizendo que eles são deuses falsos (Jz 6.31; 1Rs 18.27; 1Co 8.4-6) e demoníacos (1Co 10.19-22).

DEZ MANDAMENTOS 

Lei dada por Deus a Israel no monte Sinai; escrita pelo “dedo de Deus” em ambos os lados de duas tábuas de pedra (Êx 19.16—20.17; 25.16; 31.18; 32.15-16,19; 34.1,28; 40.20; Dt 5.6-21). São a essência da aliança que Deus fez com Israel.

DIA DO SENHOR 

Com este nome e os seus equivalentes é designado o tempo em que Deus intervirá decisivamente na história humana. Tem dois significados: terrível, para os que se opõem a Deus; glorioso, para os seus fiéis. É, portanto, dia de juízo e de castigo para uns e dia de misericórdia e alegria para outros. Identifica-se, na pregação cristã do NT, com o “Dia do Senhor Jesus” (1Co 5.5), “o Dia de Cristo” (Fp 1.10; ver 2.16).

DIABO 

(= acusador, caluniador) Um dos nomes principais de Satanás, o arqui-inimigo de Deus e dos seres humanos (Ap 12.9). Ataca as pessoas (Mt 13.39; Lc 8.12; Ap 2.10) e tinha o poder da morte (Hb 2.14). Os cristãos devem resistir a ele (Ef 6.11); no fim, será destruído (Hb 2.14; Ap 20.10). Ver Satanás.

DIÁCONO 

Em grego, provém do verbo “servir”. Na Igreja apostólica, foi chamado primeiramente assim o encarregado de servir às mesas na refeição fraternal da comunidade cristã (At 6.1-2). Depois, outros serviços especiais lhe foram confiados, até que, com o tempo, o ofício de diácono chegou a ser um dos principais da Igreja, inferior somente ao de “bispo” e ao de “ancião” (ou “presbítero”). Ver Bispo e Ancião.

DILÚVIO 

Inundação que cobriu a terra nos dias de Noé (Gn 7; Mt 24.38; 2Pe 2.5). Ver a Tabela Comparação do relato bíblico do dilúvio com um relato extra bíblico.

DINHEIRO 

O emprego de moedas foi introduzido no Antigo Oriente Próximo no séc. VII a.C. Antes disso e em certos períodos posteriores também, era utilizada a troca. Nas transações mercantis, eram usados ouro, prata ou cobre (Gn 23.15-16; 2Sm 24.24). Os judeus conheceram, durante o seu exílio na Babilônia, a moeda na qual a efígie de Dario I, rei da Pérsia, era gravada. No tempo do NT, circulavam na Palestina moedas de três fontes: de Roma, de Antioquia e de Jerusalém. Os cambistas do templo são mencionados nos Evangelhos, onde também são mencionadas algumas moedas antigas, como o quadrante (Mc 12.42), porém não o shekel, a moeda judia que, junto com a “dracma” grega e com o “denário” romano (Mt 20.2,9-10,13), era de uso comum.

DISCÍPULO 

Aluno de algum mestre: tal como os discípulos de João Batista (Mt 9.14), dos fariseus (Mt 22.16) ou de Jesus (Mt 5.1; 8.21,23,25). Os apóstolos foram também discípulos (Mt 10.1). Eles aprendiam vendo, escutando e imitando o Mestre (Mt 11.29). Ver Crentes.

DISCÍPULO AMADO 

Discípulo não-identificado (provavelmente João), mencionado no quarto Evangelho (Jo 19.26; 20.2; 21.7).

DISPERSÃO 

O termo Dispersão (ou Diáspora) pode se referir tanto aos judeus que viviam fora da Palestina (Jo 7.35; 1Pe 1.1) como às cidades nas quais eles residiam (Tg 1.1). Aqueles judeus procuravam viajar a Jerusalém por ocasião de certas festas (At 2.5- 12). A Primeira Epístola de Pedro é dirigida aos cristãos da Dispersão (1Pe 1.1).

DÍVIDA 

É provável que no AT os empréstimos pessoais tenham estado isentos de juros. Em outros casos, se o devedor não pagasse a sua dívida a tempo, podia, inclusive, chegar a ser vendido como escravo (Êx 22.3; Lv 25.39-55; 2Rs 4.1; Am 2.6; 8.6). O NT reflete uma economia mais complexa e se percebe pouca preocupação por observar a antiga lei de Moisés (Mt 25.16-27; Jo 2.13-17). Jesus ensinou compaixão para com aqueles que tinham dívidas (Mt 18.23-35). No Pai-Nosso, a palavra “dívidas” encerra a ideia de culpa, por obrigações morais não pagas a Deus (Mt 6.12).

DIVÓRCIO 

Segundo a lei de Moisés, um esposo podia divorciar-se da sua esposa sob certas condições (Dt 22.13-19,28-29; 24.1-4). Jesus ensinou que aquele que se divorcia da sua esposa e se casa com outra comete adultério; o mesmo vale para a mulher que se divorcia e se casa com outro (Mc 10.1-12; Lc 16.18). Paulo ensinou uma doutrina semelhante (1Co 7.10-11). Não há uniformidade de critérios quanto ao significado da frase de Mt 5.32: “exceto em caso de relações sexuais ilícitas”. Parece que Jesus permitiria o divórcio por essa razão.

DÍZIMO 

Décima parte consagrada a Deus. A Lei requeria que a décima parte do grão, do vinho e do azeite produzidos cada ano, assim como os primogênitos dos rebanhos e das manadas, fossem entregues aos levitas e sacerdotes (Lv 27.30-32; Dt 14.22; 2Cr 31.5; Ne 10.38; Ml 3.10). Ver Tribos de Israel.

DONS ESPIRITUAIS 

Dons que os crentes recebem para realizar as tarefas que especificamente demandam a sua vida e serviço cristãos (1Co 12.30; 1Pe 4.10). Em Rm 12.6-8; 1Co 12.4-11,28-30; 14; Ef 4.11, se encontram listas desses dons. O dom de línguas é a capacidade dada do alto aos crentes, por meio da qual estes podem comunicar-se com Deus em línguas desconhecidas ou falar à igreja se alguém interpreta ou traduz (At 2.1-13; 10.44-46; 19.6; 1Co 12—14).


DRAGÃO 
Animal imaginário que se concebia como um lagarto gigante ou uma enorme serpente. Em Ap 12.9, representa Satanás.


E.

EBAL, MONTE 

A mais alta das montanhas que rodeiam Siquém, localizada na parte norte da Palestina; a outra é Gerizim. Moisés ordenou que seis tribos recitassem, desde o Ebal, as maldições da Lei (Dt 5—11; 27.9—28.68; Js 8.30-35). Ver o Índice de Mapas.

EBENÉZER 

(= rocha de auxílio) (1) Lugar onde os filisteus atacaram Israel e capturaram a arca da Aliança (1Sm 4.1; 5.1). (2) Nome dado por Samuel a uma rocha como sinal da vitória obtida sobre os filisteus depois da anterior derrota de Israel (1Sm 7.12).

ECROM 

Uma das cinco cidades filistéias fortificadas. A arca da Aliança, capturada pelos filisteus, permaneceu depositada ali durante um tempo (1Sm 5.10). Ver o Índice de Mapas e Filisteus.

ÉDEN, JARDIM DO (= jardim do deleite) Lugar onde Adão e Eva viveram no princípio da criação (Gn 2.8) e do qual foram expulsos (Gn 3.23). A sua beleza era proverbial (Ez 31.18; 36.35; Jl 2.3). Também o chamavam de “Jardim de Deus” (Ez 28.13; 31.8-9).

EDOM 

(= terra vermelha) (1) Filho primogênito de Isaque e irmão gêmeo de Jacó.  Ao nascer, recebeu o nome de Esaú, porém também foi chamado de Edom (Gn 25.30). (2) Os descendentes de Edom (Gn 36.1-17; Nm 20.18,20-21; Am 1.6,11; Ml 1.4). (3) A terra ocupada pelos edomitas, a terra de Seir (Gn 32.3; 36.20-21; Nm 24.18), situada entre o mar Morto e o golfo de Ácaba. Ver o Índice de Mapas.

EDUCAÇÃO 

Na sociedade israelita tradicional, um menino aprendia moral com a sua mãe e uma profissão do seu pai; porém a menina era educada somente moralmente e para os trabalhos domésticos. A observância do sábado e das festas religiosas era algo que todos aprendiam e assimilavam. A educação era baseada na afirmação de que “o temor do SENHOR é o princípio do saber” (Pv 1.7).

ÉFESO 

Cidade muito importante localizada perto da costa ocidental da Ásia Menor. Tinha um teatro ao ar livre (At 19.29) e um famoso templo dedicado à deusa Diana (At 19.27). Paulo a visitou várias vezes (At 19.1; 1Co 16.8) e deixou Timóteo encarregado da igreja ali estabelecida (1Tm 1.3). Uma das sete cartas do Apocalipse foi dirigida a essa igreja (Ap 2.1-7). Ver o Índice de Mapas.

EFRAIM 

(= duas vezes frutífero) (1) Segundo filho de José (Gn 41.50-52); pela bênção de seu avô, Jacó, chegou a ser mais importante na história de Israel que o seu irmão mais velho, Manassés (Gn 48). (2) Território no qual foram localizados por Josué os descendentes de Efraim (Js 16).

EGITO 

País situado no Nordeste da África. Em Gn e Êx, são narradas várias viagens que os patriarcas de Israel (Abraão, Isaque) fizeram ao Egito. A antiga civilização egípcia remonta pelo menos ao ano 3000 a.C. Era uma cultura que havia alcançado importantes níveis de desenvolvimento. Os egípcios tinham um interesse especial pelos sonhos e pela sua interpretação, assim como pela poesia, pelos provérbios e pela escrita de histórias. O seu rei, chamado de “Faraó” (= sua majestade), era considerado um deus. No final do período do AT, o poder do Egito havia enfraquecido, de maneira que, para manter-se em pé, tratou com frequência de fazer alianças políticas com outras nações, incluindo Israel. Ver o Índice de Mapas e a Tabela O Antigo Egito.

EGLOM 

(1) Rei de Moabe, notório pela sua obesidade, cuja morte pelas mãos de Eúde levou Israel à libertação da escravidão (Jz 3.12-30). (2) Cidade vizinha a Laquis, ocupada pela tribo de Judá (Js 10.3-37; 12.12; 15.39).

ELÁ 

(= carvalho) Nome próprio, comum no AT. O personagem mais importante com esse nome foi o filho de Baasa, quarto rei de Israel (886-885 a.C.; 1Rs 16.6-14).

ELÃO 

(= povo de Deus) (1) Região montanhosa situada a leste da Babilônia, com a sua capital em Susã. Os conquistadores assírios deportaram alguns elamitas para Samaria e alguns israelitas para Elão (Ed 4.9; Is 11.11). Judeus elamitas foram a Jerusalém para a festa de Pentecostes (At 2.9). (2) Os elamitas eram descendentes de Elão, um dos filhos de Sem (Gn 10.22; 1Cr 1.17).


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ELDADE E MEDADE 

Dois dos setenta anciãos das tribos de Israel que receberam o dom da profecia, ainda que não tivessem ido ao tabernáculo com os outros sessenta e oito (Nm 11.24-29).

ELEAZAR 

(= Deus tem auxiliado) A maioria das vezes que este nome próprio aparece no AT se refere ao terceiro filho de Arão (Êx 6.23), que sucedeu ao seu pai como sumo sacerdote (Nm 20.25-28). Dele descende uma das duas linhas principais de todo o sacerdócio (“filhos de Arão”) e quase todos os sumos sacerdotes até o séc. II a.C.

ELEIÇÃO 

Na Bíblia, o tema da eleição ou escolha aparece em diferentes sentidos e contextos: (1) O povo de Israel (Dt 7.6-8; 28.1-14; Is 43.10-12,20-21). (2) Pessoas específicas (p. ex., Davi: 1Sm 10.24; Sl 78.70). (3) No NT, o “eleito” por excelência é Jesus (Lc 9.35; 1Pe 2.4-6). (4) A eleição pela graça (Rm 8.33; Cl 3.12; 2Tm 2.10; 1Pe 2.9).

ELI 

Sumo sacerdote e predecessor de Samuel como juiz de Israel (1Sm 1—4).

ELI, ELI, LAMÁ SABACTÂNI 

Grito de desespero que Jesus lançou da cruz (Mt 27.46). As palavras, escritas em aramaico e hebraico, são do Salmo 22.1.

ELIAS 

(= Javé é Deus) Destacado profeta de Israel, do séc. IX a.C., nativo de Tisbe de Gileade (1Rs 17.1). Constantemente, se opôs a Acabe por permitir o culto a Baal (1Rs 18; 2Rs 1—2). Foi arrebatado ao céu em um redemoinho, quando um carro de fogo se interpôs entre ele e Eliseu, o seu sucessor (2Rs 2). Foi predito que haveria de regressar para dirigir Israel (Ml 4.5-6), expectativa que se crê teve o seu cumprimento no ministério de João Batista (Mt 17.10-12). Elias e Moisés apareceram a Jesus no monte da transfiguração (Mt 17.3).

ELIM 

(= carvalhos; árvores grandes) Lugar onde acamparam os israelitas na sua viagem do Egito a Canaã. Tinha doze fontes de água e setenta palmeiras (Êx 15.27; Nm 33.9).

ELISEU 

(= Deus é salvação) Sucessor de Elias, profeta israelita do séc. IX a.C. (1Rs 19.16-21). Ministrou durante cinquenta anos, durante os reinados de Acabe, Atalia, Jeorão, Jeú, Jeoacaz e Joás (1Rs 19; 2Rs 2—9; 13). Jesus o menciona (Lc 4.27).

EMANUEL 

(= Deus conosco) Título messiânico de Jesus (Is 7.14; 8.8; Mt 1.23).

EMAÚS 

Povoado situado a 11 km a oeste de Jerusalém. Para lá se dirigiam Cleopas e outro discípulo de Jesus na tarde do domingo da ressurreição. Enquanto caminhavam, o Jesus ressuscitado se uniu a eles e os acompanhou (Lc 24.13-33).

ENFERMIDADE 

Ver Saúde e enfermidade.

ENOQUE 

(= consagrado) (1) Filho mais velho de Caim, cujo nome foi dado à primeira cidade que se fundou (Gn 4.17-18). (2) Filho de Jerede (Gn 5.18) e pai de Matusalém (Gn 5.21-22); andou com Deus (Gn 5.24) e foi levado ao céu sem passar pela morte (Hb 11.5-6).

EPICUREUS 

Eram chamados assim os seguidores do filósofo grego Epicuro, o qual viveu no fim do séc. IV e começo do III a.C. Ensinava que a felicidade, entendida como a libertação da dor e do temor, é o supremo bem da vida.

ESAR-HADOM 

Filho e sucessor do rei assírio Senaqueribe (2Rs 19.37; Is 37.38). Famoso pelas suas façanhas militares e porque reconstruiu a Babilônia. Reinou de 681 a 669 a.C.

ESAÚ 

(= veludo) O favorito dos filhos gêmeos de Isaque. A sua inferioridade em comparação a Jacó, o seu irmão mais novo, foi predita desde o seu nascimento (Gn 25.23) e confirmada pela bênção de Isaque antes de morrer (Gn 27.22-29). Antepassado dos edomitas (Gn 36.9). Vendeu a sua primogenitura ao seu irmão por um prato de lentilhas (Gn 25.29-34). Ver Edom.

ESCRIBAS 

Pessoas que, originalmente, reproduziam o texto bíblico fazendo cópias escritas à mão; com o tempo, contudo, chegaram a adquirir a categoria com que são conhecidos no NT. Aqui são chamados de “mestres da lei” (Lc 5.17) e “intérpretes da lei” (Mt 22.35). Estavam particularmente associados com os fariseus; o seu modelo era Esdras, o escriba (Ne 8.1-9). Ver Escriba na Concordância Temática.

ESCRITURA 

Nome que se dá no NT à coleção de livros que os judeus, Jesus e os primeiros cristãos consideravam como a palavra escrita de Deus para o ser humano (2Tm 3.16; Tg 2.8). Esses escritos são chamados hoje de “Antigo Testamento” ou “Escrituras hebraicas”. A palavra “Escritura” chegou a ser usada para designar a Bíblia inteira, incluindo o NT. Jesus viu a si mesmo como o cumprimento das promessas das Escrituras em relação ao Messias (Lc 4.21; Jo 7.38; 20.9; At 1.16).

ESDRAS 

(= ajuda) Judeu exilado na Babilônia. Sacerdote e escriba. Enviado por Artaxerxes I a Jerusalém, em 458 a.C., para estabelecer a observância regular da lei judaica na terra (Ed 7). Um dos fundadores do Judaísmo. Tudo o que sabemos dele está contido em Ed 7—10 e Ne 8—10.

ESPERANÇA 

Virtude cristã que opera como recurso mental e espiritual para fazer frente ao futuro. Ao estar centrada em Deus, Senhor de todas as instâncias da vida e em quem se encontram graça e misericórdia (Sl 31.24; 33.20; 39.7; 42.5), a esperança permite ao cristão enfrentar com otimismo e segurança o que está por acontecer. A esperança em Deus, mediante Jesus Cristo, adquire maior profundidade, força e direção graças à participação do Espírito Santo (Rm 5.2-5; 8.20-25; 15.13; Cl 1.27; Hb 11.1). O amor e a fé são virtudes que devem estar permanentemente unidas à esperança (1Co 13.13).

ESPÍRITO DE DEUS 

Poder divino que atua no mundo e nos indivíduos. No AT, é dito que inspira os profetas (Pv 1.23; Is 59.21; Ez 11.5) e os juízes carismáticos (Jz  3.10; 6.34; 11.29; 14.6). Faz com que se mantenha a ordem natural (Gn 1.2; Sl 139.7) e com que os indivíduos assumam a responsabilidade que Deus lhes dá. Ver Espírito Santo.

ESPÍRITO HUMANO 

Alento invisível do qual emana a vida dada por Deus (Sl 31.5; 51.17; 142.3-4). Ao morrer a pessoa, ele volta a quem o deu (Ec 12.7).

ESPÍRITO SANTO 

Nome de uma das três Pessoas divinas (Mt 28.19; 2Co 13.13). A sua obra é evidente desde o início da história (Gn 1.2) e se mostra de maneira particular na vida e ministério de Jesus (Lc 1.35; 3.22; 4.1). Deu-se a conhecer abertamente depois da ascensão de Jesus, quando desceu sobre os crentes (At 2.1-4). A Igreja cristã nasce e se desenvolve tendo o Espírito Santo como o seu mentor (Jo 14.16-17,26; At 1.8). A obra do Espírito é projetada tanto no seio da Igreja (tratando com ela no seu conjunto e com os crentes de forma pessoal) como no mundo.

ESPÍRITOS MALIGNOS 

Termo usado nos escritos de Lucas para descrever os poderes malignos (Lc 7.21; 8.2; 11.26; At 19.12). Também outro dos nomes dados aos demônios ou espíritos impuros que estão sob o controle de Satanás.

ESTER 

Judia órfã que chegou a ser rainha da Pérsia quando Assuero (ou Xerxes, 486- 465 a.C.) a escolheu entre muitas para substituir a rainha Vasti. Com a sua posição de rainha, salvou os seus compatriotas judeus da destruição. Ver o livro de Ester.

ESTÊVÃO 

Primeiro mártir cristão (At 6—7). Morreu apedrejado. Escolhido para ser diácono, como um dos “sete” (At 6.1-6), a sua tarefa consistiu em supervisionar o cuidado dos necessitados na Igreja. Também foi um pregador cheio de fé e de graça, de sabedoria e de poder espiritual (At 6.5,8,10). Pouco antes de morrer, teve uma visão do Senhor Jesus exaltado nos céus (At 7.55-56). Com a sua morte, se iniciou uma furiosa perseguição contra os cristãos de Jerusalém, os quais se viram obrigados a fugir para outras regiões. No seu ritmo e onde quer que se estabeleciam, anunciavam as boas- novas da salvação em Cristo, cumprindo o desejo de Jesus de que o evangelho fosse levado além do circuito restrito de Jerusalém (At 1.8).

ESTOLA 

(1) Vestuário semelhante a um avental que era colocado sobre o peito do sumo sacerdote, suspenso sobre os ombros por duas tiras e decorado com doze pedras preciosas (Êx 28.6-14; 39.2-7). Tinha, além disso, um bolso no qual eram guardados o Urim e o Tumim (Êx 28.15-30; 39.8-21). (2) Certo tipo de imagem cuja forma nos é desconhecida (Jz 8.27; 17.5; 18.14,18,20).

ETIÓPIA 

(= rosto queimado) Parte do reino da Núbia que se estende desde o atual Kartum até Assuã. Não corresponde ao território do Estado moderno da Etiópia. Também é conhecida com o nome de Cuxe (Gn 10.6; 1Cr 1.8-10), o povoado situado mais ao sul de que os judeus tinham notícia. Moisés se casou com uma etíope (Nm 12.1). Os profetas hebreus mencionaram a ruína que viria sobre o reino da Etiópia, que tentou invadir Judá no reinado do rei Ezequias (2Rs 19.9; Is 37.9; Ez 29.10; 30.4-5; 38.5; Sf 3.10).

EÚDE 

(1) Benjamita, segundo juiz de Israel. Assassinou a Eglom, rei de Moabe (Jz 3.15- 30). (2) Filho de Bilã, benjamita (1Cr 7.10; 8.6).

EUFRATES 

O rio mais extenso da Ásia ocidental (Dt 11.24), com um percurso de 2012 km até o golfo Pérsico. É mencionado com frequência na Bíblia (Gn 2.14; Êx 23.31; Dt 1.7; Js 1.4; 2Sm 8.3; 2Rs 24.7; Is 27.12; Jr 46.2,6; Ap 9.14). Ver o Índice de Mapas.

EUNUCO 

Era designado assim, originalmente, o homem que havia sido castrado para servir como guardião das mulheres do seu senhor. Chegaram depois a ter tanta importância nas cortes dos reis antigos, que, ao que parece, o termo deixou de ser aplicado exclusivamente no seu sentido literal e era usado também para designar os funcionários de confiança do rei. Em Mt 19.11-12, a palavra “eunuco” tem sentido figurado, para referir-se aos que permanecem solteiros.

EVA 

(= mãe de todos os viventes) A primeira mulher; esposa de Adão e mãe de  Caim, Abel e Sete (Gn 3.20; 4.1; 1Tm 2.13). Desobedeceu a Deus, como faria também Adão (2Co 11.3). Ver Adão.

EVANGELHO 

(= boa-nova) A boa notícia do cumprimento da promessa que Deus havia feito por meio dos profetas. Essa boa notícia tem a ver com Jesus, o Messias (Mt 11.2-5; Mc 1.14-15; Lc 4.16-21), Salvador e Senhor (Rm 1.2,16-17). Os quatro “Evangelhos” recebem esse nome porque contêm a mensagem das boas-novas de salvação por Jesus Cristo. A palavra “evangelho” aparece 75 vezes no NT. Ver a Introdução aos Evangelhos.

EXÉRCITO 

Antes da unificação da nação, os exércitos de Israel se organizavam somente para atender emergências (Jz 3.28; 4.6). O rei Saul criou o primeiro exército regular israelita (1Sm 13.2; 14.52), posteriormente fortalecido por Davi (2Sm 23.8-39) e Salomão (1Rs 4.26).

EXÍLIO 

Em 732 e em 721 a.C. (2Rs 15.29; 17.6), grande parte das dez tribos do Norte (reino de Israel) foi levada em cativeiro pelos assírios. Mais de um séc. depois, Nabucodonosor deportou para a Babilônia o reino do Sul (Judá), exceto as classes pobres (2Rs 24—25). Quando os persas chegaram ao poder (Jr 25.11-12; 29.10; Dn 9.2), permitiram que os judeus exilados regressassem à Palestina. Os livros de Esdras e Neemias relatam a história desse regresso. Não se sabe com toda certeza o que aconteceu com as dez tribos restantes de Israel levadas para a Assíria.

ÊXODO 

(= saída) Libertação da escravidão, sob a liderança de Moisés, das tribos de Israel que estavam no Egito. Evento que marcou o início do processo da formação de Israel como nação (Êx 12). Foi constantemente recordado como a grande redenção feita por Deus (Jz 6.8; 1Sm 12.6; 1Rs 8.51; 2Cr 7.22; Ne 9.9; Sl 78.12; Is 11.16; Jr 2.6; Ez 20.9; At 7.40; Hb 8.9). Ver o livro de Êxodo para os detalhes dessa libertação.

EXPIAÇÃO, DIA DA 

Festa solene na qual os israelitas celebram o décimo dia do sétimo mês (tishri). Durante esse dia, observavam um estrito jejum. Os detalhes da cerimônia são narrados em Lv 16. O sacrifício do boi e do cabrito, a aspersão do seu sangue e o envio do outro cabrito ao deserto, fora do acampamento, eram cerimônias de reconciliação entre o Deus bondoso e o pecador confesso. Em Hb 9—10 encontra-se uma interpretação cristã desses sacrifícios à luz da expiação de Cristo.

EZEQUIAS 

(= Javé é fortaleza) Décimo terceiro rei de Judá (724-695 a.C.; 2Rs 18— 20; 2Cr 29—32; Is 36—39). Purificou o templo dos cultos idólatras e restaurou o verdadeiro culto a Deus (2Cr 30). Arriscou o seu pacto com o Senhor ao dar ouvidos  aos assírios (Is 39.5-7). O seu filho Manassés o sucedeu no trono.

EZEQUIEL 

(= Deus fortalece) Profeta que exerceu o seu ministério em Judá. Em  597 a.C. foi deportado para a Babilônia com Joaquim. Viveu com judeus exilados junto ao rio Quebar (Ez 1.1,3; 3.15). No quinto ano do seu exílio, recebeu o chamado para ser profeta. Profetizou de 593 a 571 a.C. (Ez 1.1-2; 29.17). Ver o livro de Ezequiel para conhecer as suas profecias.


F.

FALSOS CRISTOS, FALSOS PROFETAS 

Tanto Jesus como os apóstolos advertiram os cristãos para discernirem entre aqueles que, não sendo, pretendiam ser reconhecidos como mestres e líderes e aqueles que de fato eram (Mt 7.15; 1Jo 4.1). No final dos tempos, haverá mais pessoas que pretendam atribuir a si essas qualidades (Mt 24.11,24; Mc 13.22).

FAMÍLIA 

Nos tempos do AT, a família incluía o clã, os filhos, os primos, os avós, os servos e os escravos (Gn 46.8-26). Depois do exílio e já na época do NT, o tamanho da unidade familiar foi reduzido, especialmente porque as pessoas começaram a viver em cidades. Os deveres tradicionais atribuídos ao pai eram os de provedor, mestre, educador e sacerdote; e os da mãe, dona de casa e mestra. Os deveres dos membros da família eram considerados de origem divina (Ef 5.22—6.9; Cl 3.18-22). Também a Igreja é chamada de “família de Deus” (Gl 6.10; Ef 2.19; cf. Ef 3.15; 1Pe 4.17).

FARAÓ 

Título dos reis do Egito, usado durante a época do AT. Houve diferentes dinastias de faraós. O faraó que deu as boas-vindas à família de José (Gn 37—50) pertencia a uma dinastia diferente da que converteu em escravos os hebreus (Êx 1—2) e depois teve de permitir a sua saída (Êx 5—12).

FARISEUS 

Um dos principais grupos religiosos judaicos nos tempos de Cristo. Eram muito rigorosos na obediência à lei de Moisés e a outros ritos e costumes que se agregaram com o passar do tempo. Os fariseus foram críticos declarados de Jesus e desafiaram a sua autoridade divina (Mt 9.11; 16.1-4; Jo 9.13), apesar de alguns deles o protegerem (Lc 13.31). Ver Fariseu na Concordância Temática.

FÉ 

Dom espiritual (Ef 2.8) dado por Deus a todo aquele que busca a salvação em Cristo Jesus (Rm 10.8,17). Por meio da fé, é possível conhecer a natureza, a vontade e os propósitos de Deus (Hb 11.3) segundo ele os revelou. O seu desenvolvimento se dá mediante a disciplina espiritual diária, isto é, confiando plenamente na graça de Deus em todas as circunstâncias da vida. A fé é fundamental para se ter uma experiência cristã abundante e rica. A Bíblia mostra numerosos ensinamentos a respeito da fé (Tg 1.6; 2.5; 1Pe 1.7-9).

FÉLIX 

(= o feliz) Procurador da Judéia (52-59 d.C.). Em 55 d.C., pôs fim a uma revolta instigada por um falso messias (At 21.38). Esperando receber suborno, manteve Paulo aprisionado durante dois anos (At 24.26), ainda que reconhecesse a sua inocência (At 23.29). Assim quis também assegurar o apoio dos judeus (At 24.27).

FERMENTO 

Substância que se mistura com a massa de farinha para fazer com que esta fermente antes de colocá-la no forno. Na Bíblia, o fermento é símbolo do que penetra e cresce, umas vezes com sentido benéfico e outras com efeitos daninhos. No AT, se ordena que o pão da Páscoa seja sem fermento, como lembrança do sofrimento e da precipitação com que ocorreu a saída do Egito (Dt 16.3). Considerada a fermentação como uma forma de corrupção, as ofertas com fermento eram proibidas (Lv 2.11). Jesus parece empregar a figura com esse sentido quando disse aos seus discípulos que tivessem cautela com o “fermento dos fariseus e dos saduceus” (Mt 16.6). O mesmo faz Paulo quando exorta os coríntios a lançarem fora “o velho fermento” (1Co 5.6-8). Jesus, por outro lado, compara o reino de Deus com o fermento, pela forma irresistível que essa penetra na massa até deixá-la completamente fermentada (Mt 13.33).

FESTAS 

Dia ou conjunto de dias que em cada ano são dedicados especialmente ao Senhor (Lv 23.2,4; Nm 15.3). As festas mencionadas no AT são: (1) Dos Pães Asmos ou Páscoa (Êx 23.15; Lv 23.5), que se celebra anualmente. (2) Das Semanas, chamada mais tarde Pentecostes (Êx 23.16; 34.22; Nm 28.26; At 2.1), para celebrar a colheita anual. (3) Dos Tabernáculos ou Cabanas (Êx 23.16; 34.22; Lv 23.34; Dt 16.13), para comemorar a peregrinação pelo deserto. (4) Do Sábado (Lv 23.2-3), para o descanso semanal. (5) Do dia de fazer soar as trombetas (Lv 23.24; Nm 29.1). (6) Do Dia da Expiação (Lv 23.26-31) e (7) de Purim (Et 9), festas que são celebradas a cada ano. No NT, se faz referência a uma festa posterior, a da Dedicação (Jo 10.22). Ver cada festa separadamente e a tabela Festas judaicas e dias sagrados.

FESTO 

Sucessor de Félix como procurador da Judéia e amigo de Herodes Agripa II (At 25.13). Perante ele, Paulo apelou à autoridade do imperador (At 25.11).

FILACTÉRIOS 

Pequenas tiras de pergaminho nas quais estavam escritas certas passagens importantes da Lei e que eram guardadas em estojos de pele de novilho. Os judeus as usavam desde os 13 anos de idade: umas eram atadas no braço esquerdo, em direção ao coração, e outras eram colocadas na frente. O costume se baseia em Êx 13.9,16.

FILEMOM 

(= afetuoso) Dono do escravo Onésimo, membro da igreja de Colossos e destinatário da epístola de Paulo que leva o seu nome.

FILHO 

Na Bíblia, esta palavra é usada tanto em sentido literal como figurado. (1) Israel, primogênito de Deus (Êx 4.22; Rm 9.4); os israelitas são considerados filhos de Deus (Dt 14.1-2) graças à aliança que Deus fez com eles. (2) A descendência de Davi, israelita e filho especial de Deus (Sl 2.7). (3) Jesus, Filho único do Pai (Rm 8.3,32; Gl 4.4; Hb 2.10-17). (4) Os crentes em Jesus, que são adotados como filhos de Deus, nascidos do Espírito (Jo 1.12; Rm 8.15; Gl 4.6; 1Jo 3—4). (5) Os que são como Deus em caráter (Mt 5.9,45; Lc 6.35).

FILHO DO HOMEM 

Expressão que aparece muitas vezes no AT com o  sentido geral de “filho de homem”, isto é, ser humano. Na literatura apocalíptica, desde Daniel (7.13-14,27), essa expressão adquire um significado específico e misterioso. Nessa passagem, aparece alguém chamado de um “Filho do Homem” que vem entre as nuvens e a quem lhe foi dado o poder, a glória e o reino. Esse personagem foi imediatamente identificado com o Messias. Assim acontece nos Evangelhos: Jesus sempre usa a expressão na terceira pessoa, porém a aplica a si mesmo (Mt 16.13-16). Une, contudo, o antigo conceito com o do servo de Deus que sofre (Is 53; Mc 8.31; 9.31; Jo 3.14-15). A expressão “Filho do Homem”, sem dúvida um título messiânico, afirma a natureza humana de Jesus Cristo e a forma como este revela a sua missão divina.

FILIPE 

(= amigo de cavalos) Nome de quatro pessoas mencionadas no NT. (1) Filho de Herodes, o Grande, cuja esposa, Herodias, o abandonou para viver com Herodes Antipas (meio irmão de Filipe: Mt 14.3; Mc 6.17). (2) Outro filho de Herodes, o Grande; foi tetrarca de Ituréia (Lc 3.1). (3) O apóstolo de Jesus (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.14; Jo 1.43-46; 12.21; 14.8; At 1.13). (4) Evangelista e um dos sete diáconos (At 6.5; 8.5-13,26-38).

FILIPOS 

Cidade construída no oeste da Macedônia, em 357 a.C., por Filipe II, pai de Alexandre Magno. Primeira cidade europeia onde foi pregada a fé cristã (At 16). Paulo escreveu uma epístola à igreja estabelecida nela. Ver o Índice de Mapas.

FILISTEUS 

Grupo que, ao que parece, fazia parte de tribos conhecidas como “os povos do mar”. Chegaram à zona costeira da Palestina procedentes de Creta, Chipre e das ilhas do mar Egeu. O seu território era conhecido como “terra dos filisteus” ou “Filístia”. Tinham cinco “cidades-estados”: Gaza, Asquelom, Gate, Asdode e Ecrom, que formavam uma estreita rede de assentamentos e uma unidade militar e social muito eficiente. Essas cidades constituíam a chamada Pentápolis filistéia. O seu deus protetor era Dagom. No decorrer do tempo dos juízes e por questões de fronteiras, houve muitas guerras entre os israelitas e os filisteus. Estas terminaram quando o rei Davi os venceu.

FOGO 

Um dos elementos mais ativos da natureza e indispensável para a vida humana. Entre as primeiras referências ao fogo no AT, está a coluna que em “aparência de fogo” dava calor aos israelitas no deserto (Nm 9.15-16). Também no AT é sinônimo de castigo divino (Nm 11.1). De Deus é dito em Dt 4.24 e Hb 12.29 que é “fogo consumidor”. Paulo escreve sobre a prova do fogo (1Co 3.12-15) pela qual passam os crentes.

FÔLEGO DE VIDA 

Elemento fundamental da vida (Gn 1.30) que, ao morrer a pessoa, regressa a Deus, que o criou (Gn 2.7; Ez 37). Refere-se ao poder de Deus (Jó 4.9; 37.10; Sl 18.15) ante a insignificância do ser humano (Sl 62.9).

FRUTO 

A lei de Moisés considerava imundo o fruto das árvores frutíferas durante os primeiros três anos depois de plantados. No quarto ano, os frutos eram consagrados ao Senhor e, depois do quinto, estavam disponíveis para que o povo os comesse (Lv 19.23- 25). Os israelitas tinham grande estima pelas árvores frutíferas, tanto que cuidavam em não cortá-las (Dt 20.19-20). A palavra fruto é usada também em sentido metafórico; p. ex., o fruto do Espírito (Gl 5.22) ou o fruto dos lábios (Hb 13.15).



G.

GABRIEL 

(= herói de Deus) Arcanjo enviado por Deus com mensagens especiais (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26). Ver Anjo.

GADE 

(= boa fortuna) (1) Sétimo filho de Jacó, nascido de Zilpa, serva de Lia (Gn 30.10-11). Os seus descendentes formaram a tribo que leva o seu nome (Gn 49.19; Dt 33.20) e se estabeleceram em Gileade, a leste do Jordão (Nm 32; Js 22.10-34). (2) Profeta que aconselhou a Davi (1Sm 22.5; 2Sm 24.13; 1Cr 21.11), organizou a música para ser usada no primeiro templo (2Cr 29.25) e compilou a história do reino de Davi (1Cr 29.29). (3) Deus cananeu da fortuna (Js 12.7; 13.5). Ver o Índice de Mapas.

GALÁCIA 

(1) Região setentrional da Ásia Menor, assim chamada depois da invasão dos gauleses no séc. III a.C. (At 16.6; 18.23; 1Co 16.1; Gl 1.2; 3.1; 2Tm 4.10; 1Pe 1.1). Em 25 d.C., tornou-se província romana. Compreende as cidades de Antioquia, Icônio, Listra e Derbe, as quais Paulo visitou na sua primeira viagem missionária (At 12.25— 14.28). (2) Parte da província na qual viveram os gálatas (At 16.6; 18.23). Paulo escreveu uma epístola muito importante às igrejas dessa região (Gl 1.2). Ver o Índice de Mapas.

GALILÉIA 

Região mais setentrional da Palestina, localizada a oeste do Jordão e do mar da Galiléia. Nessa região Jesus começou o seu ministério (Mc 1.9,39; Lc 4.14). O Jesus ressuscitado apareceu ali aos seus discípulos (Mt 28.16).

GALILÉIA, MAR DA 

Lago alimentado pelo rio Jordão. Mede 21 km de comprimento e 13 km de largura. Também é conhecido como mar de Quinerete (Nm 34.11; Js 12.3), lago de Genesaré (Lc 5.1) e mar de Tiberíades (Jo 21.1). As suas águas permitiam uma florescente atividade pesqueira. Devido à altura das colinas que o rodeiam, o contraste nas temperaturas provoca tormentas repentinas e violentas (Mt 8.24-27; 14.22-33). Jesus ministrou tanto nas suas margens como mar a dentro (Mt 4.13; 15.29). Ver o Índice de Mapas.

GAMALIEL 

(= recompensa de Deus) (1) Líder da tribo de Manassés que ajudou Moisés no censo no deserto (Nm 1.10; 2.20; 7.54,59; 10.23). (2) Fariseu, membro do Sinédrio, o qual aconselhou não tomar uma decisão precipitada contra os apóstolos (At 5.34-39). Foi mestre de Paulo (At 22.3).

GATE 

Uma das cinco principais cidades filistéias, famosa por ser a cidade de Golias (1Sm 17.4). Fortificada no tempo de Roboão (2Cr 11.8), caiu ante Hazael, rei da Síria (2Rs 12.17). A sua localização, todavia, não foi estabelecida. Ver Filisteus e o Índice de Mapas.

GAZA 

Importante cidade localizada ao extremo sul do território filisteu; cenário de uma das lutas de Sansão (Jz 16.1-3), assim como do seu fim (Jz 16.21-31). Alexandre Magno a destruiu (Am 1.6-7; Sf 2.4; Zc 9.5). Ver Filisteus e o Índice de Mapas.

GEDALIAS 

Nome de várias pessoas do AT, sendo a mais importante delas, um descendente de Judá de alta hierarquia, foi nomeado por Nabucodonosor governador de Judá em 597 a.C. Protegeu Jeremias, porém foi assassinado pouco depois de assumir o cargo (2Rs 25.22-25; Jr 39.14; 40.5-16; 41.1-18; 43.6).

GENEALOGIA 

Compilação dos nomes dos antepassados de uma pessoa. As principais árvores genealógicas do AT estão em 1Cr 1—9. A descendência humana de Jesus Cristo é encontrada em Mt 1.1-17 e Lc 3.23-38. O NT mostra menos interesse que o AT nas genealogias, pois o novo povo de Deus nasce espiritualmente e provém de uma grande variedade de nações.

GENTIOS 

Nome dado pelos judeus aos não-judeus (Ed 6.21; Rm 15.16); nesse sentido, também eram chamados de “gregos” (Rm 1.16; 2.9). Foram admitidos na Igreja através do batismo com base na sua fé, sem que lhes fosse exigido submeter-se à lei de Moisés (At 10.45; 11.18; 15.1-29; 5).

GERIZIM 

Montanha localizada em Samaria, a sudoeste do monte Ebal. Nesse lugar, seis tribos israelitas recitaram as bênçãos pela observância da Lei, antes de entrar em Canaã (Dt 27). Ver Ebal e o Índice de Mapas.

GETSÊMANI 

(= lagar de azeite) Jardim localizado ao pé do monte das Oliveiras, em frente a Jerusalém, e a leste do ribeiro de Cedrom (Jo 18.1-12). Ali, Jesus experimentou uma profunda agonia e foi preso (Mt 26.36-56; Mc 14.32-52; Lc 22.39- 54).

GIBEÃO 

A mais importante das quatro cidades hevéias (Js 9.17). Depois chegou a pertencer à tribo de Benjamim (Js 18.25). Antes da construção do templo, foi um lugar importante de adoração no qual ministrava Zadoque (1Cr 16.39-40) e orava Salomão (1Rs 3.3-15; 9.1-2).

GIDEÃO 

Líder carismático das tribos de Israel, cuja história se encontra em Jz 6.1—9.6. Libertou o seu povo dos midianitas, beduínos que haviam se instalado na zona central da Palestina (Jz 6.3). É um dos heróis da fé (Hb 11.32).

GILEADE 

Terra habitada por Israel ao leste do Jordão (Dt 3.13). A sua conquista é descrita em Dt 2—3. Mais tarde, o povo de Gileade caiu na idolatria (Os 6.8; 12.11), foi vencido por Hazael (2Rs 10.32-34) e levado cativo para a Assíria (2Rs 15.27-29). Ver o Índice de Mapas.

GILGAL 

(= círculo de pedras) O primeiro lugar da Palestina onde Israel acampou depois de cruzar o Jordão (Js 4.19-20). Ali, restaurou Josué o antigo rito hebraico da circuncisão (Js 5.2-9). O altar de pedras erigido como memorial chegou a ser um santuário pagão (Os 4.15; Am 4.4). Ver o Índice de Mapas.

GLÓRIA 

Auto revelação da santidade, pureza e natureza de Deus (Sl 24.10). A nuvem luminosa (shekiná) que apareceu na tenda da congregação e no templo, no AT, manifestava a glória de Deus (Êx 15.11; 16.10; Nm 14.10; 16.19), a presença ativa de Deus para salvar o seu povo. No NT, a glória de Deus se revela em Jesus, Filho de Deus encarnado (Jo 1.14), e particularmente na sua morte, ressurreição e ascensão (Jo 17.1; Hb 1.3; ver Jo 1.14, nota r). Os seres humanos dão glória a Deus no sentido de adorá-lo e louvá-lo, porque ele é o Senhor (Lc 2.14; Rm 11.36; Fp 1.11).

GOGUE, MAGOGUE 

Potências apocalípticas (Ap 20.8) que se reúnem junto às nações da terra ou são nomes coletivos delas, na batalha decisiva contra Deus. Os nomes são tirados de Ez 38.2, porém, nessa passagem, Magogue é um país, e Gogue, o seu rei. A identificação de um país com uma pessoa é algo comum na literatura dos rabinos.

GÓLGOTA 

(= caveira) Lugar onde Jesus foi executado (Mt 27.33; Mc 15.22; Jo 19.17). Localizava-se nos arredores da cidade velha de Jerusalém. Ver Calvário.

GOLIAS 

Gigante guerreiro do exército filisteu (1Sm 17). Morreu enfrentando Davi, jovem e indefeso israelita. Esse feito deu origem a um dos relatos mais conhecidos do AT.

GÔMER 

(1) Filho mais velho de Jafé (Gn 10.2-3) e antepassado dos cimérios que se estabeleceram em Capadócia. (2) Esposa do profeta Oséias, ao qual deu três filhos (Os 1.2-9).

GÓSEN 

Parte oriental do delta do Nilo, no Egito, onde viveram os israelitas (Gn 47.6,27). A sua terra era boa para a criação de animais (Gn 46.34; 47.1,4,6).

GRAÇA 

Bondade excepcional de Deus para com os seres humanos (como pecadores), para tornar possível o seu perdão e salvação (Jo 1.14; Ef 2.4-5). Essa misericórdia imerecida está sempre disponível para aqueles pecadores que creem no evangelho e obedecem ao Senhor (At 11.23; 20.32; 2Co 9.14). Os cristãos primitivos usavam essa palavra quando se reuniam e se saudavam (Rm 1.7; 1Co 1.3; Gl 1.3).

GRÉCIA, GREGOS 

Nome dado aos povos da península balcânica, no sudeste da Europa. Alexandre Magno (356-323 a.C.) estendeu a civilização grega pelo vasto império que criou. Fundou cidades e possibilitou que a filosofia, as ciências, a moralidade, os costumes e língua gregas (koiné) se espalhassem por todas as partes. A Palestina não se livrou dessa influência. A obra de Alexandre continuou mesmo depois da sua morte, quando o seu império foi dividido entre os seus quatro generais (os “diádocos”).

GUERRA 

Como quase todas as atividades em Israel, a guerra tinha um significado religioso. Os sacerdotes iam com os soldados (Dt 20.1-4; 2Cr 13.12-16) e ofereciam sacrifícios antes das batalhas (1Sm 7.8-10; 14.37; 23.2). A imagem da guerra é usada no NT para descrever o triunfo de Cristo sobre Satanás (Ap 16.14-16; 17.14; 19.14).



H.

HABACUQUE 

(= abraço) Nome de um profeta do séc. VIII a.C., contemporâneo de Naum e autor do livro que leva o seu nome. Nas Escrituras, aparece entre os chamados profetas menores. Sabe-se muito pouco sobre ele.

HADES 

Palavra grega que significa “o invisível”. Os gregos deram primeiramente esse nome ao “rei” do mundo invisível; e, depois, ao “lugar profundo” onde repousam os espíritos uma vez despojados dos seus corpos. Traduzido por “inferno”, no NT o “hades” é o oposto ao céu (Mt 11.23; Lc 10.15) e está associado à morte (Mt 16.18; Ap 1.18; 20.13-14). Ver Inferno.

HARà

(1) Cidade situada na rota principal entre Nínive e Alepo. Associada a Abraão (Gn 11.31; At 7.2,4), foi a terra de Rebeca (Gn 27.43). Jacó fugiu para Harã para escapar de Esaú e ali formou a sua família (Gn 28.10; 29.4—30.24). (2) Nome pessoal do irmão de Abraão (Gn 11.26-31).

HAZAEL 

(= a quem Deus observa) Poderoso rei da Síria e açoite de Israel durante os reinados de Jorão, Jeú e Jeoacaz. Ungido rei por Eliseu para suceder a Ben-Hadade (2Rs 8.7-15). Reinou durante os anos 841 a 798 a.C.

HEBREU 

Antigo nome dos israelitas. Quando Paulo se referiu a si mesmo como sendo “hebreu de hebreus” (Fp 3.5), provavelmente refere-se ao fato de que era um hebreu que falava hebraico.

HEBROM 

(= confederação) (1) Cidade muito antiga, situada a 31 km a sudoeste de Jerusalém, originalmente conhecida como Quiriate-Arba (Js 14.15; 15.13). Conquistada por Calebe (Js 14.6-15; 15.14-19), serviu de capital ao reino de Davi (2Sm 5.3-5) antes que ele se instalasse em Jerusalém. Mais tarde, Absalão teve o seu quartel general nessa cidade quando se rebelou contra o seu pai (2Sm 15.7-12). Ver o Índice de Mapas. (2) Nome de vários personagens do AT (Êx 6.18; 1Cr 2.43).

HERANÇA 

Bens que passam de um possuidor a outro por sucessão. Na história de Israel, Canaã era a herança do Senhor para o seu povo (Êx 15.17). Para atribuir uma porção daquela terra a cada tribo, ela foi dividida (Js 18.2-10). A lei de Moisés assume que a terra pertence à família; o filho mais velho recebe porção dobrada, e os outros irmãos, o restante, com partes iguais (Nm 27.8-11). No NT, se dá uma conotação espiritual ao conceito de herança; assim, Deus, por meio de Cristo (o verdadeiro herdeiro), beneficia os crentes com a salvação (Rm 4.13-15; Gl 5.21; Hb 1.2) e com uma herança incorruptível reservada no céu (1Pe 1.4). Tudo isso está garantido pela possessão do Espírito Santo (Ef 1.13-14).

HERODES 

Nome de vários governantes que são mencionados no NT. (1) Herodes, o Grande (Mt 2), fundador da dinastia, filho de pai idumeu e de mãe árabe, reconstruiu o grande templo de Jerusalém e governou quase toda a Palestina. Morreu no ano 4 a.C.

(2) Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande, governou quando Jesus era adulto (Mt 14.1; Lc 23.8). (3) Herodes Filipe, ou Filipe, marido de Herodias, irmão de Herodes Antipas e filho de Cleópatra (Mc 6.17; Lc 3.1). (4) Herodes Agripa I (At 12.1-25), neto de Herodes, o Grande. (5) Herodes Agripa II, filho de Herodes Agripa I; é conhecido no NT simplesmente como Agripa (At 25—26).

HERODIAS 

Neta de Herodes, o Grande, casou-se com o seu tio Filipe. Mais tarde, Herodes Antipas, irmão de Filipe, tomou-a por esposa; tal ação foi reprovada por João Batista, devido à imoralidade que isso representava (Lc 3.19-20). A filha do seu primeiro esposo, Salomé (Mc 6.22), lhe pediu a cabeça do profeta de Deus (Mt 14.1- 12).

HETEUS (OU HITITAS) 

Povo da Ásia Menor e do Norte da Síria. Junto com os egípcios e mesopotâmicos, tomou parte nos três grandes poderes que o nascente Israel teve de enfrentar (2Rs 7.6). Nos tempos de Abraão (Gn 23), habitaram em Hebrom. Esaú se casou com mulheres hetéias (Gn 26.34; 27.46). Davi contratou  guerreiros heteus (1Sm 26.6; 2Sm 11.3; 23.39). Mais tarde, Salomão os submeteu e obrigou-os a pagar tributo e a servi-lo (1Rs 9.20-21).

HOLOCAUSTO 

(= inteiramente queimado) Nome que se dá a uma forma de sacrifício em que a vítima é totalmente consumida pelo fogo (Lv 1). No templo de Jerusalém, eram oferecidos holocaustos duas vezes ao dia, um pela manhã e outro à tarde. As pessoas podiam, além disso, oferecer um holocausto como sacrifício privado por meio dos sacerdotes. Ver Sacrifício.

HOMEM 

Ser humano, criado por Deus como varão e mulher (Gn 1.27; 2.20); dependente de Deus (Gn 1.26; 2.7), mortal e pecador (Gn 3). Também capaz, através da graça de Deus, de ser renovado (Ef 2.15; 4.24; Cl 3.10) conforme a imagem de Jesus, o ser humano perfeito (2Co 4.4; Cl 1.15).

HORA 

Um doze-avos do período de luz do dia, desde o amanhecer até o pôr-do-sol (Jo 11.9). Algumas vezes, a palavra “hora” é usada na Bíblia para indicar uma situação de crise, especialmente no ministério de Jesus (Mt 25.13; Mc 14.41; Jo 2.4; 7.30; 8.20; 12.23).

HOSANA 

(= salva agora) Originalmente, uma petição, foi usada depois como expressão de louvor quando Jesus entrou em Jerusalém (Mt 21.9,15; Mc 11.9-10; Jo 12.13).

HULDA 

(= doninha) Profetisa que habitou no reino de Josias (2Rs 22.14-20; 2Cr 34.22-28). Confirmou que o rolo da Lei encontrado por Hilquias no templo era genuíno.

HUMILDADE 

Virtude que deve ser cultivada, pois Deus se humilhou (Sl 113.5-6), e também Cristo, quando adotou a forma humana (Fp 2.5-11). A humildade e a mansidão agradam a Deus (Sl 147.6; 149.4; Pv 3.34; Tg 4.10; 1Pe 3.8; 5.5). Jesus deixou um exemplo de humildade com a sua vida e ministério, o qual os cristãos devem seguir (Mt 11.29; Jo 13.1-5; 2Co 8.9).



I.

IDOLATRIA 

Culto prestado à criatura ao invés de ao Criador, seja como culto a deuses pagãos ou a imagens que representem o Senhor. Os israelitas caíram repetidamente nessa última prática (Êx 32; 2Cr 34.33; Os 8.4; 10.5) e estiveram com frequência perto da primeira (1Rs 16.31-33). Desde o princípio, se condenou qualquer forma de idolatria (Êx 20.4; 34.13,17; Dt 4.16), e os profetas sempre falaram contra ela (Sl 115.4-7; Is 2.8; 40.18-20; 44.6-20). O NT sustenta essa condenação (1Tm 1.9; 1Jo 5.21) e amplia o seu significado para incluir atitudes como a avareza (Cl 3.5). Ver Baal, Imagem e Poste- ídolo.

IGREJA 

Palavra de origem grega que, no uso comum, significava “assembleia” ou “reunião”, celebrada com prévia convocação ou chamado. Em Atenas, a eklesia era a assembleia dos cidadãos. Paulo usa com frequência essa palavra para referir-se tanto à congregação local de crentes cristãos como à comunidade cristã universal. No NT, o termo não é usado para designar o edifício onde os cristãos se reúnem.

IMAGEM 

(1) Representação material de um deus. As imagens de madeira, metal ou pedra, ou em tecido, são convertidas em ídolos quando são objetos de adoração. Em Israel, o seu uso foi condenado (Jr 10.3-5; Os 11.2). (2) Os seres humanos foram criados à imagem de Deus (Gn 1.26-27) e refletem a natureza do Criador. (3) Jesus Cristo é a imagem perfeita de Deus (2Co 4.4; Cl 1.15). Ver Idolatria.

IMPOSIÇÃO DE MÃOS 

Ação de pôr as mãos sobre alguém ou algo. No Dia da Expiação, o sumo sacerdote colocava as suas mãos sobre o bode, confessava o pecado de Israel e mandava o animal para o deserto (Lv 16.21) para afastar assim o pecado de Israel. Um procedimento semelhante era utilizado nos sacrifícios oferecidos no templo (Lv 1.4; 3.2; 4.4). Os levitas eram ordenados por imposição de mãos (Nm 8.10) e, de igual modo, os ministros cristãos (At 6.5-6; 1Tm 5.22; 2Tm 1.6). Mais tarde, o dom do Espírito esteve ligado a esse procedimento simbólico (At 8.14-19; 9.12,17).

INCENSO 

Substância resinosa que se obtém de certas árvores da Arábia e África para ser utilizada como perfume. O incenso puro é custoso. A mistura usada como incenso no tabernáculo e no templo é descrita em Êx 30.34-38. Havia um altar para o incenso (Êx 30.1-9). Somente os sacerdotes podiam oferecê-lo a Deus; o fogo era tirado do altar do holocausto e era posto no altar do incenso; depois, o incenso, que ficava em um vaso de ouro, era derramado sobre o fogo (Lc 1.8-10), sendo que o efeito dele simbolizava a oração que subia a Deus (Sl 141.2; Ap 8.3-5). Os magos ofereceram incenso ao menino Jesus quando o visitaram (Mt 2.11).

INFERNO 

Tradução da palavra gehena, nome de um vale vizinho a Jerusalém onde, durante um tempo, eram feitos sacrifícios de crianças (rituais pagãos nos quais as crianças eram passadas pelo fogo: 2Rs 23.10; 2Cr 28.3; 33.6; Jr 7.31; 32.35). Os escritores judeus empregaram a palavra para aludir ao castigo eterno; Jesus e os apóstolos adotaram esse uso (Mt 5.22,29-30; Mc 9.43; Lc 12.5). Ver Hades.

IRMÃOS DO SENHOR 

Os Evangelhos mencionam como irmãos de Jesus a Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13.55; Mc 6.3). Somente depois da ressurreição de Jesus é que creram nele como o Messias (Jo 7.5; At 1.14; 1Co 15.7).

ISABEL 

(= Deus é plenitude) Esposa do sacerdote Zacarias e mãe de João Batista; parente de Maria, a mãe de Jesus (Lc 1.5-57).

ISAÍAS 

(= salvação de Javé) Profeta que serviu nos reinos de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. Começou a profetizar em 740 a.C. (Is 6.1) e continuou pelo menos até 681 a.C., ano da morte de Senaqueribe, rei da Assíria (Is 37.38). A sua profecia está dominada pela visão da santidade de Deus, visão que teve quando foi chamado para ser profeta (Is 6). Fala de Deus como Santo de Israel que pede santidade na aliança com o seu povo. É considerado o profeta messiânico por excelência.

ISAQUE 

(= o que ri) Filho de Abraão e Sara, a qual riu ante a possibilidade de gerarem um filho na sua velhice (Gn 17.17; 18.12-15; 21.6). Em Isaque, Deus continuou a promessa feita a Abraão (Gn 12.1-3; Rm 4.16-21; 9.7-9). Depois de haver sido apresentado a Deus como oferta (Gn 22; Hb 11.17-19), casou-se com Rebeca (Gn 24), de quem teve filhos gêmeos (Esaú e Jacó, Gn 25.22-26).

ISMAEL 

(= Deus escuta) Nome de vários personagens do AT. O mais importante deles foi o filho de Abraão e Agar (Gn 16.15-16; Gl 4.21-31), o qual, expulso junto com a sua mãe do acampamento tribal (Gn 21.8-21), casou-se, mais tarde, com uma egípcia e chegou a ser o pai de doze príncipes (Gn 25.12-16). Os árabes são os seus descendentes (Gn 37.28,36; Jz 8.24).

ISRAEL 

(= o que luta contra Deus) (1) O filho de Isaque, também chamado de Jacó (Gn 32.28). (2) O povo de Israel, formado pelos descendentes dos doze filhos de Jacó (Gn 32.32; 34.7; 49.16; Êx 1.7). (3) O reino de Israel, constituído por dez tribos, cujo primeiro rei foi Jeroboão e cujo território estava localizado no Norte de Canaã (1Rs 12). Esse reino aumentou de 931 a 721 a.C. (2Rs 17). Ver Reis de Israel.

ISSACAR 

Quinto filho de Jacó e Lia (Gn 30.18; 35.23). O seu nome é dado a uma das tribos de Israel (Gn 46.13; Êx 1.3; Nm 26.23-24; Js 19.17-25). Ver o Índice de Mapas.


J.

JACÓ 

(= o que agarra) Irmão gêmeo de Esaú e filho de Isaque e Rebeca (Gn 25.26). A sua história é contada com detalhes em Gn 26—50. Obteve a primogenitura e a bênção paternas (que eram de Esaú) e chegou a ser “pai” do povo de Israel através dos seus doze filhos: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom (de Lia, Gn 29.32-35; 30.17- 21); Dã e Naftali (de Bila, Gn 30.4-8); Gade e Aser (de Zilpa, Gn 30.10-12) e José e Benjamim (de Raquel, Gn 30.22-24; 35.18). Deus lhe pôs o nome de Israel (Gn 32.28).

JAVÉ 

Ver Senhor.

JEFTÉ 

(= Javé liberta) Oitavo juiz e líder das tribos de Israel (Jz 10.6—12.7). Submeteu os amonitas e depois — a fim de cumprir um voto — se viu obrigado a oferecer a sua filha como holocausto ao Senhor (11.39).

JEJUM  

A abstinência de comida por motivos religiosos era requisito da Lei unicamente no Dia da Expiação (Lv 16.29,31; 23.27-32). Cada pessoa tinha a liberdade de optar por essa prática (2Sm 12.16,21-23). No regresso do exílio, se estabeleceram quatro jejuns para recordar os dias do exílio (Zc 7.1-7; 8.19). Mais tarde, o jejum foi incluído na Festa de Purim (Et 4.1-3,15-17). Jesus aprovou o jejum, porém fez sérias advertências sobre o mau uso da prática (Mt 6.16-18; 9.14-17).

JEOACAZ 

(= Javé tem segurado) (1) Décimo primeiro rei de Israel (814-798 a.C.), filho e sucessor de Jeú (2Rs 13.1-9). (2) Terceiro filho de Josias e rei de Judá durante três meses em 609 a.C. (2Rs 23.30-34).

JEOAQUIM 

(= Javé assenta) Filho de Josias e décimo oitavo rei de Judá (609-597 a.C.; 2Rs 23.36—24.7; 2Cr 36.5-8; Jr 22—36).

JEOÁS 

(= Javé deu) Filho de Jeoacaz e décimo segundo rei de Israel (798-793 a.C.; 2Rs 13.9—14.17).

JEORÃO 

Quinto rei de Judá (848-841 a.C.; 2Rs 1.17; 8.16-24; 2Cr 21.1-20).

JEREMIAS 

(= Javé exalta) Um dos grandes profetas de Israel. Proclamou a palavra de Deus do ano treze do rei Josias (626 a.C.) e o fez durante quarenta anos, durante os reinados de Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. Testemunha da queda de Judá sob os babilônios, foi levado depois para o Egito junto com o seu secretário Baruque e outros.

JERICÓ 

“Cidade das Palmeiras” (Dt 34.3), situada a 27 km a leste de Jerusalém e a uma altitude inferior ao nível do mar. Cidade muito antiga conquistada pelos israelitas (Js 6). Herodes, o Grande, restaurou-a muitos séculos depois. Jesus visitou essa nova cidade, segundo relatam os Evangelhos (Mc 10.46; Lc 10.30; 18.35; 19.1). Ver o Índice de Mapas.

JEROBOÃO 

(= que o povo se multiplique) (1) Primeiro rei do reino do Norte (Israel) entre 931 e 910 a.C. (1Rs 11.26—14.20; 2Cr 10.2—13.20). Liderou uma revolta contra Salomão. Exilado no Egito, regressou para fundar o reino de Israel, constituído por dez tribos. (2) Décimo terceiro rei de Israel, conhecido como Jeroboão II (793-753 a.C.; 2Rs 14.23-29). O profeta Amós criticou muito a sua capital, Samaria, assim como os abusos do seu reinado (Am 3.9).

JERUSALÉM 

Cidade jebuséia, em Judá. Conquistada por Davi no séc. X a.C., para convertê-la em capital do seu reino e em cidade santa dos israelitas (2Sm 5). Salomão a transformou em uma grande cidade com o seu programa de construção do templo, do palácio real e das muralhas (1Rs 4—8). No período da monarquia dividida, foi a capital de Judá (1Rs 14.21). Em 586 a.C., foi destruída por Nabucodonosor (2Rs 25); porém, em 538 a.C., começou o processo de reconstrução do templo e das muralhas (Ed 1; Ne 2). Mais tarde, Herodes, o Grande, a tornou de novo uma grande cidade, com o templo reconstruído. Em 70 d.C., os romanos a destruíram (Lc 21.20). Ver o Índice de Mapas.

JESUS 

(= salvador) Ver Jesus Cristo, Cristo e Messias.

JESUS CRISTO 

Combinação do nome pessoal “Jesus” com o título “Cristo”. Portanto, “Jesus Cristo” quer dizer “Jesus, o Messias”. Cf. Mt 1.1,18; 2Co 4.5; 1Jo 2.1. Ver Cristo e Messias.

JETRO 

Sogro de Moisés (Êx 3.1; 4.18), que lhe deu um valioso conselho quanto à administração da justiça (Êx 18.13-27).

JEÚ 

(= Javé é ele) (1) Profeta de Israel nos reinados de Baasa e Josafá (1Rs 16.1-7,12; 2Cr 19.1-3). (2) Décimo rei de Israel (841-814 a.C.; 2Rs 9.1—10.36). A sua dinastia durou um séc., com Joacaz, Jorão e Jeroboão II.

JEZABEL 

(1) Filha de Etbaal, rei de Sidom, e esposa de Acabe, rei de Israel (874-853 a.C.). Para agradá-la, Acabe construiu um templo e um altar a Baal (1Rs 16.31-32), o que provocou uma grande controvérsia com Elias, o profeta de Deus (1Rs 18.21). (2) Profetisa que alvoroçou a igreja de Tiatira (Ap 2.20).

JÓ 

Principal protagonista do livro de Jó. Homem de grande fortuna e posição a quem Satanás tirou as suas riquezas, filhos e a sua saúde. Os seus amigos pensaram que ele estava sendo castigado por Deus; contudo, ele confiou em Deus, o qual por fim, o restaurou e lhe deu mais do que havia perdido.

JOABE 

(= Javé é pai) Sobrinho de Davi (2Sm 2.18) e comandante-chefe dos seus exércitos (2Sm 8.16). Inconstante na sua lealdade a Davi (2Sm 12.26-31; 14.23,31—33; 18.14-33), morreu nas mãos de Benaia em Gibeão (1Rs 2.34).

JOÃO, O APÓSTOLO 

Filho de Zebedeu e irmão de Tiago (Mt 4.21; Mc 1.19). Jesus o chamou para ser apóstolo (Lc 6.14). João e o seu irmão receberam o sobrenome de “Boanerges” (ou “filhos do trovão”: Mc 3.17). Possivelmente seja o discípulo “a quem ele (Jesus) amava” (Jo 13.23; 19.26-27; 20.2,8). Depois da ascensão de Jesus, foi dirigente da igreja de Jerusalém (At 4.13; 8.14); posteriormente, esteve em Éfeso e Patmos (Ap 1.9). É considerado o autor do Evangelho e das epístolas que levam o seu nome e também do Apocalipse.

JOÃO BATISTA 

Filho de Zacarias e Isabel (Lc 1.57). Começou a sua atividade profética em torno de 27 d.C. Chamou o povo ao arrependimento, e as multidões se ajuntaram para escutá-lo. Batizou muitos no Jordão (Mt 3.1-12; Lc 3.1-20), incluindo Jesus, a quem reconheceu como o Messias e cujo caminho preparou (Mt 3.13-15; Lc 3.21; Jo 1.29-34). Mais tarde, Herodes Antipas o encarcerou e executou (Mt 14.1-12).

JOAQUIM 

(= Javé estabelece) Rei de Judá durante poucos meses em 597 a.C. (2Rs 24.8-17; 25.27-30; 2Cr 36.9-10).

JOÁS 

(= Javé deu) Filho de Acazias e oitavo rei de Judá (835-796 a.C.; 2Rs 12.1-21; 2Cr 24.1-27).

JOEL 

(= Javé é Deus) Nome de nove personagens do AT. Um deles, o filho de Petuel (Jl 1.1), foi o profeta do livro de oráculos que leva o seu nome.

JONAS 

(= pomba) (1) Profeta e personagem central do livro que leva o seu nome. Ao invés de ir a Nínive, aonde Deus o havia enviado, partiu em direção oposta; porém uma série de estranhos acontecimentos (Jn 1) o empurraram para pregar em Nínive, e toda a cidade se arrependeu (Jn 3—4). (2) Pai de Simão Pedro (Mt 16.17).

JÔNATAS 

(= Javé deu) Nome de vários personagens do AT. O mais destacado de todos é o filho mais velho do rei Saul (1Sm 14.49-50), lembrado pela sua afetuosa amizade com Davi, o futuro rei (1Sm 18.1; 19.1; 2Sm 1.26).

JOQUEBEDE 

(= Javé é glória) Mãe de Moisés, Arão e Miriã (Êx 6.20; Nm 26.59).

JORÃO 

(= Javé é exaltado) Nono rei de Israel (852-841 a.C.; 2Rs 3.1—9.26).

JORDÃO 

O rio mais importante da Palestina. Nasce 19 km ao norte das águas de Merom e flui através deste e do mar da Galiléia. Vai até o mar Morto, num percurso que, em linha reta, teria pouco mais de 161 km, porém, devido às suas curvas, na realidade o seu comprimento é de uns 322 km. A maior parte do seu curso é abaixo do nível do mar. Os israelitas tiveram de cruzá-lo para entrar em Canaã (Js 3.1—4.24). João Batista exerceu ali parte do seu ministério (Lc 3.1-18). Jesus foi batizado nele (Mt 3.13). Ver o Índice de Mapas.

JOSAFÁ 

(= Javé é juiz) Quarto rei de Judá (870-848 a.C.; 1Rs 22; 2Cr 17—21). Destacou-se por sua piedade e pelas suas qualidades de governante.

JOSÉ 

(= que Javé acrescente filhos) (1) Décimo primeiro filho de Jacó; a sua mãe foi Raquel (Gn 30.24; 35.24). Para desfazer-se dele, os seus irmãos o venderam a mercadores que viajavam para o Egito. Ali, alcançou um alto posto e cargo oficial. Graças aos seus planos sábios, salvou a essa nação e a sua própria família de morrer de fome (Gn 37—50). Teve dois filhos, Efraim e Manassés, dos quais descendem duas tribos israelitas (Gn 49.22-26). (2) Esposo de Maria (mãe de Jesus). Aceitou ser pai humano de Jesus (Mt 1—2; Lc 1.27). Provavelmente tenha morrido antes do começo do ministério público de Jesus. (3) José de Arimatéia (Lc 23.50-51), discípulo secreto de Jesus (Jo 19.38). Sepultou Jesus (Mt 27.57-60).

JOSIAS 

(= que Javé te outorgue) Décimo sexto rei de Judá (640-609 a.C.; 2Rs 21.24—25.1; 2Cr 33.25—34.1). Rei justo e excepcional, renovou o templo e reformou o culto. Morreu guerreando contra os egípcios (2Cr 35.24).

JOSUÉ 

(= Javé é salvação) (1) Assistente pessoal de Moisés no período de peregrinação do povo de Israel do Egito a Canaã. Veio a ser o líder de Israel depois da morte de Moisés. Tomou a liderança militar na marcha até o Leste do Jordão (Nm 27.18; 34.17; Dt 3.28). Depois, guiou as tribos na conquista de Canaã (Js 1—12), dividiu a terra entre elas (Js 13), estabeleceu um centro de culto nacional em Siló (Js 18) e guiou o povo na renovação da aliança com o Senhor (Js 24). (2) Filho de Jozadaque, sumo sacerdote em 537 a.C., quando os judeus regressaram do exílio na Babilônia (Zc 3.1-9; 6.11).

JOTÃO 

(= Javé é perfeito) (1) Filho mais novo de Gideão (Jz 9.5-57). (2) Filho de Uzias e décimo primeiro rei de Judá (740-732 a.C.; 2Rs 15.32-38; 2Cr 27.1-9).

JUBILEU 

Celebração estabelecida na Lei, segundo a qual a cada cinquenta anos todos os escravos israelitas deveriam ser libertados. Além disso, os bens ancestrais deveriam ser devolvidos aos seus donos, e a terra deveria descansar e permanecer sem ser cultivada durante esse ano (Lv 25). A chegada do ano do Jubileu era anunciada com o soar de trombetas.

JUDÁ 

(1) Quarto filho de Jacó; a sua mãe era Lia (Gn 29.35). Líder entre os seus irmãos (Gn 37.26-27; 43.3-10). (2) A tribo de Judá, formada pelos descendentes do filho de Jacó (1Cr 2—4). (3) O reino de Judá, constituído por duas tribos (Judá e Benjamim) e tendo Jerusalém como capital. Esse reino existiu desde a morte de Salomão (930 a.C.) até a invasão de Nabucodonosor (597 a.C.). Ver Reis de Judá e o Índice de Mapas.

JUDAÍSMO 

Religião praticada pelos judeus no séc. I a.C. Baseado no AT, o Judaísmo se adaptou à vida no Império Romano. Este termo aparece somente duas vezes no NT (Gl 1.13-14).

JUDAS 

(1) Irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3) e autor da epístola que leva o seu nome; (2) Filho de Tiago e um dos doze apóstolos (Lc 6.16; Jo 14.22); (3) Judas Iscariotes (Mc 3.19), o qual traiu Jesus (Mc 14.10,20,43) e depois se suicidou (Mt 27.3-10); (4) Líder galileu que dirigiu uma rebelião contra as forças romanas de ocupação (At 5.37); (5) Profeta cristão, chamado de Barsabás (At 15.22-33); (6) Judeu de Damasco em cuja casa se hospedou Paulo (At 9.11).

JUDÉIA 

Região da Palestina, organizada em distritos pelo Império Persa (chamada de “Judá” em Ed 5.8; Ag 1.14; 2.2). O governo romano a anexou à província da Síria. Estendia-se desde o Mediterrâneo até o mar Morto e tinha quase 89 km de norte a sul, desde Jope até Gaza. Jesus nasceu na Judéia (Mt 2.1) e foi crucificado ali (Mt 27). Ver Galiléia e Samaria e o Índice de Mapas.

JUDEUS 

No AT, são chamados assim tanto os membros do reino de Judá (2Rs 16.6; Jr 32.12) como os convertidos ao Judaísmo (Et 8.17). No NT, designa os que professam a fé judaica, seja vivendo na Palestina ou em outros lugares (Jo 1.19; 2.6; 2.18; At 2.5; 9.22; 14.19); em muitos casos, alude somente aos dirigentes do povo.

JUÍZES 

No livro dos Juízes e em 1Sm 1—7, designa libertadores militares especialmente chamados por Deus. Os seus nomes (em ordem de aparição no livro dos Juízes) são: Otniel, Eúde, Sangar, Débora e Baraque, Gideão, Abimeleque, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Abdom e Sansão. Em 1Sm 1—7, Eli e Samuel também são chamados de juízes.

JULGAMENTO 

Ato pelo qual Deus e o ser humano procuram a defesa do inocente e o castigo do culpado. Em Israel, Moisés, os anciãos, os juízes e os reis presidiam os julgamentos das partes em contenda (Êx 18.13-26; Dt 1.16-18; 16.18-20; 1Rs 7.7). Deus ama a justiça (Sl 33.5; 99.4) e julga Israel para defender o povo de acordo com o estabelecido na aliança (Dt 32.36; Is 33.22). Presta especial atenção ao pobre e ao necessitado (Dt 10.18; Sl 76.9; 82.3). Como juiz de toda a terra (Gn 18.25), também julga na história (Ez 25.11) e julgará as nações no final dos tempos (Dn 7.9-11; Jl 3.9). No NT, a ideia de um dia final de julgamento para a humanidade está ligada à segunda vinda de Cristo (Mt 25; Rm 2.16; 3.6; 2Tm 4.1). Contudo, no Evangelho Segundo João se põe ênfase na realidade presente do julgamento de Deus (3.18; 5.24; 12.48).

JUSTIÇA 

(1) Princípio de moralidade que deve guiar o juiz quando emite o seu veredito e as pessoas no seu relacionamento com os demais (Is 1.17; Jr 22.16). No AT, a justiça  é a Lei de Moisés (Dt 16.19; 27.9-10), às vezes administrada por um rei (2Sm 15.4-6).

(2) Preocupação divina pelo direito que leva Deus a defender o necessitado e a perdoar o pecador. Manifesta-se em libertações e na prática da misericórdia (Is 45.8,21; 46.13). Paulo desenvolveu essa ideia na sua doutrina da justificação: o ato de Deus que declara o pecador justo pelo sacrifício de Cristo. Ver Justificação.

JUSTIFICAÇÃO 

Doutrina detalhadamente explicada por Paulo nas suas Epístolas aos Romanos e aos Gálatas. Ali, ensina que a justiça de Deus se revela no evangelho, porque coloca o pecador em correto relacionamento com Deus. Este atua assim não porque o pecador mereça esse novo relacionamento, mas por causa de Cristo, que, com a sua morte sacrificial, expiou os pecados. Dessa maneira, os pecadores que creem no evangelho são perdoados e restaurados à comunhão com Deus por meio de Cristo: unidos a ele, participam da sua justiça e são aceitos por Deus.

JUSTO 

Com referência aos seres humanos, pode significar um estado de inocência (Gn 6.9), um atuar conforme a Lei (Sl 5.12; 11.5; 37.21,25,29) e estar em comunhão com Deus (Gn 2.15; Rm 1.17). Esse último significado Paulo desenvolve especialmente em Gálatas e Romanos: por meio de Cristo, Deus considera justos perante ele os pecadores que creram (Rm 3—8; Gl 3). Esse tema também é desenvolvido em Is 40—66, onde a justiça de Deus se manifesta na sua ação salvadora a favor de Israel.


L.

LABÃO 

(= branco) Sobrinho de Abraão e irmão de Rebeca (Gn 24.29). A sua história está ligada à de Jacó (Gn 29—31), que trabalhou para ele a fim de se casar com as suas filhas, Raquel e Lia.

LÂMPADA 

Ver Candelabro, Lâmpada.

LAODICÉIA 

Cidade da província romana da Ásia (a atual Turquia ocidental). Era um próspero centro comercial. Paulo menciona esta cidade (Cl 2.1; 4.13-16), a cuja igreja se dirige uma das sete cartas do Apocalipse (Ap 3.14-22). Ver o Índice de Mapas.

LAQUIS 

Cidade real cananéia conquistada por Josué (Js 10.31); reconstruída e fortificada mais tarde por Roboão (2Cr 11.5-12). Situada a 40 km ao sudoeste de Jerusalém, é a moderna Tell ed-Duweir.

LÁZARO 

Irmão de Maria e Marta, com as quais vivia em Betânia. Jesus o ressuscitou dentre os mortos (Jo 11).

LEI 

Vocábulo utilizado nas Escrituras com diferentes acepções: (1) código civil judaico (Jo 8.5; At 25.8); (2) código civil romano (At 18.13,15); (3) cerimônias judaicas (o que se conhece como “lei cerimonial”); (4) uma cerimônia específica (Lc 2.27) ou as “ordenanças” em sentido geral (Ef 2.15; Hb 10.1); (5) a “Torá”, isto é, os primeiros cinco livros da Bíblia; desde os tempos do AT, os judeus usam o vocábulo “lei” com esse sentido restrito (Ne 8.8). O mesmo sucedeu no NT, onde esses livros receberam o nome de nomos (palavra grega que significa “lei”: Lc 24.44). Desde a época de Moisés, se considerou — também os escritores do NT — que os Dez Mandamentos são o coração dessa Lei (Êx 24.12; Rm 7.7; Tg 2.9-12); (6) os “profetas” (1Co 14.21, que cita Is 28.11-12) e os “escritos” (Jo 10.34, que cita o Sl 82.6). Esse uso significa que, nos tempos do NT, o termo “lei” podia referir-se a todo o AT; (7) o AT e as normas que a tradição judaica foi agregando no passar dos séculos (Mt 23.1-4).

LEITE 

O leite de vaca ou de cabra (raramente de camelo) fazia parte da dieta básica dos israelitas. Canaã era a terra que “mana leite e mel” (Dt 26.9,15; 27.3; 31.20). Na legislação judaica se proíbe cozinhar a carne do cabrito no leite da sua própria mãe (Êx 23.19; 34.26; Dt 14.21).

LEMBRAR 

Um elemento-chave da religião israelita consistia em trazer à memória nacional a historia dos feitos poderosos de Deus, em particular o êxodo (Dt 5.15; 8.2) e o conteúdo da santa Lei (Êx 20.8; Nm 15.39-40; Sl 119.52), para assim servi-lo e adorá-lo apropriadamente. No NT, Jesus exorta os seus discípulos a que se lembrem das suas palavras (Jo 15.20) e da sua morte sacrificial (1Co 11.24-25).

LEVI 

(= entrelaçado) (1) Terceiro filho de Jacó e Lia (Gn 29.34). Teve três filhos: Gérson, Coate e Merari, os quais chegaram a ser chefes de família (Gn 46.11). Moisés e Arão descendiam de Coate (Êx 2.1-10). O seu pai tornou em bênção uma maldição que pesava sobre ele (Gn 34.25-31; 49.5-7; Dt 33.8-11). Ver Levitas. (2) Filho de Alfeu, apóstolo de Jesus (Mc 2.14), também chamado de Mateus (Mt 9.9).

LEVITAS 

Membros da tribo de Levi. Em Nm 3.6-10, é estabelecida uma diferença entre os levitas consagrados especificamente para o sacerdócio — Arão e os seus descendentes — e os demais, que desempenhavam o ofício de ajudantes dos sacerdotes, encarregando-se dos serviços menores no santuário. Essa distinção aparece mais claramente em Ez 44.6-31, devido à apostasia em que muitos incorreram. Crê-se que, desde a reforma de Josias (2Rs 22 e 23), os levitas não-sacerdotes haviam perdido importância.

LIA 

Filha mais velha de Labão e esposa de Jacó. Mãe de Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e Diná (Gn 29.31-35; 30.18-21; 35.23).

LIBAÇÃO 

Ato de oferecer a Deus uma oferta de cereais (Êx 29.38-42; Lv 23.13) e vinho, como reconhecimento de que ele é o provedor da comida e da bebida. O vinho era derramado sobre o altar.

LÍBANO 

(= branco) Cadeia montanhosa nevada que percorre 161 km da costa da Síria e da região que a circunda (Js 9.1). Coberta de uma espessa vegetação, entre as suas árvores se destaca o cedro, de madeira valiosíssima, que Salomão usou na construção do templo (1Rs 5.6-18) e do seu palácio (1Rs 7.2-7). A neve, ao derreter-se, forma os rios Orontes, Abana, Leontes e Jordão.

LIBERDADE 

Nas Escrituras, alude tanto a uma condição nacional como pessoal (Êx 6.6; Jr 34.9). Também descreve o que Deus dá aos crentes por meio de Cristo (Gl 5.1): liberdade da culpa do pecado, da maldição da Lei e do juízo; liberdade para amar e servir a Deus (Jo 8.32,36; Rm 6.18-22; 8.2).

LÍDIA 

Primeira pessoa convertida ao Cristianismo na Europa pela pregação de Paulo. Em Filipos, creu no evangelho e hospedou Paulo, Silas e Lucas (At 16.14-15,40). Cabeça do seu lar, era uma mulher de classe rica e provavelmente viúva.

LIVRO 

Na Antiguidade, rolo feito de papiros, pele ou pergaminho (Jr 36; Ap 5.1,5; 22.10). Os livros do AT eram escritos regularmente em rolos separados, a menos que fossem curtos (p. ex., os doze profetas menores constituíam um rolo somente). Muitos dos livros mencionados no AT estão perdidos (Js 10.13; 1Rs 11.41).

LÓ 

(= coberta) Filho de Harã e sobrinho de Abraão (Gn 11.31; 12.5). Antepassado dos moabitas e dos amonitas (Gn 19.30-38). É mencionado por Jesus (Lc 17.28-32) e em 2Pe 2.7.

LOUVOR 

Alegre gratidão e adoração a Deus em celebração da sua bondade e graça. É fundamental para a vida do crente (no AT: Sl 9.1-2; 33.2; 103.1-2; e no NT: Mt 5.16; 11.25; Ef 1.3,6,12,14; Hb 13.15).

LUA 

Corpo celeste criado por Deus (Gn 1.16; Sl 8.3; 72.5). A lua nova marcava o começo de um novo mês e era dia santo (Is 1.13), marcado por um sacrifício especial (Nm 28.11-15; Sl 81.3). Com frequência foi objeto de culto idólatra (2Rs 23.5; Jó 31.26; Jr 8.2). Ver Mês.

LUCAS 

Amigo e companheiro de Paulo (Cl 4.14; 2Tm 4.11; Fm 24). Médico de profissão (Cl 4.14) ao qual se atribui o Evangelho que leva o seu nome e Atos dos Apóstolos (ver as seções onde se usa o plural “nós”: At 16.10-17; 20.5—21.18; 27.1— 28.16).

LUCAS, EVANGELHO SEGUNDO 

Um dos quatro Evangelhos do NT.

LUGAR DA CAVEIRA 

Lugar onde Jesus foi crucificado (Mt 27.33; Mc 15.22; Lc 23.33; Jo 19.17), conhecido também como Calvário e Gólgota. Ergue-se fora das muralhas de Jerusalém, depois da segunda muralha (Jo 19.7-20; Hb 13.11-12), e parece ser uma colina próxima de uma vereda (Mc 15.22; Jo 19.41). Ver Calvário e Gólgota.

LUGARES ALTOS 

Em Canaã, os chamados “lugares altos” eram, com frequência, santuários dedicados a Baal. Quando os israelitas entraram nessa terra, lhes foi ordenado destruir todos esses lugares (Dt 12.2), porém eles constantemente desobedeceram, não somente conservando-os, mas também adorando neles (1Sm 9.14,19; 1Rs 14.23; 2Rs 17.10; 23.13).

LUZ 

Diz-se que Deus é luz, por causa da sua pureza e santidade eternas (1Tm 6.16; 1Jo 1.5). Cristo fala de si mesmo como a luz do mundo (Jo 8.12; 9.5; 12.46) e diz aos seus discípulos que deveriam também sê-lo (Mt 5.14-16; 2Co 4.4-6).


M.

MACEDÔNIA 

Província romana situada na parte norte da península balcânica, isto é, ao norte da Grécia. Tessalônica, Filipos e Beréia eram as suas cidades principais. Paulo pregou nelas (At 16; 20.1; 2Co 1.16; 8.1-4; Fp 4.15; 1Ts 1.7). Ver o Índice de Mapas.

MAGDALA 

Povoação situada na margem ocidental do mar da Galiléia. Dali era Maria (por isso, chamada Madalena).

MAGNIFICAT 

“Magnificat mea anima” é a linha inicial, em latim, do cântico de Maria (Lc 1.46-55), semelhante ao cântico de Ana (1Sm 2.1-10). Por isso, o referido cântico é comumente conhecido como o “Magnificat”.

MAGOGUE 

Filho de Jafé (Gn 10.2). Nome usado para referir-se aos citas e às nações pagãs (Ez 38.2; Ap 20.8). Ver Gogue.

MAGOS 

(1) Praticantes de artes mágicas. Sob esta designação poderiam ser agrupados os adivinhos, feiticeiros, astrólogos e bruxos que, de uma ou de outra forma, são mencionados na Bíblia. As suas práticas eram rigorosamente proibidas pela lei mosaica (Dt 18.10-11. Ver também At 19.18-19; Gl 5.20.) (2). Os chamados “magos” de Mt 2 eram, provavelmente, sábios dos países orientais, em particular da Média, que se dedicavam ao estudo das estrelas. Mateus não disse que foram três, nem que eram reis. A lenda que inclusive dá os seus nomes remonta ao séc. VIII.

MAL 

Há uma diferença entre o mal físico (p. ex., uma calamidade natural, uma enfermidade) e o mal moral (p. ex., um assassinato). Como soberano do universo, Deus tolera o mal e, às vezes, usa o mal físico para bons propósitos (p. ex., a experiência de Jó; Rm 8.38-39). Deus não é o autor do mal, mas sim do bem e no final dos tempos eliminará o mal do universo (Ap 21.1-8). Satanás, o “maligno”, está entregue ao mal moral, o qual, com frequência, se experimenta também como mal físico (Mt 5.37; 6.13; 13.19; 2Ts 3.3; 1Jo 2.13-14). O cristão acha-se em luta contra o poder do mal (Ef 6.10- 17).

MALAQUIAS 

(= meu mensageiro) Profeta que dá seu nome ao último livro do AT. Profetizou no séc. V a.C.

MALDIZER, MALDIÇÃO 

Não é simplesmente proferir más palavras, mas o contrário de “bendizer”. No plano humano, significa desejar o mal aos demais (Nm 23.7; Jó 31.30; Rm 12.14; Tg 3.9). Quando Deus emite uma maldição, é para denunciar o pecado (Nm 5.21,23; Dt 29.19-20) ou para castigar (Nm 5.22,24,27; Is 24.6). Na aliança existe uma relação íntima entre obediência e bênção e entre desobediência e maldição (Dt 11.26-28; Is 1.19-20). Desse ponto de vista, a Lei em si mesma constitui uma maldição para aqueles que não a cumprem (Gl 3.10,13). Ver Bem-aventurança.

MANÁ 

Alimento proporcionado por Deus aos israelitas durante a sua peregrinação pelo deserto, entre o Egito e Canaã (Êx 16). Era branco, doce e parecido com a semente de coentro (Êx 16.14,31). Na península do Sinai existe uma árvore chamada de tamargueira, que produz uma espécie de goma, comestível, de sabor doce, que cai quando certo inseto pica a sua casca. Os árabes chamam essa substância de mann, que pode ser encontrada durante alguns meses por ano. Em forma poética, o maná é chamado de “pão do céu” (Sl 105.40). Jesus ensinou que ele é o verdadeiro pão que desceu do céu (Jo 6.48-51).

MANASSÉS 

(= o que fez esquecer) (1) Filho mais velho de José, nascido no Egito (Gn 41.50-51) e irmão de Efraim. Dá o seu nome a uma tribo de Israel (Nm 26.28-34; Js 17.1-3; 1Cr 5.18-23; 7.14-19). (2) Filho de Ezequias e décimo quarto rei de Judá (686-642 a.C.; 2Rs 21.1-18; 2Cr 33.1-20). Ver José.

MANDAMENTOS, DEZ 

Código moral que contém a essência da lei de Moisés. Encontra-se em Êx 20 e Dt 5. Jesus observou que esses mandamentos são reduzidos a dois: amar a Deus e ao próximo (Mt 22.34-40). Ver Lei.

MÃO 

Além do seu significado próprio, a palavra “mão” é usada nas Escrituras como símbolo de poder (“a minha mão direita”: Sl 110.1; At 2.34) e da transmissão de bênçãos ou autoridade (“impor as mãos”: Gn 48.13-14; Lv 1.4; Mc 6.5; At 8.17-19).

MAR MORTO 

Lago do interior da Palestina, alimentado pelo Jordão. Tem 76 km de comprimento e de 5 a 14 km de largura. É o lago mais baixo do mundo, pois está a 394m abaixo do nível do mar. Perde água somente por evaporação, o que faz com que as suas águas sejam cinco vezes mais salgadas que as do mar. O nome “mar Morto” está atestado a partir do séc. II a.C. Anteriormente, era chamado de mar Salgado (Gn 14.3), mar do Oriente (Ez 47.18) e mar da Arabá (Dt 4.49). Em uma visão, Ezequiel viu um rio de água pura que fluía de Jerusalém para levar vida a esse mar (Ez 47.8-12). Ver o Índice de Mapas.

MAR VERMELHO 

Em hebraico é chamado de “mar dos Juncos”. Nos tempos do AT, como agora, se designa com esse nome a região que compreende o golfo de Suez, o golfo de Eilate (ou Ácaba) e o mar Vermelho propriamente dito. Há quem pense que o nome também era aplicado aos pântanos e lagos existentes entre o golfo de Suez e o Mediterrâneo, os quais desapareceram em parte ao construir-se o canal de Suez. Ver o Índice de Mapas.

MARCOS (JOÃO MARCOS) 

Filho de Maria, em cuja casa se reuniam os apóstolos (At 12.12). João é o seu nome hebraico; Marcos, o romano (At 12.25). É atribuído a ele o evangelho que leva o seu nome. Acompanhou Paulo e Barnabé como missionário (At 15.37-39; 2Tm 4.11; Fm 24). Talvez seja o jovem que saiu correndo quando prenderam Jesus (Mc 14.51-52).

MARCOS, EVANGELHO SEGUNDO 

Um dos quatro Evangelhos do NT.

MARIA 

Nome de várias personagens femininas da Bíblia. (1) Maria, mãe de Jesus (Mt 1.18-25; 2.11; 13.55; Lc 1—2; Jo 2.1-11; 19.25-27; At 1.14). (2) Maria Madalena, discípula de Jesus, de quem foram expulsos sete demônios (Mc 16.9; Lc 8.2; 24.10; Jo 20.1-18). (3) Maria de Betânia, irmã de Marta e de Lázaro (Lc 10.38-42; Jo 11.1). (4) Maria, esposa de Clopas (Jo 19.25). (5) Maria, mãe de João Marcos (At 12.12). (6) Maria de Roma, membro da igreja dessa cidade (Rm 16.6).

MARTA 

Irmã de Maria e de Lázaro (Lc 10.38-42; Jo 11.1).

MATEUS 

(= dom de Deus) Coletor de impostos, também chamado de Levi, (Mt 9.9; Mc 2.14); chegou a ser apóstolo de Jesus (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13). Atribui- se a ele o Evangelho que leva o seu nome.

MATEUS, EVANGELHO SEGUNDO 

O primeiro dos quatro evangelhos do NT, conforme a ordem canônica. Ver a Introdução a esse livro.

MATIAS 

(= dom de Javé) Sucessor de Judas Iscariotes como membro do grupo dos doze apóstolos (At 1.15-26).

MATRIMÔNIO 

Não há uma palavra para solteiro no AT, o que faz pensar que o estado matrimonial era considerado uma norma. Na Antiguidade, segundo a Bíblia, se praticavam a monogamia (um homem casado com apenas uma mulher) e a poligamia (um homem casado com várias mulheres) (Gn 2.18-24; 4.19; 1Sm 1.2). Algumas vezes, um homem tinha também concubinas (Gn 35.22; 2Sm 5.13; 1Rs 11.3), cujos filhos, assim como ela mesma, possuíam direitos legais (Gn 25.6). Jesus apoiou a monogamia como a melhor maneira de expressar a vontade de Deus (Mc 10.1-12). Os pais escolhiam regularmente o par, e antes do casamento se realizava o compromisso formal (Dt 22.15-19). A lei de Moisés permitia o repúdio da mulher por parte do seu marido (Dt 24.1-4), mas Jesus mostrou qual era o ideal estabelecido (Mt 5.32; 19.3-12; Mc 10.2-12; Lc 16.18). Em Lv 18, se apresenta uma lista das pessoas que não podiam contrair matrimônio legalmente entre si.

MÉDIA, MEDOS 

Antigo nome do Noroeste do atual Iraque, povoado pelos medos. No séc. VIII a.C., os israelitas foram deportados para lá (2Rs 17.6; 18.11). Em 550 a.C., a Média caiu sob o poder dos persas e, mais tarde, os medos e os persas, aliados, conquistaram Babilônia (Is 13.17; Jr 51.11,28; Dn 5.28; 11.1). Os judeus da Média acorriam a Jerusalém para as festas (At 2.9). Ver o Índice de Mapas.

MEDIADOR 

Segundo o NT, Cristo é o Mediador por excelência, porque atua perante Deus em favor dos seres humanos e em nome de Deus perante estes. Além disso, como Mediador, estabelece a unidade espiritual e a harmonia onde há inimizade (1Tm 2.5; Hb 8.6; 9.15; 12.24).

MEGIDO 

Cidade que constituía a principal passagem na importante rota de Gaza a Damasco. Foi conquistada pelos israelitas na conquista de Canaã. Salomão governou sobre ela e a reconstruiu (Js 12.21; Jz 5.19; 1Rs 4.12; 9.15). O rei Josias morreu na planícies de Megido quando lutava contra os egípcios (2Rs 23.29-30). No NT, o termo “Armagedom” (ou colina de Megido) é um nome simbólico para referir-se ao lugar onde haverá uma grande batalha no final dos tempos (Ap 16.16).

MEL 

Na Palestina, o mel natural se encontrava em estado silvestre (Dt 32.13; 1Sm 14.25-26; Sl 81.16; Pv 24.13). Para descrever a grande fertilidade de Canaã, fala-se de uma terra que “mana leite e mel” (Dt 6.3; 11.9; 26.9,15). João Batista se alimentou de mel no deserto (Mt 3.4).

MELQUISEDEQUE 

(= rei de justiça) Misterioso rei e sacerdote que abençoou a Abraão (Gn 14.18-19). O salmista celebra o seu sacerdócio (Sl 110.4) e no NT se diz que a sua imagem prefigura a Cristo como sumo sacerdote (Hb 5.6-11; 6.20—7.28).

MENAÉM 

(= consolador) Décimo sexto rei de Israel (752-742 a.C.; 2Rs 15.17-22).

MERARI 

Terceiro filho de Levi, fundador de uma das importantes famílias levitas (Nm 3.33-39; 4.42-45).

MÊS 

Virtualmente, sinônimo de lua, visto que os meses se fixavam pela aparição da lua nova (Êx 19.1). Isso significa que devia ser feito um ajuste a cada dois ou três anos para que se coincidisse o ano lunar com o ano solar. Ver Calendário e Lua.

MESAQUE 

Nome dado a Misael, companheiro de Daniel, de Sadraque e de Abede- Nego na Babilônia (Dn 1.7; 2.49; 3.12).

MESSIAS 

Palavra hebraica que significa “ungido”. Dá-se este título ao Salvador prometido por Deus ao seu povo, cuja chegada foi profetizada pelos profetas do AT. Os judeus pensavam que o Messias seria um chefe político ou um rei justo e vitorioso da dinastia de Davi, alguém que viria para libertar Israel dos seus opressores estrangeiros, derrotaria todos os seus inimigos e estabeleceria um império universal com a capital em Jerusalém. Ao aceitar para si o título e a missão de Messias, Jesus corrigiu, através dos seus atos e dos seus ensinamentos, esse conceito restrito e nacionalista e deu ao reino que vinha estabelecer um significado muito mais profundo; este traria consigo a transformação total dos seres humanos. Ver Cristo. 

METUSALÉM 

(= homem do dardo) Filho de Enoque. Morreu com a idade de 969 anos (Gn 5.22-27); portanto, a pessoa com mais idade de que se fala nas Escrituras. A sua longevidade chegou a ser proverbial.

MICA 

(= Quem como Javé? Forma abreviada de Micaías) Nome de vários personagens do AT. (1) Efraimita que agiu indignamente (Jz 17—18). (2) Rubenita  (1Cr 5.5). (3) Neto de Jônatas (1Cr 8.34; 9.40). (4) Levita (1Cr 23.20). (5) Pai de Acbor (2Rs 22.12; 2Cr 34.20). (6) Profeta do Senhor no reino de Acabe, conhecido como Micaías, filho de Inlá (1Rs 22.8-28; 2Cr 18.3-27).

MICAL 

Filha mais nova de Saul e esposa de Davi (1Sm 14.49; 18.20; 19.11-17). Não compreendeu algumas das ações de Davi, pelo que o desprezou (2Sm 6.16). Como castigo, Deus a tornou estéril.

MIDIÃ, MIDIANITAS 

Nome do filho de Abraão (Gn 25.1-6) e dos seus descendentes. Moradores do deserto ou nômades, em algumas ocasiões enfrentaram as tribos israelitas (Nm 22—25; Js 13.21; Jz 7.24). Zípora, esposa de Moisés, era midianita (Êx 2.21; 3.1). Ver o Índice de Mapas.

MIGUEL 

(outra forma de Miquéias; Micaías) Anjo patrono e guardião do povo de Israel (Dn 10.13,21; 12.1); além disso, arcanjo que lutou contra o diabo (Jd 9; Ap 12.7).

MILAGRES 

Feitos sobrenaturais realizados pelo poder de Deus. Para referir-se a eles,  a Bíblia usa ainda outros termos, tais como “sinais”, “maravilhas”, “prodígios”. Os milagres de que falam as Escrituras devem ser interpretados como parte do plano de Deus para a redenção da humanidade. Assim, as pragas do Egito, a libertação do povo da escravidão, a entrega da Lei no monte Sinai, a entrada em Canaã e muitos outros acontecimentos do AT são igualados a outros do NT (Mt 8.1-12; 9.1-8,23-26,35-36; Mc 9.14-29; Lc 9.37-43; Jo 11.1-44). Os milagres realizados por Jesus não buscavam apenas remediar deficiências físicas das pessoas, e inclusive dar-lhes a vida, mas tiveram também um alcance muito mais amplo, como o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes (Mt 14.13-21) ou o do domínio sobre as forças da natureza (Mc 4.35; 6.32). Até mesmo Satanás e as suas forças malignas estiveram submetidos ao poder de Jesus (Mt 12.22-36). Tanto profetas do AT como apóstolos e evangelistas do NT realizaram milagres através do poder de Deus (Êx 15.22-26; 17.1-7; 1Rs 17.17-24; 2Rs 4.1-7; At 3.1-10; 9.36-42; 19.11-12).

MILAGRES DE JESUS 

Ver Milagres na Concordância Temática.

MIQUÉIAS 

(= Quem como Javé?) Profeta cuja mensagem está no livro que leva o seu nome. Viveu próximo de 720 a.C. (Jr 26.18; Mq 1.1).

MIRIà

Irmã de Moisés e Arão (Nm 26.59; 1Cr 6.3); assegurou-se de que a filha do Faraó cuidaria de Moisés (Êx 2.4,7-8). Mais tarde, foi profetisa (Êx 15.20-21; Mq 6.4). Foi sepultada em Cades (Nm 20.1).

MISAEL 

Ver Mesaque.

MISERICÓRDIA 

Amor e compaixão que Deus demonstra em relação ao pecador (Êx 33.19; Rm 9.15; Ef 2.4; 1Pe 1.3). Os seres humanos imploram a misericórdia de Deus (Sl 28.2,6; 57.1; 143.1; Lc 18.38-39) e também devem imitar a misericórdia divina (Mt 5.7).

MISPA 

(= atalaia) Nome de vários lugares. Destes, o mais importante é um povoado de Benjamim (Js 18.26) onde Samuel se reuniu com os israelitas para orar (1Sm 7.5) e onde Saul foi apresentado como o primeiro rei de Israel (1Sm 10.17-24). Muito mais tarde, depois da destruição de Jerusalém em 587 a.C., Gedalias, o governador, foi instalado em Mispa, que estava a poucos km fora da cidade.

MOABE 

(1) Filho de Ló (Gn 19.37). (2) Terra situada ao oriente do mar Morto (Nm 22.1; Js 13.32), na qual habitavam os moabitas. Estes viveram em constante atrito e guerra com os israelitas (2Sm 8.2,12; 2Rs 13.20). Os profetas denunciaram frequentemente Moabe (Is 15—16; Am 2.1-3). Desde o séc. VI a.C., os moabitas deixaram de existir como nação.

MOBILIÁRIO 

Tanto no tabernáculo como no templo, os objetos principais eram o altar maior e a bacia de bronze; além disso, a mesa do pão da proposição, o candelabro e o altar do incenso, no Santo Lugar; e no Santo dos Santos, a arca da Aliança (Êx 25— 40).

MOISÉS 

(= salvo das águas) Profeta do Senhor e grande líder por meio do qual foi dada a Lei aos hebreus enquanto peregrinavam desde o Egito até Canaã (Êx 20.1-17; Dt 5.1-21). Nascido levita, chegou a ser, por adoção, filho de uma princesa egípcia, que o educou, no tempo em que a sua própria gente vivia sob a escravidão (Êx 2.1-10; At 7.22). Fugiu para Midiã (Êx 2.11-15), onde recebeu o chamado de Deus para guiar as tribos de Israel para a liberdade (Êx 3). Regressou ao Egito e, assistido pelo seu irmão Arão (Êx 4), negociou com o Faraó até que finalmente tirou o seu povo do Egito e o guiou até a península do Sinai (Êx 12.37-51). No monte Sinai, Deus estabeleceu uma aliança com o seu povo e lhe deu a Lei (Êx 19). Durante quarenta anos, Moisés guiou as tribos, mas não entrou na terra prometida (Dt 32—33). Josué foi escolhido como o seu sucessor. Ver Arão e Miriã.

MOLOQUE 

(= rei) Nome derivado de uma raiz semítica que significa “reinar”; em hebraico, mélech. Deus originário da Mesopotâmia. Os israelitas o chamavam Molech, para que a palavra soasse como boset, que significa “opróbrio” ou “vergonha”. Entre os rituais do seu culto, o mais cruel era, sem dúvida, o do sacrifício de crianças lançadas ao fogo. Os israelitas chegaram a realizar esse tipo de sacrifícios no vale de Hinom, situado ao sul de Jerusalém. Em 1Rs 11.5,33, se identifica Moloque com Milcom, deus dos amonitas (ver também 1Rs 11.7). Ver Amom e Amonitas.

MONTE DAS OLIVEIRAS 

Uma das altas colinas situadas a leste de Jerusalém (Zc 14.4). Em comparação com as terras áridas que rodeiam Jerusalém, o monte das Oliveiras é um bom terreno para o cultivo das árvores que lhe dão o nome. É provável que estivesse repleto de árvores nos tempos de Jesus, que costumava frequentar o lugar (Lc 19.29-39; Jo 8.1; At 1.12).

MORDECAI 

(1) Líder dos judeus exilados que regressou a Jerusalém com Zorobabel (Ed 2.2; Ne 7.7). (2) Judeu que vivia em Susã, a capital da Pérsia. Tio de Ester e empregado no palácio do rei Assuero (Et 2—10). O seu nome está associado à origem da festa judaica de Purim.


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MORTE 

Tanto no AT como no NT, a morte está associada com a existência pecaminosa, da qual constitui a sua consequência mais extrema (Rm 5.12), pela qual não se considera simples resultado da condição biológica. Nesse último sentido, representa o regresso ao pó da terra, do qual foi criado o ser humano (Gn 3.19). As Escrituras ensinam que Jesus Cristo morreu para destruir o poder da morte (Hb 2.9,14; Ap 1.18), para reconciliar os pecadores com Deus (Rm 5.10) e garantir para eles a ressurreição do corpo (1Co 15). Por isso, os seres humanos devem crer no Senhor para obter a vida eterna (Jo 3.16-18; Ap 2.11; 20.6).

MUNDO 

Em sentido próprio, o universo criado por Deus e o conjunto dos seres humanos (Gn 41.57; At 17.24). No NT, também se usa a palavra para referir-se à humanidade no seu estado de rebelião contra o Criador, dominada pelas forças do mal e pelo orgulho (Rm 3.19; 1Co 1.20; Ef 2.2; 1Pe 2.11; 1Jo 2.15-17; 4.1-17; 5.4-19). Cristo

veio a este mundo de pecado como o Salvador (Jo 3.16; 1Jo 4.14). O Espírito Santo é quem convence o mundo do pecado (Jo 16.8). Os crentes em Cristo têm que estar no mundo, mas não ser do mundo (Gl 6.14; 1Jo 2.15). No final dos tempos, este mundo será renovado por completo (Ap 11.15).

MÚSICA 

A música desempenhava um papel muito importante na vida, no culto e na celebração da comunidade israelita. No templo, havia coros de cantores (2Cr 5.13; Ed 2.41,65) e se usava uma variedade de instrumentos musicais, tanto para os atos do culto como para outras atividades. Os instrumentos eram: de corda, como a harpa, a lira de dez cordas e a lira comum (1Sm 10.5; 16.23); de sopro, como diferentes tipos de chifres e trombetas (Gn 4.21; 1Rs 1.40; Sl 150.4); e de percussão, como címbalos, campainhas e pandeiros (2Sm 6.5; 1Cr 15.16,19). Ver a Introdução aos Salmos.


N.

NAAMà

(= prozenteiro) (1) Neto de Benjamim (Gn 46.21) e chefe do clã naamanita (Nm 26.40). (2) Comandante militar do exército sírio, no reino de Ben-Hadade. Tinha lepra e foi curado pelo profeta Eliseu (2Rs 5).

NABAL 

(= néscio) Rico pastor de ovelhas que insultou o rei Davi (1Sm 25). Ver

Abigail.

NABOTE 

Israelita que possuía uma vinha nas proximidades do palácio de Acabe, em Jezreel. Acusado falsamente pela esposa deste, Jezabel, morreu apedrejado (1Rs 21).

NABUCODONOSOR 

Rei da Babilônia (605-562 a.C.). Interveio nos assuntos do reino de Judá, destruiu a cidade de Jerusalém e transportou muitos judeus cativos para a Babilônia (2Rs 24—25; 2Cr 36; Jr 21.2; 52.4-30; Ez 26.7-14; 29.17-21; Dn 1—4).

NAÇÕES 

Ver Gentios.

NADABE 

Nome de vários personagens do AT. Os mais importantes foram: (1) O primogênito de Arão (Nm 3.2; 26.60), que acompanhou o seu pai e Moisés ao monte Sinai, onde viram a glória de Deus (Êx 24.1-15). Sacerdote, transgrediu a lei de Deus e morreu devorado pelo fogo (Lv 10.1-7; Nm 3.4; 26.61). (2) Segundo rei de Israel (909-908 a.C.; 1Rs 14.20—15.28).

NAFTALI 

(= lutador) Filho de Jacó e Bila (Gn 30.5-8) e pai da tribo que leva o mesmo nome (Dt 33.23). A tribo foi deportada para a Assíria, em 734 a.C. (2Rs 15.29), do seu território ao oeste do alto Jordão.

NATà

(= Deus tem dado) Nome de vários personagens do AT. O mais importante foi o profeta que repreendeu o rei Davi (2Sm 7; 12; 1Rs 1).

NATANAEL 

(= dádiva de Deus) Um dos doze apóstolos, natural de Caná da Galiléia (Jo 1.45-51; 21.2). É possível que seja o mesmo que é chamado de Bartolomeu (Mt 10.3; Mc 3.18).

NATUREZA 

Segundo o apóstolo Paulo, na sua condição atual, a natureza humana, também referida como “carne”, está associada com o pecaminoso (Rm 7.5; 8.3-9; Gl 5.13,16-21). Por causa do pecado, os seres humanos perderam, no seu estado natural, a comunhão com Deus. Por isso, necessitam de uma nova natureza, isto é, “nascer de novo” (Jo 3.3; Ef 4.23; Cl 2.9-12).

NAUM 

(= consolação) Profeta do AT. Da sua vida pessoal não se sabe nada, exceto que profetizou contra Nínive por volta de 640 a.C. A sua mensagem, contida no livro que leva o seu nome, está escrita em poesia.

NAZARÉ 

Povoado da Galiléia onde Jesus cresceu junto a Maria e José (Lc 2.39; 4.16a); ali, trabalhou como carpinteiro. No início do seu ministério público em Nazaré, Jesus foi rejeitado pelo seu povo, depois de ter-se dirigido a eles na sinagoga (Lc 4.16,28-31). Ver o Índice de Mapas.

NAZIREU 

Origina-se, provavelmente, do hebraico nazir, que significa “separado”, “consagrado”. O voto de nazireado podia ser feito por tempo limitado, mas havia pessoas consagradas a Deus como nazireus desde o seu nascimento. Ver Nm 6.2, n.

NEBUZARADà

General do exército de Nabucodonosor durante a invasão de Jerusalém (2Rs 25.8-20; Jr 52.12). Jeremias foi colocado sob o seu cuidado (Jr 39.11- 14).

NEEMIAS 

(= Javé tem consolado) Judeu exilado, copeiro do rei Artaxerxes I (465- 424 a.C.), o qual o fez governador da Judéia em 445 a.C. (Ne 5.14). Antes de regressar para a Pérsia, supervisionou a reconstrução da muralha de Jerusalém e o compromisso do povo com a lei de Moisés (Ne 8.8-9). As suas memórias pessoais ocupam grande parte do livro de Neemias. Ver também Esdras.

NEGUEBE 

(= seco) Área desértica da Judéia, entre o mar Morto e o Mediterrâneo (Gn 12.9; 13.1; Js 11.16; Jz 1.9,15-16).

NICODEMOS 

Fariseu e membro do Sinédrio. Visitou Jesus à noite (Jo 3.1-21), intercedeu perante as autoridades para que o Senhor fosse tratado justamente (Jo 7.50-52) e providenciou especiarias para ungir o corpo de Jesus (Jo 19.39).

NÍNIVE 

Cidade principal e última capital da Assíria. Caiu em 612 a.C. e nunca foi reconstruída. Jonas foi enviado para profetizar à cidade (Jn 1.2; 3.2). Naum e Sofonias predisseram a sua ruína (Na 1.1; 2.1; 3.7; Sf 2.13). Cristo tomou-a como exemplo de conversão (Lc 11.32). Ver o Índice de Mapas.

NOÉ 

Último dos dez patriarcas que viveram antes do dilúvio. Homem justo e exemplar (Gn 6.9-13). Deus o escolheu para guiar aqueles que haviam de sobreviver ao dilúvio (Gn 6—8) e depois fez uma aliança com ele (Gn 9.1-17). Pai de três filhos: Sem, Cam e Jafé (Gn 9.18). O NT se refere várias vezes a Noé (Mt 24.37-39; Hb 11.7; 1Pe 3.20; 2Pe 2.5).

NOEMI 

(= meu deleite) Sogra de Rute, a quem levou consigo ao regressar de Moabe para Israel. Ver Rute.

NOIVA 

No uso bíblico, a noiva é a imagem que descreve o relacionamento de Israel com Deus (Jr 2.2) e da Igreja com Cristo (Ap 21.2,9).

NOME 

Na Bíblia, quando se dá “nome” a uma pessoa, significa muito mais do que dotá- la de um nome próprio. O “nome” equivale à própria pessoa. Não ter nome é não existir ou ser algo insignificante e desprezível. Dar nome a algo é reconhecer a sua existência real. Pedir que alguém diga o seu nome não é somente pedir-lhe que o pronuncie, mas também que manifeste a sua natureza, que se identifique (Gn 32.29; Êx 3.13-14). Bendizer o nome de Deus não é bendizer a palavra com a qual se nomeia, mas a Deus mesmo. Invocar o nome de Deus é invocar a Deus mesmo, e não somente pronunciar o seu nome. Quando se diz que Deus escolheu Jerusalém para que nela residisse o seu “nome”, quer se dizer que a escolheu como a sua residência pessoal. Quando Cristo diz que algo se faça em seu “nome”, significa que deve ser feito identificando-se com ele, fazendo-o no seu espírito, como se fosse ele mesmo. Em nenhum caso se trata de pronunciar o nome divino como palavra mágica.

NOVILHO 

Os bezerros que eram usados para os sacrifícios eram, normalmente, novilhos de um ano (Lv 4.3-12; 9.2-4; 16.11-15). Os israelitas sofreram o castigo divino por imitar os egípcios, os quais prestavam culto à fecundidade representada pelos bezerros (Êx 32).

NUNC DIMITTIS 

Tradução latina das palavras com as quais se inicia a oração dita por Simeão (“Agora, Senhor, podes despedir…”), quando tomou o menino Jesus nos seus braços (Lc 2.29-32). Essas palavras são, por sua vez, o título com o qual se conhece essa oração.

NUVEM, COLUNA DE 

Nuvem luminosa, símbolo da presença e glória de Deus, a qual guiava os israelitas no deserto (Êx 13.21-22). Repousava de dia sobre o tabernáculo e, de noite, se convertia em fogo (Êx 33.9-10; 40.34-38). No NT, se associa à transfiguração (Mt 17.5), à ascensão (At 1.9) e à segunda vinda de Cristo (Ap 1.7).


O.

OBADIAS (= servo de Javé) Nome de doze personagens do AT. Um deles foi (1) o mordomo encarregado do palácio de Acabe (1Rs 18.3-16), e outro (2), um profeta de Judá, do séc. V a.C., cujas profecias formam o livro que leva o seu nome.

OBEDECER, OBEDIÊNCIA 

Fazer o que é ordenado. Uma vez que Deus é o Senhor que se revelou a si mesmo como Criador, Redentor e Juiz, as suas criaturas devem fazer o que é ordenado por ele (Êx 19.5; Lv 18.4; Dt 4.1-2). Visto que Jesus é Senhor, também deve ser obedecido como a Deus (Jo 14.15,23-24). Aos pais e aos governantes também se deve obedecer (Êx 20.12; Dt 21.18-21; Ef 6.1; Cl 3.20).

OBRAS 

(1) Ações de Deus em favor de Israel (Dt 3.24; Sl 46.8; 64.9). (2) Ações de Jesus na sua qualidade de Messias (Mt 11.2-5; Jo 5.26; 9.3-4; 10.37-38). (3) Conduta dos crentes motivada pelo seu amor a Deus (Ef 2.10). (4) Conduta dos que buscam ganhar o favor de Deus por meio dos seus esforços (Rm 3-4; 11.6; Ef 2.9).

ODE

Uma ode é um tipo de poema lírico encontrado em várias partes da Bíblia. É uma composição poética que expressa louvor, adoração e gratidão a Deus. O termo "ode" deriva do grego antigo "ᾠδή" (ōdē), que significa "canção" ou "hino". Na Bíblia, as odes são frequentemente encontradas em livros poéticos, como os Salmos, e são caracterizadas por sua linguagem poética, ritmo e musicalidade.

OFERTA DE MANJARES 

Sacrifício de farinha, pão assado ou simples grãos (cevada, trigo), com azeite, incenso e sal (Lv 2.1-16), acompanhados de vinho (Lv 23.13). Não devia ser usado fermento nem mel (Lv 2.11). Queimava-se uma porção como oferta a Deus, e o resto se dava ao sacerdote no templo. Quando os ofertantes eram pessoas pobres, a oferta de manjares podia substituir a oferta pelo pecado (Lv 5.11).

OFERTA EXPIATÓRIA 

Oferta especial por diversos pecados que, de modo geral, ofendiam o próximo (Lv 5.14—6.7). Nesses casos, devia ser oferecido como sacrifício um carneiro sem defeito, além de uma espécie de restituição para a pessoa ofendida, à qual se acrescentava uma quinta parte do que fora defraudado ou perdido.

OFERTA MOVIDA 

Em alguns sacrifícios, uma parte do animal ou do cereal que se oferecia devia ser movida diante de Deus e, depois desse rito, era entregue ao sacerdote (Lv 7.30; 8.29; 9.21; 10.15; 14.12). Ver Êx 29.24, n.

OFERTA PACÍFICA 

Era conhecida também como oferta de comunhão (Lv 7.11; Nm 7.17). Era um sacrifício em que primeiro se oferecia ao Senhor e depois se distribuía entre o ofertante e a sua família e parentes. Como comida da aliança, simbolizava a união entre Deus e o seu povo. Ver Holocausto e Oferta de manjares.

OFERTA QUEIMADA AO SENHOR 

A expressão “oferta queimada ao SENHOR” (que aparece com frequência no Pentateuco: Êx 29.18,25,41; Lv 8.21,28; Nm 15.10,13) se refere aos holocaustos oferecidos a Deus. Ver Holocausto.

OFERTA VOLUNTÁRIA 

Oferta pessoal de gratidão, de caráter voluntário, diferente dos outros sacrifícios oferecidos no templo (Lv 7.16; 22.18-23; Dt 12.6,17; Am 4.5).

OFERTAS 

Animal ou coisa que se oferece a Deus no culto (embora, de fato, tudo pertença a ele). No AT, as ofertas eram de dois tipos: de animais (holocaustos, expiações, ofertas pacíficas) e de grãos, cereais, frutas e dízimos. (Ver Sacrifícios.) Segundo o NT, ao se oferecer ele mesmo a Deus, nosso Senhor Jesus Cristo cumpre todo o sistema de ofertas do AT e apresenta a oferta e o sacrifício definitivos (Hb 7.27; 9.14). Em união com ele, os crentes também devem oferecer a si mesmos em sacrifício vivo a Deus (Rm 12.1; 15.16; Fp 2.17; 4.18; 1Pe 2.5).

ONÉSIMO 

(= útil) Escravo fugitivo que se converteu a Cristo pelo ministério de Paulo. O apóstolo o enviou de volta ao seu senhor, Filemom, com uma comovedora carta. Ver Filemom.

ONRI 

Nome de vários personagens do AT. O principal deles foi o sexto rei de Israel (880-874 a.C.; 1Rs 16.22-28), fundador de uma dinastia de sete reis.

ORAÇÃO 

Ação pela qual o ser humano se põe em comunhão com Deus. A oração inclui falar com Deus, prestar-lhe adoração e apresentar-lhe petições, assim como confessar-lhe os pecados e interceder por outros. No AT, se exorta a pedir em nome do Senhor (Gn 15.2; 18.27), a interceder por Israel (Êx 32.11-13; 33.12-16; Dt 9.18-21), a buscar a presença do Senhor (Sl 63.1; 100.2) e a confessar as faltas e pecados pessoais e nacionais (Ed 9.6-15). No NT, se mostra que Jesus foi um homem de oração (Lc 5.16; 6.12; 9.28; Jo 12.20-28; 17.1-15) e que a oração deve ser a norma dos seus discípulos (Mt 6.9). As epístolas de Paulo contêm orações (Rm 1.8-10; Ef 1.15-19) e exortações a orar no Espírito (1Co 14.14-16; Ef 6.18). A oração é essencial na vida de todo crente (1Ts 5.17).

ÓRFÃO 

Alguém — especialmente uma criança — que não tem pais. Deus dá especial atenção aos órfãos (Sl 10.18; 68.5; 146.9). A lei de Moisés estabelecia normas para o cuidado deles (Êx 22.22; Dt 10.18; 16.11,14; 24.17; 26.12; 27.19).

OSÉIAS 

(= Javé salva) (1) Profeta do reino do Norte, Israel; nasceu durante o reinado de Jeroboão II (786-746 a.C.) e profetizou no reino do Sul, Judá (Os 1.1), durante os reinados de Uzias (783-743 a.C.), Jotão (742-735 a.C.), Acaz (735-715 a.C.) e Ezequias (715-686 a.C.). O seu próprio matrimônio com Gômer, que foi infiel a ele, constitui a prova da sua fidelidade a Deus (Os 1—3). (2) Décimo nono e último rei de Israel (732- 723 a.C.; 2Rs 17.1-41). Os assírios invadiram o seu reino.

OTNIEL Dirigente carismático e primeiro juiz das tribos de Israel (Jz 3.7-11).

OVELHA 

Este é o animal mais mencionado na Bíblia (Gn 29; Êx 22.1; Sl 23). Os judeus a criavam mais pelo seu leite do que pela sua carne (a qual estava disponível apenas quando se sacrificava o animal de acordo com a Lei: Lv 1.10-13; 3.6-11). A sua pele era usada para confeccionar roupa (Êx 25.5). Jesus usou a imagem do relacionamento entre o pastor e as ovelhas para exemplificar o seu relacionamento tanto com os que andavam perdidos (Lc 15.1-7) como com os seus próprios discípulos (Jo 10.1-21).


P.

PÃES ASMOS, FESTA DOS 

Festa que começava no dia seguinte à Páscoa e terminava sete dias depois (Lv 23.5-8). Comia-se pão feito sem fermento para recordar que o povo, dirigido por Moisés, saiu precipitadamente de Egito.

PAI 

Título que se dá a Deus para descrever o seu relacionamento com Israel, porque o seu amor por esse povo é comparável ao amor de um pai pelo seu filho e ainda o supera (Êx 4.22; Dt 1.31; 8.5; Os 11.1). Jesus retomou este conceito e lhe deu um significado ainda mais profundo. Disse que Deus era o seu Pai e também o Pai dos seus discípulos (“meu Pai” e “vosso Pai”: Jo 20.17). De fato, ensinou aos seus discípulos a orar dizendo: “Pai nosso…” (Mt 6.9) e ele mesmo se dirigia em oração a Deus dessa maneira (“Pai…”: Jo 17.1). Paulo ensina que aqueles que creem em Jesus como Senhor são adotados na família de Deus e podem chamar a Deus de “Pai” (Rm 8.15). Ver Aba e Filho.

PAI-NOSSO 

Expressão usada pelos cristãos com referência ao modelo de oração dado por Jesus aos seus discípulos (Mt 6.9-13; Lc 11.1-4).

PALAVRA DE DEUS 

Nos tempos do AT, a palavra falada pelos profetas tinha uma qualidade dinâmica peculiar (Is 55.10-11; Sl 119.89). A palavra de Deus é a fonte da ordem criada (Gn 1.3), a origem do chamado ao serviço (Is 6) e o conteúdo da mensagem profética (1Rs 18.1; Jr 1.2-13; Ez 6.1). Até mesmo quando se escreve, o seu poder não se altera (1Pe 1.25). No NT, a Palavra é, em primeiro lugar, o próprio Jesus, o Verbo (= Palavra) feito carne (Jo 1.1), o qual também fala a palavra do Pai (Jo 17.14,17). A palavra é, além disso, o evangelho do reino de Deus (Lc 5.1; At 4.31; 2Co 2.17): A palavra de Deus e o Espírito de Deus atuam conjuntamente (Hb 4.12).

PALESTINA 

(= da Filístia, a terra dos filisteus) Território que abrange a área compreendida desde Dã até Berseba e do Líbano ao deserto do Sinai. Fazia parte do reino de Davi e Salomão. Ver o Índice de Mapas.

PÃO 

Principal alimento dos israelitas, feito de farinha de cevada (ou de trigo) e fermento (Lv 23.17) sobre uma caçarola de barro ou em um forno (Os 7.4). Nunca era cortado, mas era partido com as mãos. A palavra também designava a comida em geral e as coisas materiais da vida (Dt 8.3; Mt 4.4). Em diversas circunstâncias e especialmente em casos de urgência, se fazia pão sem fermento, o qual era preparado rapidamente e era mais duradouro (Gn 19.3; Rt 2.14). Por essa mesma razão, o pão asmo da Páscoa recorda a precipitada saída do Egito (Êx 12). Jesus disse de si mesmo: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.35).

PARÁBOLA 

Relato breve, geralmente de caráter verossímil, narrado para dar força ao ensinamento que se queria transmitir. No AT, há vários relatos desse tipo (p. ex., a cordeirinha: 2Sm 12.1-14; a vinha: Is 5.1-7; a videira: Ez 19.10-14). Jesus ensinou muito por meio de parábolas, especialmente quando se dirigia às multidões e quando queria instruí-las a respeito do reino de Deus (Mt 13; Mc 4). Algumas parábolas são, de fato, alegorias, pois cada detalhe do relato tem significado (p. ex., a do semeador: Mt 13.18). Não acontece assim com a maioria das parábolas. Ver Parábolas na Concordância Temática.

PARÁBOLAS DE JESUS 

Ver Parábolas na Concordância Temática.

PARAÍSO 

Nome que também é dado ao céu (Lc 23.43; 2Co 12.4; Ap 2.7).

PÁSCOA 

(1) Ato de libertação quando o anjo do Senhor passou longe das casas dos israelitas no Egito e, assim, salvou da morte os primogênitos (Êx 12.1-13; 21-30). (2) Festa anual (relacionada com a dos Pães Asmos), na qual se celebrava essa libertação (Êx 12.14-20,43-49; Dt 16; Js 5.10; 2Cr 30.1-27). A última Ceia que Jesus comeu com os seus discípulos foi uma refeição de Páscoa (Mc 14.12). (3) Cristo, a quem Paulo chamou de “nosso Cordeiro pascal” (1Co 5.7).

PASTOR 

A presença de pastores e dos seus rebanhos era algo comum na Palestina (Gn 46.32,34; 47.3; Lc 2.8). É por isso que o povo de Israel é comparado com frequência com as ovelhas (Sl 100.3), cujo pastor é Deus (Gn 49.24; Sl 23.1; 80.1). O dirigente do povo é o seu pastor e, por essa razão, os profetas condenam os pastores infiéis (Jr 23.1- 4; 25.32-38; Ez 34). O NT apresenta Jesus como o “bom pastor” (Jo 10.11), o “grande Pastor” (Hb 13.20) e o “Pastor e Bispo” (1Pe 2.25). Ver Ovelha.

PATMOS 

Ilha pequena, rochosa e vulcânica, na qual João esteve exilado (Ap 1.9). Ali, por volta de 95 d.C., escreveu o Apocalipse. A ilha está situada a cerca de 48 km ao sudoeste da costa da Ásia Menor, no mar Egeu.

PATRIARCA 

Pai de família, clã ou tribo. Designa, no NT, Abraão (Hb 7.4), os filhos de Jacó (At 7.8-9) e o rei Davi (At 2.29). Alude, em geral, aos dirigentes do povo hebreu que precederam a Moisés (Rm 9.5; 11.28; 15.8).

PAULO 

(= pequeno) Apóstolo dos gentios. Saulo (= pedido de Deus), de acordo com o seu nome hebraico, e Paulo, segundo o grego e romano. É conhecido no NT especialmente com esse último nome (At 13.9). Nascido em Tarso de Cilícia e judeu da Dispersão, chegou a ser um fariseu zeloso, bem preparado e inimigo obstinado do Cristianismo (At 7.58—8.3; Fp 3.4-6). Na sua viagem a Damasco para prender os cristãos, teve uma visão de Jesus ressuscitado e foi convertido à nova fé (At 9). A partir daí, foi apóstolo de Cristo aos não-judeus do mundo mediterrâneo. O seu trabalho missionário é narrado em At 13—28, e os seus ensinamentos são encontrados nas epístolas escritas por ele, as quais fazem parte do NT.

PAZ 

Geralmente, traduz a palavra hebraica shalom, cujo sentido, no uso bíblico, é tão amplo, que em nenhuma outra língua pode ser expressa com um só termo. Originalmente, shalom quer dizer “estar completo”, “estar são”, “estar bem em todos os sentidos”, “ser próspero e feliz”. Shalom é o completo bem-estar que, certamente, equivale à paz no seu mais profundo significado: paz com Deus e, em consequência, conosco e com os semelhantes. Ainda hoje, os judeus se saúdam com a palavra Shalom! O termo grego pelo qual se traduz Shalom tem, no NT, o mesmo significado deste.  Jesus e os seus discípulos, assim como os judeus da sua época, falavam aramaico,  língua da mesma família do hebraico. A paz de que se fala no NT significa muitíssimo mais do que a mera ausência de contendas, guerras e conflitos entre as pessoas, tem um profundo sentido religioso. Depende do estado do relacionamento do ser humano com Deus. Em Paulo, sobretudo, é elemento essencial do reinado de Cristo (Rm 5.1; Gl 5.22; Ef 2.14; Cl 1.20).

PECA 

(= alerta) Décimo oitavo rei de Israel (737-732 a.C.; 2Rs 15.27).

PECADO 

Desvio moral do ser humano que o leva a uma conduta ofensiva aos olhos de Deus. O pecado impede o relacionamento com Deus. No AT há uma série de palavras que expressam o significado da palavra pecado: ação deliberada e enganosa, contrária à vontade de Deus expressa na Lei. O pecado se encontra em indivíduos, tribos e nações. A sua origem está na desobediência de Adão e Eva (Gn 3); os profetas o denunciaram e condenaram (Jr 9.3; Ez 4.6,17). Alguns sacrifícios estabelecidos na Lei (Lv 4.3; Nm 7.16) eram oferecidos para a expiação dos pecados. Deus enviou o seu Filho ao mundo por causa do pecado (Jo 1.29). Jesus, o Filho de Deus, é o amigo dos pecadores, os quais ele veio salvar (Lc 5.30,32; 7.34). Ele tira o castigo e neutraliza o poder do pecado (Rm 6.2; 1Jo 3.6,9; 5.18) pelo dom do seu Espírito (Rm 8).

PECAÍAS 

(= Javé abriu os seus olhos) Décimo sétimo rei de Israel (742-740 a.C.; 2Rs 15.23).

PEDRA 

Além do seu emprego em construções, a pedra era utilizada como arma (1Sm 17.50), para pesar (Lv 19.36), como instrumento de corte (Êx 4.25), como marca no caminho (2Sm 20.8), para se escrever (2Co 3.7), para levantar pilares e altares (Gn 28.18; Dt 27.5). Jesus é, em linguagem figurada, a pedra angular (Sl 118.22; Mc 12.1- 11; At 4.11; 1Pe 2.4). Ele mesmo mudou o nome de Simão e lhe pôs “Pedro”, que significa “pedra” (Jo 1.42).

PEDRO 

(= pedra) Apóstolo, natural de Betsaida (Jo 1.44). Junto com o seu irmão André exerceu o ofício de pescador no mar da Galiléia, nos arredores de Cafarnaum (Mc 1.21,29-30; Lc 5.1-11). O seu nome era Simão, mas Jesus o chamou “Cefas” (que significa o mesmo que “Pedro”). Por esse último nome (Mt 16.18; Jo 1.42) é frequentemente mencionado nos Evangelhos (Mt 26.37; Mc 5.37; 9.2). Fez uma declaração fundamental: confessou Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16). Embora tenha depois negado o Senhor (Mc 14.66-72), foi perdoado e restaurado pelo Mestre ressuscitado (Jo 21.1-23). Importante dirigente da Igreja primitiva (Gl 2.9), Pedro assume um papel significativo nos relatos de At 1—12. Duas epístolas do NT levam o seu nome.

PEIXE, PESCADO 

Um dos principais recursos alimentícios da Palestina. No entanto, a Lei proibia comer aqueles pescados que não tivessem barbatanas nem escamas (Lv 11.9-12). Pelo menos sete dos apóstolos foram pescadores (Mt 4.18,21; Jo 1.44; 21.2). Na Igreja primitiva, o peixe se converteu em símbolo cristão, pois a palavra grega para peixe tem as mesmas letras iniciais da expressão (também em grego) “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.

PENTECOSTES 

Festa judaica chamada também Festa da Colheita (Êx 23.16) e Festa das Semanas (Nm 28.26) Esse último nome se deve ao fato de ser celebrada sete semanas depois da “Páscoa” e da “Festa dos Pães Asmos” (ver estes nomes). A palavra “pentecostes”, de origem grega, significa “quinquagésimo”: a festa acontecia “cinquenta” dias depois do oferecimento a Deus das primícias da colheita (Lv 23.9-14). Os escritos rabínicos a chamam de festa dos “Cinquenta Dias”.

PERDÃO 

Ato de remissão do pecado cometido. É próprio de Deus perdoar aqueles que se arrependem (Mt 6.12; Mc 2.7). Jesus tem o poder e a autoridade de perdoar pecados (Mc 2.10). O perdão de Deus tem relação com a disposição do pecador para perdoar os que pecaram contra ele (Mt 6.14-15). Os cristãos devem perdoar-se uns aos outros, assim como Deus, em Cristo, os perdoou (Cl 3.13). Quando Deus perdoa, ele o faz por completo (Jr 31.34; Mq 7.19; 1Jo 1.9). Todos os pecados podem ser perdoados, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo (Mt 12.31). Ver Blasfêmia e Blasfêmia contra o Espírito Santo.

PERFEIÇÃO 

Qualidade de ser íntegro, cabal, estar completo; sem falta nem deficiência alguma. Há uma perfeição que somente Deus possui, a qual vai muito além da nossa compreensão (Dt 32.4; Sl 18.30); também há outra perfeição à qual são chamados os crentes (Mt 5.48; 2Co 13.9,11; Cl 1.28). Essa perfeição consiste em alcançar a plena maturidade para fazer o que é bom, agradável e perfeito (Rm 12.2). Jesus chegou à perfeição através do sofrimento (Hb 2.10).

PERSEGUIÇÃO 

Aflição e opressão contínua que alguém exerce sobre outro. Jesus preveniu os seus discípulos para quando chegasse a perseguição (Mt 5.11,44; Lc 21.12). E a perseguição chegou, especialmente da parte dos judeus (At 6—7; 8.1; 13.5; 1Ts 2.15), que não aceitavam que Jesus fosse o Messias. Paulo diz que o cristão sofre perseguição por causa da sua fé (Rm 8.35; 2Co 12.10; 2Ts 1.4; 2Tm 3.11-12).

PÉRSIA, PERSAS 

Os persas foram originalmente nômades indo-europeus do Sul da Rússia. Por volta do ano 1000 a.C., se estabeleceram na Pérsia, o atual Irã. Em Susã, a sua capital, viveu Neemias. O livro de Ester reflete a vida na corte dessa cidade. Pelo texto bíblico, que registra decretos do rei Ciro (2Cr 36.22-23; Ed 1.1-4), podemos conhecer a política dos persas em relação aos povos conquistados. A Pérsia animava as nações a continuarem desenvolvendo as suas próprias religiões e culturas. O AT menciona os seguintes reis persas: Ciro II Magno, também chamado de Dario, o Medo (559-530 a.C.: 2Cr 36.22-23; Ed 1.1-4; Dn 1.21); Dario I Magno (522-486 a.C.: Ed 4.5;

Ne 12.22; Ag 1.1; Zc 1.1); Xerxes I, também chamado de Assuero (486-465 a.C.: Ed 4.6; Et 1.1, n.) e Artaxerxes (465-424 a.C.: Ed 7.1,21-26; Ne 2.1-8). O poderio persa decaiu desde 331 a.C. por causa das conquistas de Alexandre Magno. Ver a tabela Os persas.

PILATOS, PÔNCIO 

Procurador romano e, como tal, representante governamental da Roma imperial na Palestina (26-36 d.C.). Condenou Jesus à morte (Mt 27.2; Mc 15.1; Lc 23.1; Jo 18.29).

PÓ 

Na Bíblia, se usa não somente no seu sentido literal (2Sm 15.32; 1Rs 20.10), mas também figuradamente, com vários significados: multidão (Gn 13.16; Is 29.5),  pequenez (Dt 9.21; 2Rs 13.7), pobreza (1Sm 2.8), humilhação (Gn 18.27; Jó 42.6) e morte (Sl 22.15). Lançar pó sobre a cabeça era sinal de dor (Jó 2.12; Ap 18.19) ou de contrição (Js 7.6). O pó também expressa a origem terrena do ser humano (Gn 2.7; 1Co 15.47).

POBRE, POBREZA 

Tanto no AT como no NT, o conceito de pobreza se usa com sentidos diversos mas relacionados. Quando os israelitas entraram em Canaã para adotar uma vida sedentária, a divisão entre ricos e pobres passou a ser um problema constante. A lei de Moisés ordenava a proteção dos direitos do pobre (Êx 22.25-27; 23.11; Lv 19.9-10,13,15; 25.6,25-28; Dt 14.28-29), e os profetas denunciaram o mau trato de que eram objeto os pobres (Is 1.23; 10.1-2; Ez 34; Am 2.6; 5.7). O Senhor, diz a Escritura, é o Deus que cuida “do pobre, do órfão e da viúva” e os protege (Sl 68.5-6; 146.5-9). Depois do exílio na Babilônia, os judeus chamavam de “pobre” o humilde e o piedoso (Sl 34.6; 69.32; 113.7; 132.15). Jesus conheceu tal prática (Lc 6.20), mas destacou a importância da preocupação pelos pobres (Lc 11.41; 12.33; 16.19-31; 18.22; Tg 2.2-9). O apóstolo Paulo afirma que nosso Senhor, “sendo rico, se fez pobre por amor” (2Co 8.9). Ver Humildade.

POMBA 

Ave considerada limpa e, portanto, aceitável como comida e para o sacrifício (Lv 12.6,8; 14.22; Lc 2.24). Foi escolhida por Noé para descobrir se as águas do dilúvio haviam se retirado de sobre a face da terra (Gn 8.8). Aparece como símbolo do Espírito Santo (quando este desce sobre Jesus no batismo: Mt 3.16) e da virtude da inocência (Mt 10.16).

POSTE-ÍDOLO 

Deusa cananéia da fertilidade, equivalente feminino de “Baal” (ver Baal). Por extensão, era chamada assim a árvore, poste ou tronco sagrado associado com o seu culto, o qual, geralmente, se achava junto ao seu altar.

PRAGAS DO EGITO 

Dez pragas assolaram o Egito com a finalidade de persuadir o Faraó para que deixasse sair os israelitas. Surpreendentes pela sua severidade e frequência, as pragas são descritas em Êx 7—12. O relato mostra como Deus as usou para que se cumprissem os seus propósitos. Os israelitas, que não sofreram os seus danos, recordaram frequentemente essa experiência (Sl 78.43-51; 105.26-36; 135.8-9; At 7.36; 13.17; Hb 11.28). Ver a tabela Milagres do êxodo e da entrada em Canaã.

PRATA 

O metal precioso mais comum na Palestina. É mencionada com frequência no AT (Gn 13.2; Sl 12.6; 66.10; Ct 1.11; 3.10; 8.9,11). Era usada como dinheiro e era pesada em ciclos. Ver Dinheiro e a Tabela de Pesos, Medidas e Moedas.

PREGAÇÃO 

Anúncio público da mensagem de Jesus Cristo, feito por Jesus mesmo ou pelos seus discípulos (Mc 1.38; At 4.20; 1Co 9.16). A essência da proclamação de Jesus foi o reino de Deus (Lc 4.16-21). A mensagem dos apóstolos se centrou no Senhor crucificado e ressuscitado, em quem o reino veio (Rm 1.15; 1Co 1.23; 15.12; 2Co 1.19; 4.5). Frequentemente, a pregação do evangelho provoca reações adversas e perseguição (2Co 11.23-28).

PRIMÍCIAS 

Como reconhecimento de que os frutos da terra provinham de Deus, os israelitas levavam ao templo uma porção dos primeiros frutos da colheita (Êx 23.19; Lv 23.10,17; Dt 26.1-11). Depois da sua ressurreição, Jesus se converteu em “primícias” de todos os que morreram na fé (1Co 15.20).

PRIMOGÊNITO 

Termo aplicado tanto ao primeiro filho homem como à primeira cria dos animais. Visto que os primogênitos de Israel foram salvos no Egito durante a última praga, todo primogênito, tanto de seres humanos como de animais, passou a ser consagrado ao Senhor (Êx 13.2; 34.19). Os animais eram sacrificados a Deus, mas os meninos eram redimidos mediante um pagamento (Êx 13.13,15; 34.20; cf. Lv 27.6; Lc 2.27). O filho primogênito tinha privilégios especiais, um dos quais consistia em receber uma porção dobrada das propriedades da família (Dt 21.17). Jesus é o primogênito da nova família humana (Rm 8.29; Cl 1.15; Hb 1.6).

PRIMOGENITURA 

Privilégio que corresponde ao filho mais velho de suceder ao seu pai como chefe da família (Gn 25.31). Recebia, além disso, com respeito aos demais filhos, uma porção dobrada da propriedade (Dt 21.17).

PRISCILA E ÁQÜILA 

Casal judeu-cristão expulso de Roma em 49 d.C. Hospedaram Paulo em Corinto (At 18.1-3), arriscaram a vida por ele (Rm 16.3) e o acompanharam até Éfeso, onde ajudaram Apolo a se aprofundar na fé (At 18.26).

PROFECIA, PROFETA 

Nas Escrituras, profeta é um que fala em nome de outro e, na maioria dos casos, um que fala em nome de Deus, de quem é porta-voz e representante. Não obstante, no uso comum atual, profeta é, quase que exclusivamente, alguém que prediz o futuro. Mas a pregação das coisas futuras é somente uma parte da mensagem do profeta e nem sempre se inclui. No AT, o profeta era chamado de nabi, termo que pode significar “aquele que é chamado (por Deus) e tem o encargo de falar a outros da parte de Deus”. Também recebe o nome de “vidente”, isto é, aquele que vê por revelação divina, às vezes em verdadeiras visões ou sonhos, uma mensagem que Deus lhe transmite e que, por sua vez, ele deve transmitir a outros. Nesse sentido amplo, pode-se dizer que profeta é a pessoa que foi chamada por Deus e a quem Deus confia a sua mensagem para que a anuncie a outros.

PROMESSA 

Tanto o povo de Israel (AT) como a Igreja (NT) devem aceitar, com fé, as promessas de Deus e aguardar com esperança a sua realização (2Pe 1.4). Deus prometeu a Israel uma terra que “mana leite e mel” (Êx 3.8) e um rei futuro (ou Messias) de justiça e paz (Is 11). Cristo prometeu à Igreja que regressaria em glória (Mt 25) e que haveria um novo universo criado por Deus (2Pe 3.13).

PURIFICAÇÃO, PURIFICAR, PURO 

Segundo a lei de Moisés, a purificação era uma cerimônia exigida para limpar ou deixar livre de impureza ritual um objeto, um lugar ou uma pessoa. As leis de pureza se encontram principalmente em Lv 11—16. A impureza ritual era adquirida ao se comerem alimentos proibidos, padecer de certas enfermidades da pele, por tocar um cadáver ou um sepulcro, por entrar em contato com sangue e por outras razões. Tal impureza incapacitava a pessoa para tomar parte no culto e, por conseguinte, para entrar em comunhão com Deus. Não se tratava precisamente de impureza moral. Os profetas denunciaram essa última com toda a energia e advertiram o povo de que a pureza ritual e externa não tem valor diante de Deus quando não vem acompanhada da pureza moral, a qual consiste em obedecer aos preceitos divinos que exigem uma vida limpa, regida pela misericórdia, pela justiça, pelo amor a Deus e ao próximo e pela fidelidade. Jesus, que respeitou no essencial os preceitos relativos à pureza ritual, pregou a absoluta supremacia da pureza moral, o “coração limpo”, que é o único que permite “ver” a Deus e entrar em comunhão com ele. Segundo o NT, a purificação verdadeira, que é obra do Espírito Santo, se alcança quando a pessoa se volta para Deus pela fé em Cristo.

PURIM 

(= sortes) Festa judaica que se celebra dos dias 13 a 15 do décimo segundo mês, o de adar (fevereiro-março). Nessa ocasião, se lia o livro de Ester para comemorar a libertação dos judeus, ameaçados pelo malvado Hamã. O seu nome provém do ato de lançar sortes para decidir em que dia haveriam de matar os judeus (Et 9.17-32).


Q.

QUARENTA 

Número frequentemente associado às provas (ou para destacar um processo ou desenvolvimento); p. ex., o dilúvio (Gn 7.17), a peregrinação pelo deserto (Nm 32.13), a entrega da Lei (Dt 9.9), o reinado de Davi (2Sm 5.4), as tentações de Jesus no deserto (Mt 4.2) e as aparições depois da sua ressurreição (At 1.3).

QUEDA 

Forma de descrever a perda do relacionamento direto com Deus que sofreram Adão e Eva pela sua desobediência (Gn 3; Rm 5.12-13; 1Co 15.22; 1Tm 2.14). Como representantes da humanidade, a sua queda colocou a raça humana em estado de  pecado, privada da comunhão espiritual direta com Deus.

QUERUBINS 

Seres espirituais que guardavam a árvore da vida no Éden (Gn 3.24); representações douradas com asas estendidas que cobriam o propiciatório na arca da Aliança (Êx 25.18; Hb 9.5). Na visão de Ezequiel (Ez 10), os querubins levam o carro- trono de Deus. O templo de Salomão estava decorado com grandes figuras de  querubins, lavradas em madeira de oliveira e recobertas de ouro (1Rs 6.23-28).

QUIRINO 

Públio Sulpício Quirino foi procônsul da Ásia em 3 a.C. e, posteriormente, governador da Síria. É mencionado somente uma vez na Bíblia (Lc 2.2).


R.

RAABE 

(= ampla) (1) Mulher de Jericó que ajudou as tribos israelitas a capturar a cidade (Js 2.1; 6.17). Segundo Mt 1.5, faz parte da árvore genealógica de Jesus e é reconhecida como uma mulher de fé (Hb 11.31). (2) Monstro mítico das profundezas da terra (Sl 89.10).

RABI 

(= meu mestre) Título de honra usado para referir-se aos mestres judeus (Mt 23.7) e a Jesus (Jo 1.38,49; 3.2,26; 4.31), especialmente por parte dos seus discípulos. Raboni é uma forma intensiva do mesmo termo (Mc 10.51; Jo 20.16).

RAMÁ 

(= altura) Nome de cinco lugares mencionados no AT. O que se relaciona com a infância de Jesus (Mt 2.18; cf. Jr 31.15), provavelmente, seja Ramá de Benjamim (1Rs 15.16-17; Is 10.28-32).

RAQUEL 

(= ovelha-mãe) Filha mais nova de Labão e segunda esposa de Jacó. Raquel, mãe de José e de Benjamim (Gn 29.31; 30.1-24), foi a favorita de Jacó, com quem caminhou para a Palestina (Gn 30.25-26; 31.4-55), onde morreu ao dar à luz Benjamim (Gn 35.16-20).

REBECA 

Filha de Betuel, irmã de Labão, esposa de Isaque e mãe de Esaú e de Jacó (Gn 22.20-24; 24.24). (Ver estes nomes.)

RECOMPENSA 

Jesus falou sobre recompensa no céu para aqueles que são fiéis nos seus deveres para com Deus (Mt 5.12,46; 6.1-6,16,18). No entanto, não se explica a natureza precisa dessa recompensa. Ver Coroa.

RECONCILIAR 

Fazer com que pessoas em inimizade estabeleçam entre si um relacionamento de harmonia, paz e justiça. Este termo se usa para: (1) assinalar o que os discípulos devem fazer uns pelos outros (Mt 5.24; Lc 12.58); (2) mostrar o que Deus mesmo obteve com a morte e ressurreição de Jesus, estabelecendo a comunhão dos pecadores com ele (Rm 5.10; 2Co 5.18); e (3) indicar o dever do pecador com respeito a Deus: aceitar o perdão divino e entrar em um correto relacionamento com ele por meio de Jesus Cristo (2Co 5.20).

REDIMIR, REDENÇÃO 

Libertar alguém do pagamento de uma dívida, ainda que se deva pagar um alto custo. Assim Deus redime ou liberta Israel da escravidão no Egito e o leva à Terra Prometida (Êx 6.6; 15.13; Sl 77.14-15). De igual maneira, Deus redime (liberta) o pecador da culpa e do poder do pecado, por meio da morte na cruz e da ressurreição do seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo (Mc 10.45; Rm 3.24; Ef 1.7; 1Pe 1.18-19).

REINADO, REI 

Os “reinos” da época bíblica, e somente com as exceções que podem ser identificadas facilmente (Egito, Assíria, Babilônia, Israel nos tempos de Davi e Salomão, etc.), na maioria das vezes equivaliam ao que hoje chamaríamos de província, estado ou distrito. Às vezes, se tratava somente de uma cidade com os seus anexos. Os seus “reis”, com as exceções mencionadas, eram, geralmente, chefes locais ou regionais, com jurisdição muito limitada, freqüentemente tributários e vassalos de alguns dos grandes reinos ou impérios da época, ainda que politicamente independentes entre si.

REINO DE DEUS, REINO DOS CÉUS 

No AT, fala-se do futuro reinado do Senhor e de um reino messiânico universal. No NT, o anúncio do “reino de Deus” (ou “reino dos céus”) que já “chegou”, se constitui na proclamação inicial e no centro da mensagem de Jesus. É o reino que chega com ele e que ele vem estabelecer; um reino que já está presente e em pleno desenvolvimento, mas cuja consumação terá lugar no futuro. Não é um reino temporal, mas eterno, e não é nacional, mas universal. Não é um reino político, tal como os reinos humanos, nem um reino somente moral ou espiritual, abstrato, nem inteiramente ultraterrestre. O reino de Deus consiste na sua soberania. O seu reino começou onde quer que se aceite a sua soberania e se ajuste a vida à sua vontade. Mas o reino de Deus não vem nem cresce pelo esforço humano, mas pela graça e pelo poder do próprio Deus. O homem somente pode acatar a sua soberania e oferecer-se para ser, nas suas mãos, seu colaborador (2Co 6.1), e isso somente ocorre pela ação de Deus nele. Na oração que o Senhor ensinou, as petições “Venha o teu reino” e “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” possuem o mesmo significado.

REIS DE ISRAEL 

Depois da morte de Salomão, os reis do reino do Norte, isto é, de Israel, desde 931 até 721 a.C., foram: Jeroboão I, Nadabe, Baasa, Elá, Zinri, [Tibni], Onri, Acabe, Acazias, Jorão, Jeú, Jeoacaz, Jeoás, Jeroboão II, Zacarias, Salum, Menaém, Pecaías, Peca e Oséias. (Ver, neste dicionário, o nome de cada um separadamente.) Ver também a tabela Reis de Israel e de Judá.

REIS DE JUDÁ 

Depois da morte de Salomão, os reis do pequeno reino do Sul, isto é, de Judá, desde 931 até 586 a.C., foram: Roboão, Abias, Asa, Josafá, Jeorão, Acazias, Atalia, Joás, Amazias, Azarias, Jotão, Acaz, Ezequias, Manassés, Amom, Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. (Ver, neste dicionário, o nome de cada um separadamente.) Ver também a tabela Reis de Israel e de Judá.

REMANESCENTE 

Ver Restante.

RESSURREIÇÃO 

Ação de levantar-se da morte com um corpo físico no mesmo estado anterior à morte (Jo 11) ou com um corpo novo e transformado, como no caso de Jesus (Mt 28 e paralelos). No AT, a crença na ressurreição dos corpos ao final dos tempos está baseada em Is 26.19 e Dn 12.2. No NT, Jesus falou sobre a ressurreição futura (Jo 5.25,28-29) para todos, assim como da sua ressurreição específica depois de três dias (Mc 8.31). A ressurreição de Jesus e a futura ressurreição para a vida eterna, no reino dos céus, constituíram elementos básicos do ensinamento apostólico (At 2.31; 4.2,33; Fp 3.10-11).

RESTANTE 

Núcleo do povo israelita que, em cada período, permanecia fiel ao Senhor (Is 4.3; 10.20-22; 11.11,16; Sf 2.4-7; Zc 8.1-8; Rm 9.27; 11.5).

REVELAÇÃO, REVELAR 

Ato pelo qual, segundo o ensino tanto do AT como do NT, Deus se manifesta — no seu caráter, vontade e propósitos — para estabelecer a possibilidade de um correto relacionamento com o seu povo e com o ser humano em geral (Sl 147.19). No AT, o meio principal de revelação é a palavra viva dada a Moisés e aos profetas (Is 22.14; Am 3.7; 4.13; Hb 1.1). No NT, Deus se revela em Jesus Cristo: na sua pessoa, nas suas ações e nas suas palavras (Lc 2.32; 10.22; Jo 1.31; 2.11; Gl 1.15-16; Hb 1.2). No final dos tempos, com a segunda vinda de Jesus em glória, Deus haverá de revelar mais de si mesmo (Is 40.5; 2Ts 1.7; 1Pe 1.5).

RICO, RIQUEZA 

Ter uma grande fortuna pode ser sinal da bênção de Deus (Sl 112.1-3), mas também de uma maldição, se a pessoa deposita nela o seu coração. No entanto, como toda riqueza provém de Deus, deverá ser usada retamente (Dt 8.17-18; Os 2.8; Lc 16.11). Não é sábio confiar nas riquezas (Sl 52.7; Mc 10.23-25), porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males (1Tm 6.10). Também há riqueza espiritual (Rm 11.33; Ef 1.18; 2.7). Deve-se preferir bem-estar e riqueza espirituais a riquezas materiais (Lc 12.33; 16.11).

ROBOÃO 

(= expansão do povo) Filho de Salomão e Naamá. Último rei do reino unido de Israel e primeiro rei do reino do Sul, depois da divisão (1Rs 12; 2Cr 10—12).

ROLOS 

(= pergaminhos) Forma usual dos livros nos tempos bíblicos. Eram feitos de papiro ou de pele de animais (Jr 36; Ez 2.9; Hb 10.7).

ROMA, IMPÉRIO ROMANO 

Antiga cidade itálica que chegou a ser a capital do Império Romano. Nos tempos de Jesus, o Império Romano havia estendido o seu poder sobre a maior parte do mundo conhecido. Quando Pompeu triunfou sobre Jerusalém em 63 a.C., grande parte de Israel foi incorporada à província romana da Síria. Nos anos seguintes, houve muita rivalidade entre os líderes romanos, mas, em 31 a.C., Otaviano emergiu como único governante do Império. Em 27 a.C., adotou o nome de Augusto. Durante o seu governo, nasceu Jesus (Lc 2.1). Roma introduziu muitas melhorias no mundo mediterrâneo, como excelentes estradas que facilitavam as viagens e o comércio. O latim e o grego eram as línguas oficiais do Império, o que ajudou os primeiros cristãos a pregarem em todas as partes. Apesar de ser permitido às nações conquistadas manter os seus próprios costumes e religião, os judeus odiavam Roma. Nos tempos de Jesus, havia tropas imperiais estacionadas na Judéia, e a esperança judaica de que Deus interviria para libertá-los se tornava cada vez mais forte. A resistência contra o governo romano cresceu entre os anos 60 e 70 d.C., mas, nessa última data, as tropas romanas atacaram Jerusalém e destruíram o templo. Ver Abominação, a tabela O mundo romano e o mapa O Império Romano.

RÚBEN 

Filho mais velho de Jacó e de Lia (Gn 29.32). Tinha quatro filhos quando desceu com o seu pai para o Egito (Gn 46.9). A tribo de Rúben tinha já 46.500 membros quando os israelitas saíram do Egito (Nm 1.21; 2.10-11). Os rubenitas se estabeleceram em Gileade (Nm 32) e, séculos mais tarde, foram feitos cativos por Tiglate-Pileser, da Assíria (1Cr 5.25-26).

RUTE 

Jovem de Moabe que acompanhou Noemi, a sua sogra, quando esta regressou a Belém. Ali, se casou com Boaz (Rt 3—4). O seu filho Obede é um dos antepassados do rei Davi, razão pela qual Rute aparece na genealogia de Jesus (Mt 1.5). Ver Boaz.


S.

SABÁ 

(ou SEBA) (1) Terra situada a sudoeste da Arábia (parte do atual Iêmen) cuja rainha visitou Salomão (1Rs 10.1; 2Cr 9.1; cf. Lc 11.31), talvez para negociar algum tratado comercial. (2) Nome de várias personagens do AT (1Cr 5.13). (3) Cidade situada ao sul da Palestina (Js 19.2).

SÁBADO 

Dia em que se suspendia o trabalho habitual, para ser dedicado especialmente ao culto a Deus e ao descanso. O nome hebraico é shabbat, que passou ao grego como sabbaton e ao latim como sabatum, de onde vem o português “sábado”. A palavra hebraica se relaciona com o verbo da mesma raiz que significa “cessar”, “deixar de fazer algo”, “descansar”. Na grande maioria dos casos, o shabbat era o sétimo dia da semana e, portanto, equivale ao nosso sábado (Êx 16.23,25-26,29; 20.8,10-11; 31.13- 16; Mt 12.1-2,5,8,10-12; 24.20; 28.1). Nos Dez Mandamentos (Êx 20.8-11), se ordena a sua observância em comemoração tanto do “descanso” divino ao terminar a Criação (Gn 2.1-3) como da libertação do povo israelita da escravidão (Dt 5.12-15). Os hebreus contavam o dia de repouso desde o pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado e assim ainda o fazem. Pelo seu significado de “dia em que não se trabalha”, também eram chamados de shabbat os dias de grande festividade religiosa que nem sempre caíam no sétimo dia da semana (Lv 16.29-31; 23.24,32,39). O mesmo termo se aplicou a cada sétimo ano em que se deixava descansar a terra (Lv 25.2-7). Ver Sábado na Concordância Temática.

SACERDOTE 

No AT, o sacerdote era o encarregado do culto divino, sobretudo do oferecimento dos sacrifícios (ver Sacrifício). O sacerdócio israelita propriamente dito apareceu quando se construiu o tabernáculo do deserto (ver Tabernáculo), do qual estavam encarregados Arão e os seus descendentes. As funções do sacerdócio se especializaram mais com a construção do templo de Jerusalém. Após a volta do exílio, apareceu a sinagoga como centro de instrução doutrinal, a qual estava a cargo do sacerdote; no entanto, este não exercia, em sentido restrito, o que hoje chamamos de “ministério pastoral”. Quando no NT se fala de sacerdotes, sempre se alude aos do Judaísmo. Não se nomeia nenhum sacerdócio ou ordem própria da Igreja. Cristo, como mediador, é o único e supremo sacerdote e ofereceu o sacrifício único e perfeito. Esse tema é tratado com detalhes na Epístola aos Hebreus. Todos os crentes são “sacerdotes para Deus” (Ap 1.6) e constituem um “sacerdócio real” (1Pe 2.9). Por ser sacerdote, o crente há de oferecer a si mesmo em sacrifício, como “sacrifício vivo” (Rm 12.1).

SACRIFÍCIO 

No AT, o sacrifício é um ato do culto, tão importante, que era considerado indispensável. Hoje, entendemos por “sacrifício” a imolação de um animal; isto é, o ato de matá-lo para oferecê-lo a Deus. Para os hebreus, esta era tão-somente uma das formas possíveis do sacrifício, talvez a principal, mas não a única. Também eram feitas ofertas de alimentos, de bebidas e de incenso. Quanto ao seu propósito, o sacrifício podia ser de gratidão (ou ação de graças), de expiação pelos pecados (no qual se pede o perdão de Deus), de reconciliação com Deus ou de purificação. Uma das formas principais do sacrifício era o holocausto (ver Holocausto). Jesus Cristo, mediante a sua morte na cruz, fez a oferta do seu corpo, “uma vez por todas” (Hb 10.10), pelos pecados de todo o mundo (Jo 1.29).

SADRAQUE 

Nome babilônico dado a Ananias. Esteve cativo na Babilônia junto com Daniel, Mesaque e Abede-Nego, companheiros de fé (Dn 1.7; 2.49; 3.12-30).

SADUCEUS 

Membros de um grupo ou partido religioso judaico, menos numeroso mas de maior força social do que o dos fariseus (ver Fariseus). Tinham grande influência não somente no âmbito religioso, mas também no político. Faziam parte da classe sacerdotal dominante e contavam entre os seus membros e partidários pessoas da aristocracia de Jerusalém. Quanto às suas doutrinas, se apegavam somente à lei mosaica escrita e, para interpretá-la, desprezavam a tradição oral em que se apoiavam os fariseus. Por isso, estavam em luta com estes. Negavam a ressurreição e não criam em anjos nem em espíritos (At 23.6-8). Apesar da sua rivalidade com os fariseus, uniram-se a eles quando se tratou de enfrentar Jesus (Mt 16.6).

SALMANESER 

V Rei da Assíria (726-722 a.C.) que invadiu o reino de Israel (2Rs 17.3-5; 18.9-11).

SALOMÃO 

(= recompensa) Filho de Davi e Bate-Seba (2Sm 12.24); terceiro e último rei do reino unido de Israel (971-931 a.C.). Durante o seu reinado, a nação alcançou a sua máxima expansão geográfica e material (1Rs 1—11; 2Cr 8—9). Foi um homem sábio (Pv 10.1—22.16; 25.1—29.27) e construiu um grande templo para o Senhor (1Rs 5), além de um grande palácio e de outros edifícios suntuosos (1Rs 7.1-12). A sua política de impostos e a introdução do culto idólatra (para agradar às suas esposas estrangeiras) levaram à divisão do reino depois da sua morte (1Rs 11.1-13).

SALUM 

(= recompensa) Nome de quinze homens sobre os quais se fala no AT, incluindo o décimo quinto rei de Israel, o qual reinou somente um mês (em 752 a.C.; 2Rs 15.10-14).

SALVAÇÃO 

O Deus da Bíblia é essencialmente o Senhor que salva. O significado dessa salvação e o que esta supõe são descritos desde o AT até o NT. Pode significar vitória em uma batalha, recobrar a saúde ou alívio do pobre e necessitado (Êx 14.30; 1Cr 16.35; 2Cr 32.11; Sl 7.1; 18.3,19; 59.2; 72.4); tudo isso no contexto da eleição divina de Israel. Também significa que Deus cria um novo Israel, uma nova Sião, um novo mundo baseado na nova revelação do Senhor (Is 40—60). Inclui, de maneira particular, a crescente esperança no Messias, o agente da salvação de Deus (Is 52.13— 53.12). No NT, a salvação provém de Deus e está centrada em Jesus; inclui o bem-estar físico e espiritual, o perdão de pecados, o dom da vida eterna, a adoção como filhos de Deus e o dom do Espírito. Salvação é o que Deus fez por meio da morte e da ressurreição de Jesus, o que está fazendo mediante a obra do Espírito Santo e o que há de fazer na consumação do reino (Mt 1.21; 19.25; 24.22; Lc 1.77; Rm 13.11; Tt 3.5; 1Pe 2.2).

SALVADOR 

O Senhor Deus é o Salvador (2Sm 22.47; 1Cr 16.35; Sl 27.9; Lc 1.47; 1Tm 1.1; 2.3), como também o é Jesus Cristo (Lc 2.11; At 13.23; Fp 3.20). Ver Salvação.

SAMARIA 

Nome usado em três sentidos: (1) Capital do reino de Israel desde o tempo de Onri até a sua queda sob os assírios em 721 a.C. (1Rs 16.24; 2Rs 17.3-6; Is 7.9; 8.4). Reconstruída mais tarde por Herodes, o Grande. (2) Território ocupado pelas dez tribos que formaram o reino de Israel (1Rs 13.32; 2Rs 17.24). (3) Distrito da Palestina central sob a administração romana (Lc 17.11; Jo 4.4; At 8.5).

SAMARITANOS 

Habitantes de Samaria, a região que foi o centro do reino de Israel, rival do reino de Judá. Estava situada ao norte da Judéia. Depois da queda de Samaria, os assírios deportaram boa parte da sua população e, no seu lugar, estabeleceram ali colonos assírios. Assim, se produziu uma mescla de etnias, motivo pelo qual os judeus consideravam os samaritanos ritualmente impuros. Por ocasião da volta do exílio, os samaritanos se opuseram a que os judeus reconstruíssem Jerusalém e o templo e levantaram o seu próprio santuário no monte Gerizim. Por outro lado, não reconheciam outra autoridade doutrinal além dos livros da Lei (o Pentateuco). Por causa de tudo isso, os judeus não aceitaram como legítimo o culto dos samaritanos, que, para eles, eram praticamente pagãos. Negavam-se, portanto, a ter com os samaritanos qualquer espécie de relacionamento ou trato (Jo 4.9).

SAMUEL 

(= Deus ouviu) O primeiro dos profetas de Israel (depois de Moisés) e o último dos “juízes”. Sendo ainda menino, a sua mãe, Ana, o dedicou ao serviço de Deus. Ajudou Eli, o sumo sacerdote, no santuário de Siló (1Sm 1—4). Também ungiu os primeiros dois reis de Israel, Saul e Davi (1Sm 7—16; 18—24; 25.1). Ver Saul e Davi.

SANGUE 

Considerava-se, nos tempos do AT, que o sangue dos animais era a própria vida, criada por Deus (Lv 17.11). Com respeito ao sacrifício de animais, o sangue acentuava a morte violenta da vítima (Lv 1.5-9). A expiação dos pecados se obtinha por este sangue, vertido em sacrifício (Lv 17.11; Hb 9—10). No NT, o “sangue de Cristo” significa a morte sacrificial de Jesus, por meio da qual somos reconciliados com Deus (Ef 1.7; 2.13; Cl 1.20). O vinho da última ceia representa o sangue de Jesus, vertido para remissão dos pecados (Mt 26.27-28; 1Co 11.25).

SANSÃO 

Um dos juízes das tribos de Israel nas suas guerras contra os filisteus; famoso pela sua grande força (Jz 13—16). Apesar das suas muitas falhas, a Epístola aos Hebreus o apresenta como um dos heróis da fé (11.32).

SANTA CEIA, CEIA DO SENHOR, COMUNHÃO 

Expressões que são usadas para referir-se à ceia instituída por Jesus pouco antes da sua crucificação (Mc 14.22-26). A comunidade cristã, desde os seus primórdios, continuou essa celebração, na qual os crentes participam do pão e do vinho. Chamada de “Ceia do Senhor” por Paulo (1Co 11.20). Costumava-se realizá-la ao final de uma refeição em comum, denominada ágape, compartilhada pelos membros da igreja (1Co 11.20-21). Mais tarde, por razões de abuso, se separaram essas refeições (o ágape e a instituída por Jesus), para dar lugar ao que agora conhecemos como Santa Ceia, Ceia do Senhor ou Comunhão.

SANTIFICAR 

Separar uma pessoa, um objeto ou uma instituição para servir a Deus com dedicação e amor. Deus mesmo santifica o seu povo (Jo 17.17,19; 1Ts 5.23; 2Ts 2.13; 1Pe 1.2). Aqueles que foram santificados são os seus santos.

SANTO DOS SANTOS 

Chamado em hebraico de debir e qodesh, era o quarto de forma cúbica e sem janelas que se localizava no fundo do tabernáculo e, mais tarde, do templo (Êx 26.34 e 1Rs 6.16, respectivamente). Ali descansava a “arca da Aliança” ou “do Testemunho” (ver Arca da Aliança). No Santo dos Santos somente podia entrar o sumo sacerdote uma vez por ano, no grande Dia da Expiação (Lv 16.15-17,29-34), para aspergir a tampa da arca com sangue de um bode sacrificado pelos pecados do povo.

SANTO LUGAR 

Chamado em hebraico de hechal e qodesh, era um espaço separado do Santo dos Santos por um véu (Êx 26.33). Nele, se encontravam o altar do incenso, a mesa dos pães da proposição e o candelabro de sete hásteas. No templo de Salomão, havia uma porta entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos; no de Herodes, havia duas cortinas.

SANTOS 

A Escritura chama de “santos” aqueles que confiam no Senhor e foram separados para servi-lo e adorá-lo, seja de acordo com a lei de Moisés (Sl 30.4; 31.23; Dn 7.18-27) ou no nome de Jesus (Rm 1.7; 8.27; 15.25; Jd 3), isto é, os crentes.

SARA, SARAI 

(= princesa) Esposa de Abraão e mãe de Isaque. Quando recebeu a promessa do nascimento de Isaque (Gn 16.1—18.15; 20—21), Deus mudou o seu nome de Sarai para Sara.

SARÇA ARDENTE 

Arbusto do deserto. A sarça que não se queimava (Êx 3.3) atraiu a atenção de Moisés, e este notou que, a partir dela, Deus o chamava para convertê-lo  no libertador de Israel (Êx 3.1-10). O fogo que não se consumia representava a presença divina.

SATANÁS OU SATà

A palavra hebraica satan, de onde vem o nome próprio “Satanás” (ou Satã), significa “adversário”, “inimigo”, “opositor”. Nesse sentido geral,  é usado no AT como nome comum. Em alguns casos, esse nome pode ter um sentido judicial e designar uma espécie de fiscal ou acusador de ofício. Em Jó 2.1, aparece com esse caráter e como um dos servidores de Deus (literalmente, “filhos de Deus”). Em hebraico se usa sobretudo como nome comum, não próprio, pelo que leva o artigo definido: é “o satanás”. Igual função acusadora, como a de um fiscal, tem em Zc 3.1, ainda que, nessa passagem, receba a repreensão divina. Em 1Cr 21.1, aparece sem o artigo, sendo que “Satanás” adquire natureza de nome próprio. É interessante, contudo, notar que o autor de Crônicas o identifica com “a ira” do Senhor (ver paralelo em 2Sm 24.1). No Judaísmo posterior, a figura de Satanás adquire uma natureza bem definida: é o adversário de Deus que se opõe aos seus santos desígnios e o supremo inimigo do ser humano, ao qual trata de manter sob a escravidão do pecado. Este é o conceito que se acha no NT. Ver Diabo.

SAÚDE E ENFERMIDADE 

A lei de Moisés continha um extraordinário código sanitário e de prevenção no campo da saúde pública (ver Lv 11—15). Segundo o ensinamento bíblico, Deus é quem cura as enfermidades, tanto por meios naturais como sobrenaturais (Sl 103.3; Mt 8.16-17); em certas ocasiões, envia as enfermidades (Êx 9.8-12). Não se considerava que o uso de remédios e de outras práticas estivessem em conflito com a crença em Deus como aquele que cura. As enfermidades mais comuns mencionadas na Bíblia são: esterilidade feminina (Gn 29.31); cegueira (Mt 9.27); diversas desordens da pele (Jó 30.30); surdez (Mc 7.32); hidropisia (Lc 14.2); mudez (Mc 7.37); disenteria (At 28.8); febre (At 28.8); inflamação (Dt 28.22); lepra (2Rs 5.27); desordens mentais (2Pe 2.16); paralisias (Lc 5.18); úlceras (Êx 9.9-11); e todos os males que se atribuem à possessão demoníaca (Mc 5.1-17).

SAUL 

(= desejado) (1) Primeiro rei de Israel. Diz-se que era o homem mais alto e formoso de Israel, bem como um grande guerreiro. Ungido rei por Samuel (1Sm 9), o seu reinado começou bem, mas terminou mal, razão pela qual, embora Saul ainda estivesse vivo, Samuel ungiu Davi como rei para que fosse o seu sucessor (1Sm 15— 16). (2) Nome do primeiro apóstolo cristão aos gentios (Saulo), mais conhecido como Paulo (At 7.58; 13.9).

SELÁ 

Termo musical que aparece 71 vezes no texto hebraico dos Salmos (p. ex., Sl 3.2,4,8) e também em Hc 3.3,9,13. Embora não haja certeza sobre o seu significado, acredita-se que era uma pausa que se fazia no cântico dos Salmos, talvez com um interlúdio instrumental.

SELO 

Artefato que tem gravado um desenho ou nome (p. ex., de uma divindade ou rei) usado para deixar uma impressão sobre barro ou cera; poderia ser um anel (Et 3.12; 8.8,10; Dn 6.17) ou um sinete (Gn 41.42; Êx 28.11,21,36; 1Rs 21.8). No NT, o termo é usado figuradamente para referir-se à impressão feita pelo Espírito Santo sobre o coração do crente (2Co 1.22; Ef 1.13; 4.30).

SEMANAS, FESTA DAS 

Ver Pentecostes.

SENAQUERIBE 

Rei assírio (705-681 a.C.) que invadiu Judá (2Rs 18.13—19.17; 2Cr 32.1-22; Is 36.1—37.38), mas foi incapaz de conquistar Jerusalém enquanto ali reinava Ezequias.

SENHOR 

Os tradutores gregos da Septuaginta (= LXX) utilizaram a palavra Kyrios (Senhor) para traduzir o nome de Deus, o Tetragrama hebraico (YHWH), que os judeus não pronunciavam. Este é o título mais usado no NT para referir-se a Jesus, especialmente depois que este venceu a morte com a sua ressurreição e assim deixou estabelecida a sua soberania (Jo 20.28; Rm 1.3-4; 1Co 12.3; Fp 2.9-11). Ver Tetragrama.

SENTENÇA 

Palavra pronunciada por um profeta como palavra de Deus para os seres humanos (Is 13.1; 15.1; 17.1). Assim como há falsos profetas, também há oráculos falsos. Ver Profecia.

SEPULTAMENTO 

No Oriente Próximo e por causa do clima, os sepultamentos eram feitos quase que imediatamente depois da morte da pessoa, também tratando-se de criminosos (Dt 21.23). Os túmulos familiares (Jo 11.39), que eram bastante comuns (Gn 49.31), costumavam ficar fora do povoado (Lc 7.12). O cadáver, envolto em linho (Jo 11.44; 20.6), era carregado em um caixão e era acompanhado por carpideiras que organizavam e dirigiam o lamento (Mt 9.23; Mc 5.38; At 8.2).

SERMÃO DO MONTE 

Nome com o qual se conhecem os ensinamentos de Jesus que se encontram em Mateus 5—7.

SERPENTE 

Símbolo do diabo e do mal (Ap 12.9; 20.2). No Éden, Eva foi tentada pela serpente (Gn 3.1-6). Isaías alude a uma serpente mítica, chamada de “Leviatã” (27.1). Ver Diabo.

SERVIDÃO, SERVO 

Em tempos bíblicos, a servidão (escravatura) era uma prática comum. Os israelitas foram servos (escravos) no Egito e nunca esqueceriam essa experiência (Êx 13.3,14; Dt 15.15; 16.12). Alguém se tornava escravo quando se tornava cativo de guerra, por ter sido comprado, por ter nascido escravo, por vender-se a si mesmo ou por sequestro. A lei de Moisés legisla a respeito da escravatura (Êx 21; Lv 25), e, no NT, Paulo dá instruções sobre como tratar os escravos (Cl 3.22; 1Tm 6.1-3). O conceito de escravatura é usado também no contexto espiritual: os pecadores são escravos do pecado e, pela fé em Cristo, chegam a alcançar a libertação dessa escravidão para converter-se em servos de Deus (Rm 6). Ver a Introdução a Filemom.

SERVIR, SERVO 

A existência de servos era comum nos tempos do AT, assim como nos tempos do NT (Rt 2.8-23; Pv 27.27). Profetas, reis, sacerdotes e outros personagens foram chamados de servos de Deus (Js 8.21; 2Cr 1.3; 6.15-21), e Israel mesmo é chamado de servo do Senhor (Is 41.9). Isaías descreve um servo do Senhor com características especiais: sofre pelo seu povo e é vingado por Deus mesmo (42.1-4; 49.1-6; 50.4-9; 52.13—53.12). No NT, todos os cristãos são chamados para serem servos de Deus (Rm 1.9; 6.15-22; 12.7-11; Cl 3.24).

SETE 

(= substituição) Terceiro filho de Adão e Eva, substituto de Abel (Gn 4.25— 5.8). Antepassado de Noé (1Cr 1.1-4).

SIÃO 

Nome da colina que está a sudeste de Jerusalém, onde esteve situada originalmente a cidade, tanto na época dos jebuseus como depois de haver sido conquistada por Davi. A partir de então recebeu também o nome de “Cidade de Davi”. A cidade se estendeu até o Norte, com a construção do palácio e do templo de Salomão; depois, o nome passou a abranger o monte em que estes foram edificados. Nos séculos seguintes, a cidade cresceu não somente para o Norte, mas também até a colina ocidental, situada no outro lado do vale central. Com ele se estendeu ainda mais a aplicação do nome, de modo que, finalmente, “Sião” chegou a ser sinônimo de toda a cidade de Jerusalém. Em tempos posteriores à época bíblica, sobretudo desde a época bizantina (séc. IV da nossa era em diante), a colina ocidental foi absorvendo para si o nome, de maneira que até o presente é chamada de “o monte de Sião”.

SICLO 

No AT, certa quantidade de prata ou outro metal precioso que, uma vez pesada, era usada para dar valor aos artigos que se vendiam. Não era uma moeda (Êx 30.13-15; Nm 7.13). Por volta do ano 139 a.C., se cunharam as primeiras moedas que receberam o nome de siclo. Ver Dinheiro, Prata e a Tabela de Pesos, Medidas e Moedas.

SIDOM 

Cidade amuralhada da antiga Fenícia (hoje Líbano), com dois portos de importância: Sidom, a Grande (Js 11.8; 19.28) e Sidom Menor. Pôde resistir a Israel (Jz 10.12), mas, em 587 a.C., Jeremias profetizou a sua queda (Jr 25.22; 27.3; 47.4). Alguns séculos depois, Jesus esteve na cidade ou perto dela (Mc 3.8; 7.24-31; Lc 6.17; 10.13- 14), e Paulo a visitou (At 27.3). Já naquela época, a maioria dos seus habitantes havia sido absorvida pela cultura grega (Mc 7.26). Ver o Índice de Mapas.

SILAS 

Dirigente da igreja de Jerusalém que tinha o dom da profecia (At 15.22,32). Enviado a Antioquia, dali saiu com Paulo na segunda viagem missionária que este fez (At 15.36-41). O seu nome é mencionado em várias epístolas, sempre na forma latina, Silvano (2Co 1.19; 1Ts 1.1; 2Ts 1.1; 1Pe 5.12).

SILÓ 

Cidade situada em uma colina isolada a leste do caminho de Betel a Siquém (Jz 21.19). Ali, as tribos de Israel se ajuntaram depois da primeira fase da conquista de Canaã para preparar o tabernáculo e fazer da cidade o centro de adoração. O arca do Senhor permaneceu em Siló até os dias de Samuel, quando os filisteus a roubaram (1Sm 4.3). Desde que Davi fez de Jerusalém a capital do seu reino, Siló perdeu a importância. Ver o Índice de Mapas.

SILVANO 

Ver Silas.

SIMÃO 

Forma tardia do nome Simeão. (1) Apóstolo a quem Jesus chamou de Pedro (Mt 16.16; Lc 5.8; Jo 6.68; 13.6,9,36; 2Pe 1.1. Ver Pedro.). (2) Discípulo de Jesus chamado o Zelote (Mt 10.4; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13). (3) Irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3). (4) Leproso de Betânia (Mt 26.6; Mc 14.3). (5) Homem de Cirene que carregou a cruz de Jesus (Mc 15.21). (6) Fariseu (Lc 7.40; talvez seja o mesmo do número 4). (7) Simão Iscariotes, pai de Judas Iscariotes (Jo 6.71; 13.2). (8) Mágico que quis adquirir com dinheiro o poder do Espírito Santo (At 8.9). (9) Curtidor de Jope de cuja casa saiu Pedro para evangelizar Cornélio, o gentio (At 9.43; 10.6,32).

SIMEÃO 

(1) Segundo filho de Jacó e Lia (Gn 29.33); massacrou os heveus (Gn 34.24-31) e foi para o Egito com a sua família (Gn 46.8-10; 49.5; Êx 1.2; 6.15). (2) Os descendentes de Simeão, a tribo israelita (Nm 1.22-23; 26.14; Dt 27.12; Js 19.1-9) que saiu do Egito e se estabeleceu em Canaã. (3) Antepassado de Jesus (Lc 3.30). (4) Ancião de Jerusalém que carregou o menino Jesus nos seus braços e disse o Nunc dimittis (Lc 2.25-35. Ver Nunc dimittis.) (5) Cristão de Antioquia (At 13.1-2).

SINAGOGA 

Instituição que surgiu na época do exílio na Babilônia, quando já não era mais possível aos judeus continuar oferecendo os sacrifícios no templo como ponto central do culto a Deus. A vida religiosa dos judeus se concentrou no estudo das Escrituras, na oração e na observância do sábado e das festividades tradicionais. O rabino, como encarregado da instrução religiosa, chegou, com o correr do tempo, a substituir o sacerdote propriamente dito. Com a volta do cativeiro e, embora o culto do templo tivesse sido restabelecido, a sinagoga continuou a funcionar e a ser o centro do estudo bíblico e da instrução sobre a Lei e as suas práticas. Por outro lado, os judeus da dispersão — os que ficaram na Babilônia e os demais que residiam fora da Palestina — fizeram da sinagoga não somente o centro da sua vida religiosa, mas também o da sua coesão e continuidade como comunidade. Os locais utilizados receberam também o nome de sinagogas. Eram formadas com um mínimo de dez homens, que se reuniam sob a direção de um presidente. Ainda nos nossos dias, os lugares de reunião religiosa do Judaísmo recebem nome de “sinagoga”.

SINAI 

(1) Área deserta próxima ao monte Sinai, em alguma parte entre o golfo de Ácaba e Suez. A região aonde chegou Israel no terceiro mês da sua saída do Egito (Êx 19.1-2; Nm 1.1,19). (2) Montanha santa, também conhecida como monte Horebe (Dt 1.2,6), onde Deus falou com Moisés e lhe deu as tábuas da Lei (Êx 19.11; 31.18; 34.2,4,29,32; Gl 4.24-25). Provavelmente seja a atual Jebel Musa. Ver o Índice de Mapas.

SINAL 

Ato de Deus que revela a sua presença (Êx 4.28; Dt 4.34; 7.19; Rm 15.19; Hb 2.4). O termo é usado no Evangelho de João para referir-se aos milagres de Jesus (2.11; 6.2; 11.47).

SINÉDRIO 

Tribunal supremo dos judeus, integrado pelos sumos sacerdotes (o que estava em função e os já retirados), os anciãos e os mestres da Lei (estes últimos geralmente fariseus). Tinha um total de 71 membros, incluindo o seu presidente, cargo que costumava exercer o sumo sacerdote em exercício.

SIQUÉM 

(= ombro, colina) Nome de uma cidade — e do príncipe dela — (Gn 33.18—34.2), situada em uma colina ao norte da Palestina central. Primeiro lugar onde Deus apareceu a Abraão em Canaã (Gn 12.6-7). Atribuída a Efraim quando as tribos de Israel entraram em Canaã (Js 21.21). Ali, Josué pronunciou o seu discurso de despedida (Js 24). Mais tarde, Roboão foi para Siquém, onde o povo se havia reunido para fazê-lo rei (1Rs 12.1); pouco depois, Jeroboão a converteu na sua capital (1Rs 12.25).

SÍRIA 

País situado ao norte de Israel, com Damasco como cidade principal. Também foi chamada Arã, depois que as tribos dos arameus se estabeleceram ali (Ver Arã). O aramaico foi, provavelmente, a sua língua. As relações entre a Síria e Israel variaram de acordo com as guerras fronteiriças, os distanciamentos e as alianças. No NT, Antioquia da Síria aparece como um centro importante do Cristianismo primitivo. Ali, os seguidores de Cristo receberam, pela primeira vez, o nome de “cristãos” (At 11.26; 26.28). Ver Cristão.

SODOMA 

Uma das cidades da planície, junto com Admá, Gomorra, Zeboim e Zoar (Gn 13.10; 14.2; 19.16). Devido ao episódio relatado em Gn 19, o seu nome se converteu em sinônimo de vícios, degradação e juízo divino (Is 1.9-10; Jr 23.14; Ez 16.46; Mt 10.15; Lc 17.29).

SOFONIAS 

(= escondido por Javé) Nome de quatro personagens do AT, um dos quais foi o profeta cujos oráculos estão no livro que leva o seu nome. Ministrou na primeira parte do reinado de Josias (Sf 1.1). Ver Josias.

SOFRIMENTO 

Deus fez o mundo bom, sem sofrimento (Gn 1.31), tal como será o novo mundo por ele prometido (Is 65.17; Ap 21.4). O sofrimento está associado com as perturbações causadas pelo pecado (Gn 3.15-19; Jó 11) e por Satanás (Jó 1.12; 2.6; 2Co 12.7). Afeta todos os seres humanos, mas somente na medida em que Deus permite (Is 45.7; Am 3.6; Mt 26.39; At 2.23). A realidade do sofrimento sempre tem sido um problema para os crentes (Sl 73; Hc 2.2-4), mesmo quando sabem que Cristo os libertará de toda dor, da corrupção e da morte (Rm 8.21; 1Co 15.26). Não obstante, os efeitos do sofrimento podem ser bons: se produz a purificação de coração (Rm 5.3; 1Pe 1.7), faz com que o relacionamento com Deus seja mais estreito (Rm 8.35-37) e leva o crente a compreender o significado da sua participação no sofrimento de Cristo (Mc 10.39; Rm 8.17; 2Co 1.5; Fp 1.29).

SONHO 

Na Bíblia são registrados sonhos comuns (Gn 40.9-17; 41.1-7), relacionados com aspectos e acontecimentos da vida diária. Também sonhos que comunicam mensagens especiais de Deus (1Rs 3.5-15; Mt 1.20-24; At 16.9). Para os israelitas, havia uma relação muito próxima entre sonho e profecia (Nm 12.6-8; Dt 13.1-5; Jr 23.25-32). O Evangelho de Mateus registra cinco sonhos em relacionados ao nascimento e à infância de Jesus (1.20; 2.12-13,19,22).

SUMO SACERDOTE 

Sacerdote principal ou chefe dos sacerdotes judeus. Depois da volta do cativeiro da Babilônia e, sobretudo, na época dos macabeus, quando a Judéia teve períodos de independência nacional, o sumo sacerdote exerceu a chefia política da nação junto com a direção religiosa. Quando a Palestina caiu sob a jurisdição romana, o sumo sacerdote viu de novo limitada a sua autoridade somente ao aspecto religioso. As suas funções estão estabelecidas nos livros de Êxodo e Levítico. Também era presidente do Sinédrio nos tempos do NT.


T.

TABERNÁCULO 

Grande tenda que serviu aos israelitas como santuário no deserto e lugar de encontro com Deus. A sua forma e os utensílios que devia conter são descritos detalhadamente em Êx 26. O tabernáculo foi substituído pelo templo de Salomão. Também recebe o nome de “Tabernáculo do Testemunho”.

TABERNÁCULOS, FESTA DOS 

Nos dias da festa, o povo habitava em cabanas (por isso também era chamada de Festa das Cabanas), lembrando a peregrinação do povo pelo deserto (Lv 23.33-36,39-43; Dt 16.13-15; Jo 7.2).

TADEU 

Discípulo e apóstolo de Jesus (Mt 10.3; Mc 3.18) também conhecido como Judas, filho de Tiago (Lc 6.16; At 1.13). Ver Tiago.

TAMAR 

(= palmeira) (1) Esposa de Er e Onã (Gn 38.6-30). (2) Filha de Davi (2Sm 13.1). (3) Filha de Absalão (2Sm 14.27). (4) Cidade situada a sudeste de Judá (Ez  47.19; 48.28).

TÁRSIS 

(1) Neto de Benjamim (1Cr 7.10). (2) Príncipe da Pérsia (Et 1.14). (3) Filho de Javã e neto de Noé (Gn 10.4; 1Cr 1.7). Também se refere aos seus descendentes e à terra ocupada por eles, provavelmente próximo do mar Vermelho (1Rs 10.22; 22.48; 1Cr 7.10; Jn 1.3; 4.2).

TARSO 

Antiga cidade da Cilícia, situada próxima ao rio Cidnus e a 17 km da costa da Ásia Menor. Ali nasceu Paulo (At 9.11; 21.39). Ver o Índice de Mapas.

TEMOR 

O “temor do Senhor” é um tema central na religião do AT. Significa reconhecer a Deus como supremo Criador e justo Juiz (Sl 19.9; 33.8; 34.9; 128.1) e reverenciá-lo como tal (Lc 12.5; Fp 2.12-13). Esse tipo de temor não diminui com o amor a Deus mas, ao contrário, se eleva a um plano superior (1Pe 1.17; 2.17).

TEMPLO 

O templo de Jerusalém teve três épocas de esplendor antes do ano 70 da  nossa era, quando foi destruído definitivamente pelos romanos. A primeira época corresponde ao templo construído por Salomão. A literatura judaica o considera o Primeiro Templo. Os babilônios o destruíram no ano 587-586 a.C. Após a volta do cativeiro babilônico (520 a.C.), o templo foi reconstruído por Zorobabel, e não era tão formoso como o de Salomão; infelizmente, não temos uma descrição completa dos seus planos nem da sua construção, exceto o que se encontra em Ed 5—6. O templo foi depois reconstruído por iniciativa de Herodes, no ano 20 a.C. Segundo parece, o templo de Zorobabel era um edifício muito modesto. O que o substituiu era, ao contrário, muito esplêndido. Por essa razão, o templo do período de Herodes, na literatura judaica, é designado com o nome de Segundo Templo. A construção desse templo e das edificações anexas terminou no ano 64 da nossa era, apenas seis anos antes de ser destruído completamente. Ver a tabela Templos em Jerusalém.

TENDA 

Refúgio temporário feito com ramos (Ne 8.15). Os soldados a usavam no campo (1Rs 20.12) para se protegerem do sol (Gn 33.17; Jn 4.5), e os israelitas, na Festa dos Tabernáculos, como meio de recordar a vida nômade de Israel (Lv 23.34; Dt 16.13).

TENTAÇÃO E PROVAÇÃO 

Deus põe frequentemente os seus em situações nas quais estes devem provar a sua fé (Gn 22.1; Êx 16.4; 1Co 3.13). Satanás, ao contrário, os tenta buscando afastá-los da vontade de Deus (Jó 1.12; 2.6; Mt 4.1-11). A tentação não é pecado, mas o ceder a ela (Hb 4.15; Tg 1.2; 1Pe 5.10). As provações de Deus tornam a pessoa mais forte na fé, na esperança e no amor (1Co 3.10-15). Os crentes também devem provar os espíritos, para aprender a distinguir entre a ação e presença do Espírito Santo e os feitos e o poder dos espíritos maus (1Ts 5.21; 1Jo 4.1).

TEÓFILO 

(= amigo de Deus) Nome da pessoa a quem Lucas dedica a obra que escreveu em dois volumes: Lucas e Atos (Lc 1.3; At 1.1). A sua identidade nos é desconhecida.

TERREMOTO 

Os terremotos eram bastante comuns no Antigo Oriente Próximo. A Bíblia registra vários deles (Êx 19.18; Nm 16.31; 1Sm 14.15; 1Rs 19.11; Am 1.1; Zc 14.5; Mt 28.2; At 16.26). Os profetas usam a imagem do terremoto para referir-se ao juízo divino (Is 29.6; Ez 38.19).

TESSALÔNICA 

Cidade que recebeu o seu nome em honra de Thesalonike, irmã de Alexandre, o Grande. Chegou a ser a cidade principal da Macedônia. Estava situada nas grandes rotas comerciais entre a Itália e o leste do Egeu e do Danúbio. Paulo pregou ali e escreveu duas epístolas à igreja desse lugar (At 17.1-9; 1 e 2Ts). Ver o Índice de Mapas.

TETRAGRAMA 

Termo grego que alude às quatro consoantes, YHWH, com que se escreve, em hebraico, o nome de Deus. Pelo seu caráter sagrado, esse nome chegou a  ser considerado impronunciável. Os tradutores não chegaram a um acordo a respeito da tradução ou transliteração do termo em versões contemporâneas. Algumas versões transcrevem YHWH como “Javé” e, outras, como “Jeová”. A tradução de Almeida, Edição Revista e Atualizada, emprega a palavra “SENHOR”, com letras maiúsculas, quando, no texto original hebraico, aparece o tetragrama.

TETRARCA 

Governador romano de uma província oriental do Império. No NT, este termo é usado somente para referir-se a Herodes Antipas (Mt 14.1; Lc 3.19; 9.7; At 13.1).

TIAGO 

(1) Filho de Zebedeu; junto com o seu irmão João, foi um dos doze apóstolos de Jesus (Mt 4.21). Esteve com Jesus nos momentos mais importantes (Mc 5.37; 9.2; 14.33) e morreu por ordem de Herodes Agripa em 44 d.C. (At 12.2). (2) Filho de Alfeu e também apóstolo de Jesus (Mt 10.3; At 1.13), conhecido como “Tiago, o menor” (Mc 15.40). (3) Pai do apóstolo Judas Tadeu (Lc 6.16; At 1.13). (4) Irmão de Jesus (Mt 13.55). Jesus apareceu a ele depois da ressurreição (1Co 15.7); chegou a ser um dirigente importante na igreja de Jerusalém (At 12.17; 15.19-23; Gl 1.19; 2.9). A ele é atribuída a Epístola de Tiago.

TIATIRA 

Cidade situada a oeste da moderna Turquia asiática. Ponto importante no sistema romano de estradas na província da Ásia. Uma das cartas do Apocalipse é dirigida à igreja que havia em Tiatira (Ap 2.18-29). Ver o Índice de Mapas.

TIBERÍADES 

Cidade da costa oeste do mar da Galiléia. Foi chamada assim em honra ao imperador Tibério (Jo 6.1,23; 21.1). Ver o Índice de Mapas.

TIBNI 

Rei de uma parte de Israel, de vida curta (1Rs 16.21-22).

TIGLATE-PILESER 

III Rei da Assíria (745-727 a.C.). Invadiu Israel no reinado de Peca (2Rs 15.29-30) e ganhou presentes de Acaz, rei de Judá (2Rs 16.7-8).

TIMÓTEO 

(= temeroso de Deus) Companheiro e assistente de Paulo; a sua mãe era judia-cristã, e o seu pai, grego (At 16.1-3; 17.13-15; 1Co 4.17). No NT, se incluem duas epístolas dirigidas a ele (1 e 2Tm).

TIRO 

Principal porto da costa da Fenícia, onde o rio Litani desemboca no mar. Salomão teve muitos negócios com o rei dessa cidade (1Rs 5.1; 7.13-14). Jesus visitou essa região (Mt 15.21-28; Mc 7.24-31). Ali se estabeleceu posteriormente uma comunidade cristã (At 21.3-6). Ver o Índice de Mapas.

TITO 

Amigo e ajudante de Paulo. O seu nome não é mencionado em Atos. Paulo lhe escreveu uma epístola que se encontra no NT. O nome de Tito aparece em 2Co 2.13; 7.6,13-14; 8.6,16,23; 12.18; Gl 2.1,3; 2Tm 4.10; Tt 1.4.

TOBIAS 

(= Javé é bom) (1) Delegado de Sambalate (governador de Samaria) que se opôs ao trabalho de Neemias em Jerusalém (Ne 2.10; 6.17; 13.4). (2) Família que regressou a Jerusalém do exílio na Babilônia, mas não pôde provar que era realmente judia (Ed 2.59-60; Ne 7.61-62).

TODO-PODEROSO 

Atributo que, em sentido restrito, pertence somente a Deus. A expressão “Deus Todo-Poderoso” ou “SENHOR Todo-Poderoso” aparece muitas vezes no AT, embora menos no NT. Deus exerce o seu poder de acordo com os seus santos propósitos e o seu amor. Ver Gn 17.1; 43.14; Jó 33.4; Ez 10.5; Lc 22.69; Ap 1.8; 4.8;21.22.

TOMÉ 

(= gêmeo) Um dos doze apóstolos (Mt 10.2-4; Mc 3.16-19). Somente o Evangelho de João faz referência pessoal a Tomé (11.16; 14.5; 20.24,26,28).

TRADIÇÃO 

Ensinamento transmitido geralmente de um mestre aos seus discípulos. Em círculos judaicos, se referia ao comentário das Escrituras feito pelos rabinos e pelos anciãos. Jesus cria que, com frequência, essas interpretações contradiziam o verdadeiro significado do texto bíblico. Os ataques de Jesus não são contra a tradição em geral, mas contra o abuso que dela se faz quando lhe é atribuída mais autoridade do que, de fato, corresponde a ela (Mc 7.3).

TRANSFIGURAÇÃO 

Experiência que teve Jesus, provavelmente no monte Hermom, quando o seu rosto e as suas vestes resplandeceram, e apareceram Moisés e Elias para falar com ele. Pedro, Tiago e João foram testemunhas desse fato (Mt 17.1-8; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36). Os discípulos estavam tão impressionados, que sugeriram a Jesus que passasse a viver ali, no alto do monte.

TREVAS 

Termo que se usa nas Escrituras tanto em sentido literal como figurado. Nesse último caso, as trevas constituem a esfera da maldade (Lc 22.53), de Satanás (At 26.18; Ap 16.10), o destino dos malvados e dos inimigos de Deus (1Sm 2.9; Na 1.8; Mt 8.12). Cristo veio trazer a luz àqueles que estão em trevas (Jo 1.5; 1Jo 2.8).

TRIBOS DE ISRAEL 

Os doze grupos em que se dividia o povo de Israel. Cada um deles levava o nome de um dos filhos de Jacó. O agrupamento por tribos se fez mais definido quando os israelitas se estabeleceram em Canaã. Ali, por ordem de Deus, a terra foi repartida de forma proporcional para cada tribo. Só se fez exceção com a tribo de Levi, a qual foi consagrada por completo ao culto do Senhor. O seu bem-estar temporal ficou a cargo das outras onze tribos. A tribo de José se dividiu em duas: a de Efraim e a de Manassés. As tribos se dividiam, por sua vez, em clãs ou grupos de famílias de parentesco mais próximo, e estes, em famílias, às vezes, chamadas em hebraico de “casas paternas” ou, simplesmente, “casas”.

TROMBETAS, DIA DE SOAR AS 

Dia de festa (Lv 23.24; Nm 29.1) para comemorar o início do ano civil. As trombetas e os chifres eram tocados o dia todo.



U.

UNÇÃO 

Aplicação de azeite no corpo. Ungia-se, com bastante frequência, tanto os vivos (Rt 3.3; Sl 104.15; Lc 7.46) como os mortos (Mc 14.8; 16.1). Praticava-se também a unção sagrada, para dedicar uma pessoa ou objeto ao Senhor. O tabernáculo e os seus móveis (Êx 40.9), os profetas (1Rs 19.16), sacerdotes (Êx 28.41) e reis (1Sm 16.1,12-13) foram ungidos. O “ungido” do Senhor era o rei (1Sm 12.3), razão pela qual esse termo (= Messias) foi usado no AT para referir-se ao futuro libertador (Sl 2.2; Dn 9.25- 26). O NT o aplica a Jesus, o qual recebeu a unção do Espírito Santo (Lc 4.18,21; Jo 1.32-33).

UR DOS CALDEUS 

Cidade da qual saíram Tera e Abraão para ir a Harã (Gn 11.28,31). Provavelmente, seja a moderna Tell el-Muqavyar do Sul do Iraque, situada próxima à margem ocidental do rio Eufrates, um pouco mais além do lugar onde este se une com o Tigre. Ver o Índice de Mapas.

URIM E TUMIM 

Objetos sagrados que são mencionados quase sempre juntos. O sumo sacerdote os levava colocados dentro do peitoral ou em cima deste. É difícil precisar a sua forma e o seu significado. Apenas se sabe que serviam para consultar a Deus e emitir sentenças e decisões, provavelmente lançando sortes. O seu uso é mencionado depois dos tempos de Davi, e parece que terminou depois do exílio (Ed 2.63; Ne 7.65). Ver Estola.

UZIAS 

(= o Senhor ajudou) Décimo rei de Judá (767-740 a.C.) também chamado Azarias (2Rs 14.21; 2Cr 25.27—26.1). Estendeu as fronteiras de Judá. Sofreu de lepra até o dia da sua morte (2Cr 26.16-23).


V.

VERBO 

Ver Palavra de Deus.

VERDADE 

O que é consistente, fiel e confiável. Deus é verdade (Sl 31.5; 89.14; 111.7; Is 65.16) e Jesus é a verdade personificada (Jo 14.6; Ef 4.21). Como uma realidade que procede de Deus, a fé cristã é verdade (Gl 2.5; Ef 1.13), e os discípulos devem viver e caminhar nessa verdade (Jo 8.32,36; Tg 1.18; 2Jo 4; 3Jo 3-4), sob a direção do Espírito Santo (Jo 16.13; 1Jo 4.6).

VIDA 

Dom do Deus vivo, doador da vida física (Sl 36.9; Jr 17.13), a qual, em última instância, lhe pertence. Esta vida presente está sujeita à morte (Gn 3.19; 2Sm 14.14; Jó 10.9; Sl 89.48), mas a morte não é o fim. Ver Vida eterna.

VIDA ETERNA 

Qualidade de vida que pertence a Deus (Rm 2.7; 6.23; Tt 1.2; 1Jo 5.11,20). Àqueles que se arrependem dos seus pecados, crêem e confiam no Senhor Jesus Cristo, Deus dá esta vida verdadeira, apesar de ainda estarem nesta existência terrena (Mc 8.35; Jo 3.15-16,36; 10.28; 12.25; 17.3; 2Co 2.15-16; Fp 2.30; 1Jo 3.16). A vida eterna permite, a quem a possui, desfrutar da nova comunidade do reino de Deus. Além disso, essa vida se estende além da morte física (Jo 14.3; 1Co 15; Cl 3.4; 1Ts 4.17).

VIDEIRA, VINHA 

Na região montanhosa de Canaã, era comum o cultivo da videira. Geralmente, ao redor das vinhas se construía um muro de proteção (Sl 80.8-13; Pv 24.30-31; Is 5.5). As uvas, as passas, o açúcar e o vinho faziam parte da dieta do israelita (1Sm 25.18). Jesus usou a imagem da videira para referir-se a si mesmo e ao seu relacionamento com os seus discípulos (Jo 15).

VIDENTE 

Outro nome com o qual se designava o profeta, a quem se buscava para consultar a Deus (1Sm 9.9). Samuel chama a si mesmo de “vidente” (1Sm 9.19). Os reis empregavam videntes para que lhes ajudassem a tomar decisões sobre assuntos relacionados com o governo dos seus reinos (2Sm 24.11; 2Cr 29.25; 35.15). Como no caso dos profetas, havia falsos e verdadeiros videntes. Ver Profecia, Profeta.

VISÃO 

Experiência sobrenatural em que, seja por meio do sonho ou em um estado de êxtase, Deus faz conhecer a sua vontade a determinadas pessoas ou lhes comunica uma mensagem que devem transmitir (Gn 15.1; Ez 1.1; Dn 2.19; Ob 1; Mt 1.20; Lc 1.22; At 9.10; 16.10).

VOTO 

Promessa voluntária feita a Deus com vistas a realizar algum serviço agradável a ele ou como súplica (Gn 28.20-22; Lv 27.2-8; Nm 30; Jz 11.30; At 18.18; 21.23).


Z.

ZACARIAS 

(= Javé se lembrou) Nome de muitos personagens das Escrituras. Os mais destacados são: (1) O décimo quarto rei de Israel e último membro da dinastia de Jeú (753-752 a.C.; 2Rs 15.8-12); (2) O profeta que regressou a Jerusalém da Babilônia e cujos oráculos fazem parte do livro que leva o seu nome (Zc 1.1,7); (3) O sacerdote do turno de Abias, esposo de Isabel e pai de João Batista (Lc 1.5-67).

ZADOQUE 

(= justo) Nome de seis personagens do AT, sendo o mais importante deles o sacerdote de Davi (2Sm 8.17) que ajudou a levar a arca a Jerusalém (2Sm 15.24-29). Salomão o fez sumo sacerdote (1Rs 2.26-35).

ZAQUEU 

Publicano (isto é, cobrador de impostos). Odiado pelos judeus por causa da sua profissão, foi alcançado pela graça de Deus. Recebeu Jesus na sua casa e se converteu em discípulo seu (Lc 19.2-8).

ZEBULOM 

(= habitação) Décimo filho de Jacó; a sua mãe foi Lia (Gn 30.19-20). Os seus descendentes (Gn 46.14) formaram uma das tribos de Israel (Nm 1.31; 2.7) e se estabeleceram entre o mar da Galiléia e o Mediterrâneo (Is 9.1-2; Mt 4.12-16).

ZEDEQUIAS 

(= Javé é justo) Nome de cinco personagens do AT. Um deles, o vigésimo e último rei de Judá (597-587 a.C.), foi posto no trono por Nabucodonosor (2Rs 24.18—25.7; 2Cr 36.11-14).

ZELOTE 

Membro de um movimento de resistência judaico. Os zelotes eram nacionalistas para quem o Messias seria um chefe político que os libertaria do jugo de Roma. Alguns crêem que os “sicários” mencionados em At 21.38 eram zelotes. Tomaram parte muito ativa no levante contra Roma dos anos 66-70 d.C. Simão, um dos apóstolos de Jesus, era conhecido com esse qualificativo (Lc 6.15) para distingui-lo do outro Simão (Pedro).

ZINRI 

Nome comum no AT. Assim se chamava o quinto rei de Israel (885-884 a.C.; 1Rs 16.9-20; 1Cr 8.36). O seu reinado durou pouco e foi caracterizado como mau e sem glória.

ZÍPORA 

Filha de Jetro e Reuel, o sacerdote de Midiã, e primeira esposa de Moisés (Êx 2.21). Mãe de Gérson e Eliézer (Êx 18.1-6). Ver Moisés.

ZOROBABEL 

(= haste da Babilônia) Descendente de Davi e filho de Sealtiel (Ed 3.2; Ag 1.1). Alguns acreditam que é o mesmo personagem chamado Sesbazar, a quem Ciro nomeou governador de Jerusalém (Ed 1.8,11; 5.14) e que, no ano 520 a.C., regressou da Babilônia para reconstruir o templo (Ed 6.16-22).




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